UM CONTO A PARTIR DO CANTO: AS POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES DE PELÉ DO MANIFESTO PARA OS DEBATES ÉTNICOS-RACIAIS EM SALA DE AULA


Emily Maria Pantoja Maia

O presente trabalho vem sendo baseado nas pesquisas desenvolvidas pelo projeto de Iniciação Científica intitulado “História e Música no Ensino Médio”, tendo também como inspiração as investigações realizadas pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), o qual tem como temática “A Cidade e as Relações Étnicos-raciais”. A elaboração em evidência, tem como finalidade melhorar as práticas de ensino na disciplina de História referente às questões étnico-raciais, percebendo desse modo, como vem se dando essas relações na própria cidade de Belém através das rimas do rapper paraense Allan Roosevelt, conhecido artisticamente como “Pelé do Manifesto”. Com isso, será apontado suas possíveis contribuições para o debate em sala notando também a potencialidade da música, neste caso, o rap, como um instrumento didático que proporciona um entendimento da realidade em um determinado local e tempo (HERMETO, 2012). Além de suas músicas, as falas do cantor que foram feitas através de uma entrevista gravada, serão expostas aqui para uma melhor compreensão do recurso didático proposto, assim como, o entendimento da realidade do rapper e da população negra paraense, para que assim, seja levado aos alunos. Portanto, a abordagem em sala deve ser feita de acordo com a Lei Federal nº 10.639/03, onde traz discussões sobre a história e as lutas afro-brasileiras que devem estar presentes em sala de aula (BRASIL, 2003).


Uma breve contextualização da condição histórica imposta ao negro
Ao falarmos historicamente, cabe ressaltar o contato entre europeus e africanos. O desembarque no continente africano causou uma certa estranheza logo de cara em ambos os lados, tendo os europeus deparando-se com novidades nunca dantes vistas (RAMOS, 2015, p. 127). Entretanto, podia ser percebido como os africanos possuíam potencialidades, da qual foi notada uma organização política aperfeiçoada (MUNANGA, 1988, p. 7), tendo uma dificuldade europeia para a colonização de grandes grupos, sendo necessário uma fixação no litoral e a busca por troca de produtos (RAMOS, 2015, p. 131), assim como também,  os europeus possuindo um armamento fortificado para se dar tal processo. Nota-se como a população africana, pela falta de um aprimoramento de armas, ficou indefesa, havendo então uma possibilidade para adquirir mão de obra barata para a escravização em outros continentes (MUNANGA, 1988).

A desinformação dos europeus quanto ao continente africano, a estranheza e o pensamento cristão que rodeava os colonizadores, fez com que desde então, o negro ali presente se tornasse sinônimo de subalterno, desprezando todas as riquezas culturais e das organizações que os africanos possuíam. Desse modo, pode-se entender como ainda no início da modernidade, o preconceito étnico foi germinado, dando potencialidade a um racismo inicial, estando o negro em uma condição de violência. Kabengele Munanga (1988) vem apontando como todas as qualidades do negro são tiradas uma a uma, passando a ser visto como aquele que possui retardo, é perverso e ladrão. Com essas colocações, percebe-se como que o negro é colocado nas fronteiras da História, não sendo vistos como agentes, mas meros componentes. Ainda com as falas de Munanga (1988), tem-se a compreensão histórica da marginalização atribuída a essa população até atualmente. Mesmo após 1888, os pós-libertos da escravidão, buscando novos rumos para as suas vidas, enfrentavam intolerâncias, havendo a exclusão da população negra no espaço brasileiro ali presente (GOMES, 2005), pontos que podem ser evidenciados até os dias atuais através desta contextualização histórica.

Com essa abordagem, visando a condição dada, percebe-se como a construção de movimentos foram e são fundamentais para potencializar vozes que foram caladas por muito tempo na história, buscando enfrentar e denunciar as injustiças sociais sofridas. Portanto, Munanga (2004) vem trazendo a dificuldade de definição de quem é negro no Brasil, entretanto, através daqueles que possuem uma identificação, compreende-se que o negro não busca meios para viver em uma sociedade, ele procura por maneiras para sobreviver em uma sociedade de um pensamento específico: o branco. Com isso, manifestações que impulsionem tais formas são destacadas, tendo o rap ligado de maneira intrínseca a identidade e ao movimento, denunciando realidades sociais vividas.

O rap na raça

Para uma abordagem musical, torna-se necessário notar a visão de nacional-popular trazida por Santuza Naves (2004), tendo o próprio rap sendo baseado nas perspectivas que nortearam a música popular brasileira, percebendo como a MPB vem sendo um instrumento utilizado por músicos para a busca de uma identidade nacional descarregada do erudito (NAVES, 2004), todavia, reuniu-se uma encadeação de elementos da música erudita e folclórica (NAPOLITANO, 2002).

Visando o rap, Hermeto (2012) vem mostrando como sua estrutura musical acaba rompendo com as características da canção popular brasileira, tendo os rappers mais falando do que propriamente cantando. Entretanto, partindo de Naves (2004), onde visa o que há por detrás de sua estrutura, percebendo suas características populares e que traz uma representação social de setores que estão em busca de uma valorização, pode-se destacar o pensamento por meio de uma perspectiva cultural, tendo o próprio  conceito de circularidade que o historiador Carlo Ginzburg (2006) aponta do pensamento bakhtiniano, já que segundo Naves (2004) o rap traz partes da música popular, da qual sofreu uma certa hibridização.

Destacando a representação que o movimento vem trazendo, os rappers buscam por retratar uma ancestralidade fundamentada em tradições afro-brasileiras, estimulando uma luta contra os aspectos de desigualdade racial e social que foram impregnados historicamente. Portanto, Naves (2004) mostra como que os cantores ao mesmo tempo que buscam por recriar uma valorização da comunidade negra, buscam também por incorporá-los às novas ordens mundiais, buscando construir suas próprias características como um sujeito presente ativamente em determinada sociedade. Portanto, Roberto Camargos (2015) mostra como que o rap no Brasil vem no momento que as atenções do governo brasileiro estão voltadas para políticas neoliberais, abalando ainda mais setores em que estavam em condições de vida indesejáveis (OLIVEIRA, 2015) por aqueles que possuem uma sustentação pelo capital.

Consequentemente, muitos movimentos podem ser destacados como forma de demonstrar uma representação trazendo uma compressão de mundo, visando um campo para além de uma mentalidade específica (CHARTIER, 1989). Portanto, o rap apresenta declarações e acusações sobre tal situação vivenciada por pessoas de uma camada própria, destacando uma exclusão, uma desigualdade social e racial, principalmente com as populações de áreas periféricas que lutam diariamente contra tais condições que foram impostas. Com este ponto, Carlos (2008) mostra os espaços que se encontram na cidade a partir de um contraste que vem trazendo diferenças entre classes e consequentemente gerando uma segregação espacial, com isso, as lutas dos negros e as implicâncias nos contextos das diversas áreas de dentro de uma cidade, são questões importantes a se pensar eticamente em todo espaço. Ao pensar no agir humano e nas formas de enfrentamento de uma realidade social traiçoeira, pode-se destacar o rap com o seu auge em 1980 (HERMETO, 2012) a partir de uma denunciação de um sofrimento imposto historicamente pelos brancos, sendo percebidos até os dias atuais.

Cabe aqui destacar o gênero como sendo um estilo onde se sobressai muito mais a fala para uma delação social, do que propriamente o ritmo musical. Sua batida rápida e sua letra em forma de discurso carregam consigo lutas diárias enfrentadas por aqueles que tentam dar destaque a sua existência e conseguir seus direitos igualitários, pois percebe-se que a cor acaba determinando vantagens ou desvantagens dentro de uma sociedade, portanto, Cavalleiro (2005) diz “remete ao cotidiano da população negra, no qual a cor acaba por explicar parte significativa das desigualdades encontradas nos níveis de renda, educação, saúde, moradia, trabalho, lazer, violência” (CAVALLEIRO, 2005, p.67). Desse mesmo modo, Miriam Hermeto (2012) apresenta o rap, com as suas duas vertentes, mostrando que “sua arte denuncia a desigualdade e a realidade de exclusão em que vivem, e a música é compreendida como uma forma de luta, como um instrumento de elucidação” (HERMETO, 2012, p. 133).

Como Adalberto Paranhos (2015) mostra, o rap trata-se de “palavras escarradas pelos rappers carregadas de esporro que causa incômodo a ordem social” (PARANHOS, 2015), portanto, percebe-se que o movimento não é apenas para uma demonstração da arte e diversão através daqueles que usufruem da produção, mas sim um produto que encontra-se na raça por uma forte militância, tendo em sua estrutura uma espécie de “colagem” trazendo narrativas da realidade enfrentada. Nesse ponto, pode-se destacar como o rapper paraense “Pelé do Manifesto” encontra-se inserido nesse processo, percebendo suas rimas com potencialidade para o entendimento de certas questões, demonstrando o seu engajamento ao movimento e retratando indagações específicas nas periferias da cidade de Belém, visando o contexto de áreas diversas. Aqui, o cantor ganhará destaque nas próximas seções.

Pelé do Manifesto: neguinho sim, preto com muito amor

O título elaborado para este trabalho, “Um conto a partir do canto: As possíveis contribuições de Pelé do Manifesto para os debates étnicos-raciais em sala de aula”, possui um propósito bem claro, o qual será impulsionado nesta seção a partir de uma análise das falas do cantor paraense em questão, visando suas músicas a partir de suas próprias vivências, dando ênfase ao direito de uma narrativa étnico-racial e fazendo com que desfavoreça o racismo e a marginalização contra essa população.

“(...) Qualquer loja que você entra você é sempre suspeito, você tem segurança na sua cola pra ver se não vai furtar nada... era muito constrangedor, me sentia extremamente incomodado e é o que eu acabo citando em algumas músicas minhas como ‘sou neguinho’, por exemplo, ‘sou neguinho 2’, da gente ser acusado de crime que a gente não cometeu, estar sendo suspeito de algo que a gente não cometeu.” (Pelé do Manifesto, 2019).

Assim, as rimas do rapper, podem ser fundamentais para oportunizar um ensino que vá em busca de uma identidade, o entendimento de uma sociedade com múltiplas faces, um empoderamento a partir de uma identificação, uma educação antirracista a partir do que for atribuído pelo professor ao documento proposto, assim como, fazer com que o aluno perceba e denuncie atos extremos.

Iniciando com “neguinho sim, preto com muito amor”, frase que se encontra presente em um dos raps mais famosos do artista, percebemos como Pelé do Manifesto traz uma mistura de sentimentos que se resulta em luta, demonstrando um empoderamento e a potência de uma identidade. Logo, Nilma Lino Gomes (2005) aponta como existe uma complexidade em torno deste conceito, visando a identidade como aquilo que se refere a um modo de ser no mundo e com os outros, sendo um fator de extrema importância para as relações sociais e culturais de grupos específicos. Portanto, o rap de Pelé do Manifesto pode ser considerado dentro dessa perspectiva, tendo o estilo musical sendo carregado de concepções e de interrogações do mundo (OLIVEIRA, 2015), assim como, ligado intrinsecamente a bandeira da negritude (NAVES, 2004).

Essa questão pode ser evidenciada dentro das falas do próprio cantor, percebendo como existe uma aptidão em torno de uma identidade e a vontade de transparecer um disparo de sentimentos que potencialize uma batalha em busca de uma valorização, buscando por uma superação daquilo que Elaine Cavalleiro (2005) vem apontando, da cor determinando as desigualdades.

“O que eu quero passar com as minhas músicas é um pouco das minhas vivências... um pouco do meu entendimento de mundo quanto a ser um homem preto, um homem preto periférico, entender o que a sociedade quer de mim, o que a sociedade quer do meu povo e resgatar um pouco dessa ancestralidade para empoderar o meu povo não só economicamente, mas também empoderando ele na questão estética dizendo que a pele dele é bonita, que o nariz dele é bonito, que o cabelo dele é bonito, que ele não precisa ter vergonha de ser quem ele é, que ser preto é bonito enquanto a sociedade diz pra gente que tudo que é do preto é feio, tudo que é do preto é ruim” (Pelé do Manifesto, 2019).

Allan Roosevelt, conhecido artisticamente como “Pelé do Manifesto”, morando em Belém do Pará, especificamente no bairro da Cremação, vem procurando trabalhar com toda a comunidade negra de sua realidade, em busca de um reconhecimento e empoderamento da negritude.

“Trabalhar as questões raciais dentro da periferia é meio complexo. O periférico não se entende como preto, ele se entende só como periférico. A palavra “preto” historicamente no Brasil ela carreta algo ruim, tudo que é do preto, é do negro é ruim. Ele sabe que ele é periférico porque ele não mora na Doca, não mora em Nazaré, na Batista Campos, ele entende isso, que ele é periférico, mas não se entende e nem se aceita como preto. Trabalhar essas questões é fundamental, é complexo, mas é fundamental pra gente que trabalha com isso, não só pra mim que sou rapper, mas pra professores, pra militantes do movimento preto e pra toda galera que quer desmistificar toda essa, essa... esse racismo cultural e histórico que tem no Brasil, pra que o periférico se entenda, ele entenda o mundo que ele vive, porque a partir do momento em que ele se entende como preto periférico ele acaba entendendo o mundo que o cerca (...) qual é o papel dele dentro da sociedade e da comunidade, o que ele pode fazer para ajudar essa comunidade dele” (Pelé do Manifesto, 2019).

Com essas colocações percebe-se o engajamento do cantor e a força que vem trazendo a partir dos seus raps para a busca de uma superação do que foi determinado historicamente. Portanto, a abordagem de quem é Pelé do Manifesto e o que é posto em suas músicas, vem a partir desses pressupostos, destacando também a importância de uma biografia do artista através de pesquisas prévias para a sala de aula, já que foi percebido em investigações anteriores que professores não possuem uma preocupação em pesquisar para além do que a música traz em sua letra ou melodia (MAIA,2019), sendo necessário uma busca antecipada para o desenvolvimento do próprio rap como um instrumento didático.  

A utilização do rap de Pelé do Manifesto como um instrumento didático

A partir do que foi colocado, pode-se perceber a potencialidade do rap para se trabalhar em sala de aula como um instrumento didático que trará reflexões acerca das questões étnicos-raciais, buscando descontruir ideias que foram impregnadas por uma cultura histórica, procurando por uma igualdade e um fortalecimento da educação antirracista.

Previamente, antes da abordagem do rap do cantor em si, é necessário uma notoriedade da música de forma mais ampla, destacando que ao trabalhar com a música em sala, é necessário percebê-la como um objeto de estudo possível para uma aplicação que contribuirá para a desconstrução, aprofundamento, concentração e aprendizado de conceitos e conteúdos que a música carrega a partir das representações de determinado contexto (HERMETO, 2012), entendendo neste caso, as relações étnicos-raciais. Ademais, a música pode ser vista como um recurso apropriado não apenas para a audição, mas para se pensar (NAPOLITANO, 2002), criando uma consciência que ocasionará em conhecimentos, tendo as rimas de Pelé do Manifesto fazendo com que entendam determinados processos.

Nem tudo que reluz é ouro, parceiro / Paraíso onde? Se eu vim nos navio negreiro / A rua me criou meu pensamento é ligeiro / Essa música é um alô pra todos que são verdadeiro / Ser duas vezes melhor? Não? Cansei dessa parada / Casei de ser o preto no estilo 'homem na estrada'' / De ver as tia atravessando a rua apavorada / De provar que o celular é meu pra não levar porrada. (Sou Neguinho. Pelé do Manifesto, 2015).

A partir do que o cantor vem colocando na música ‘Sou neguinho’ torna-se possível ter um entendimento de como a população negra vem sendo percebida dentro da sociedade, notando o que Munanga (1988) destaca ao dizer que o negro é visto como “perverso e ladrão”. Portanto, para a abordagem em sala, tem como uma necessidade desconstruir esse pensamento desde o processo da chegada dos europeus no continente africano, dando ênfase a uma diversidade cultural, percebendo através deste rap, como Pelé vem representando o seu povo, indo em direção contrária aquilo que foi determinado. Ademais, como já dito anteriormente, a busca por um empoderamento e a vontade de ir contra um sistema imposto, pode ser notado também em uma de suas rimas:

Minha missão é vir cantar e provar que nada tá perdido / Tamu junto na missão longe de foto e pose / Belém periferia cremação dois mil e dose / Me chamavam de macaco pra tentar me ofender / Macaco agora mano é a capa do meu cd / Preconceito racial que maltrata corrói / Izabel é o caramba zumbi que foi herói / Sou neguinho sim entre o navio e o busão / 500 anos de Brasil 400 de escravidão / Então vamo pra cima lutar por liberdade / Uns faz som pro verão eu faço pra eternidade. (Nada está perdido. Pelé do Manifesto, 2015).

Com todos os pontos colocados, o rap alia-se a disciplina questionando classes dominantes que são potencializas dentro de uma estrutura de ensino historicista, portanto, este instrumento didático contribuirá para impulsionar vozes que ainda se encontram às margens da História. Pensar “raça” e “etnia” não se estabelece como conceitos não observáveis, mas sim como uma forma de intensificar as discussões sobre a temática e criar meios para um reconhecimento de alunos negros enquanto sujeitos históricos para uma identidade racial em Belém do Pará, apresentando as rimas de Pelé do Manifesto com grandes contribuições para uma representatividade.

Considerações finais

A pesquisa tornou-se fundamental para oportunizar um ensino que se tenha a busca por uma identidade, tendo a produção do cantor como uma ferramenta importante nesse processo. Através deste instrumento, pode ser analisado, questionado e problematizado o levantamento em relação as questões raciais, tendo uma desconstrução de ideais e estereótipos que foram repassados historicamente, assim como, trazendo uma identidade construída através da representatividade, buscando por potencializar a autoestima dos alunos negros que frequentam as escolas. Desse mesmo modo, a ferramenta contribuirá para a construção de um conhecimento histórico em sala de aula, compreendendo uma possibilidade de mobilização dos discentes para uma identificação em busca de lutas, igualmente, buscando por uma educação antirracista, já que o sistema educacional brasileiro está repleto de práticas racistas (CAVALLEIRO, 2005).

Referências

Emily Maria Pantoja Maia é estudante do curso de Licenciatura em História da Faculdade Integrada Brasil Amazônia (FIBRA), foi pesquisadora bolsista de iniciação científica do projeto da faculdade intitulado “História e Música Popular no Ensino Médio” que teve como orientador o Prof. Dr. Edilson Mateus. Faz parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), pesquisando “A Cidade e as Relações Étnicos-raciais” em uma escola pública de Belém do Pará, sob a orientação da Prof. Dra. Luana Guedes e do Prof. Msc. Antônio Sérgio.

Agradecimentos

Apesar de ser um pequeno ensaio, onde ainda pode se decorrer pesquisas a partir de aplicações práticas baseadas na metodologia abordada, o trabalho não se realizaria sem o apoio e orientação dos professores do projeto o qual participei e de qual ainda participo, portanto, meus agradecimentos vão primeiramente a eles. Agradeço imensamente ao Prof. Dr. Edilson Mateus, que a partir das suas orientações na pesquisa de iniciação científica, despertou-me interesse por seguir esse caminho, percebendo como a música é uma ferramenta importante para o processo de aprendizado e que proporciona a produção do conhecimento histórico.

Ademais, agradeço a Profa. Dra. Luana Guedes e ao Prof. Msc. Antônio Sérgio pelas orientações para que as pesquisa na escola em que o Pibid está sendo executado, viesse ocorrer, sendo vistas suas competências, assim como, as leituras propostas que foram e são de extrema importância para todas as percepções obtidas. Assim, eu pude fazer com que a escrita deste trabalho fosse realizada.

Por fim, meus agradecimentos vão ao grande personagem dessa pesquisa, o rapper paraense “Pelé do Manifesto”, que se propôs a ter uma conversa proporcionando fontes orais para serem analisadas, fazendo-me perceber as possibilidades de aplicação em sala de aula visando as questões étnicos-raciais, assim como também, entender essas relações presentes na cidade em que moro. Meus sinceros agradecimentos ao cantor, a quem desejo todo o sucesso.     

BRASIL. Lei 10.639/2003. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília: 2003.

CARLOS, Ana Fani Alessandri. A cidade. 8ª Ed. São Paulo: Contexto, 2008.

CAVALLEIRO, Elaine dos Santos. Discriminação racial e pluralismo em escolas públicas da cidade de São Paulo. In: Educação Anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº10.639/03. Brasília: SECAD, 2005.

CHARTIER, Roger. “Por uma sociologia história das práticas sociais”. In: História Cultural: entre práticas e representações. São Paulo: Difel, 1989, pp. 13-28.

GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes. São Paulo: Cia. Das letras, 2006.

GOMES, Flávio dos Santos. Negros e política (1888-1937). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão. In: Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03. Brasília: Ministério da Educação, Secretária de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005, pp. 39-62.

HERMETO, Miriam. Canção Popular Brasileira e Ensino de História: palavras, sons e tantos sentidos. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.

MAIA, Emily M. Pantoja. História e Música Popular no Ensino Médio: Um obstáculo para ensinar através do prisma musical posto por professores de Belém do Pará. In: Aprendendo História: Ensino. União da Vitória: Sobre Ontens, 2019. 

MUNANGA, Kabengele. Negritude - Usos e Sentidos. 2º Ed. São Paulo: Editora Ática. Série Princípios. 1988, p. 7-14.

MUNANGA, Kabengele. A difícil tarefa de definir quem é negro no Brasil. Estud. av. vol.18 no.50 São Paulo Jan./Apr. 2004.

NAPOLITANO, Marcos. História e Música – História Cultural da Música Popular. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

NAVES, Santuza Cambraia. “Eu quero frátria”: a comunidade do rap. In: Dossiê de História e Música. Uberlândia: Artcultura. v. 6. n. 9.  2004.

OLIVEIRA, Roberto Camargos de. Rap e política: percepções da vida social brasileira. 1ª ed. São Paulo: Boitempo, 2015. 

PARANHOS, Adalberto. Rap nas quebradas: a palavra como esporro e como escarro. Artcultura, Uberlândia, v.17, n.30, 2015, p.137-143.

RAMOS, Fábio Pestana. Encontros e desencontros na África e na Ásia. In: Por mares nunca dantes navegados: a aventura dos Descobrimentos. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2015, p. 127-131.

Vídeos Consultados
MANIFESTO, Pelé. Nada está perdido – Pelé do Manifesto. 2015. (3m38s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=50NX2PrRYXg. Acesso: 27 de abril de 2019.

MANIFESTO, Pelé. Sou neguinho | Pelé do Manifesto. 2015. (2m47s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FlnD04R_EeY. Acesso: 26 de abril de 2019. 

11 comentários:

  1. Boa tarde!

    Parabéns pelo trabalho, Emily!
    Como trabalhei com a cultura afro-brasileira em três projetos de iniciação científica (ainda que na trajetória de Léa Garcia no teatro e cinema), me senti próximo do seu tema. Isto posto, me recordo de uma entrevista de Léa com Sandra Almada, em 1995, em que ela se extasia com o que as músicas hip-hop/rap traziam de novo ao jovem negro de periferia. Petrônio Domingues, em uma história do movimento negro brasileiro, se perguntava se essa música negra seria uma nova fase para o movimento.
    As articulações que são possíveis dessa temática, com a História e Cultura Afro-brasileira, História Oral, História do Brasil, permitirão a esses alunos uma maior consciência dos processos históricos e de si mesmos como sujeitos históricos. Parabéns, novamente!

    César Aquino Bezerra

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    1. Oi, César. Muito obrigada pelas suas colocações, vou até buscar mais pelas informações pontuadas. O rap vem sendo uma forma de resistência desde a década de 80 aqui no Brasil, portanto, pode ser uma nova fase de engajamento, sim.

      Obrigada.

      Atenciosamente,
      Emily Maria Pantoja Maia.

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  2. Ola Boa Noite!
    Muito bacana seu trabalho. Você acha que é mais enriquecedor utilizar trechos da musica ou trabalhar ela por inteira em sala de aula?
    Gilberto Carlos Rosalino

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Olá, Gilberto. Acredito que para se trabalhar com a música em sala de aula, entra uma série de fatores, incluindo o tempo da música e o da própria aula. Miriam Hermeto (2012) ao apontar uma sequência, seja material, descritiva, dialógica ou sensível, acredito que seria muito interessante trabalhar com um recorte pontual de acordo com a temática e com o contexto que está sendo trabalhado com os alunos, dialogando o instrumento didático proposto com outras fontes/referências para que se tenha o entendimento, levando em consideração a sequência proposta por Hermeto.

      Obrigada pela pergunta.
      Emily Maria Pantoja Maia
      ehist.clio@gmail.com

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  3. Olá Emily. Gostei do seu texto, parabéns pela preocupação de contextualizar o processo histórico em que os sujeitos negros estão inseridos.

    Minhas críticas são a respeito da escrita do texto, pois apesar de eu ter gostado, falta-lhe poder de síntese para deixar as informações mais claras e acessíveis. E faltou você expor quem é Alan Roosevelt ou “Pelé do Manifesto” em imagens, todo texto, independente se tiver ou não obrigatoriedade de imagens, essas sempre ajudam a ilustrar e enriquecer a escrita.

    Vinicius Machado Ferreira

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    1. Olá, Vinícius. Muito obrigada pelas contribuições. Sobre imagens, não sei se "todo texto" carece imagens, mas com toda certeza sua contribuição é válida e da próxima vez me atentarei para isso. Agora, sobre a escrita deste trabalho, que você propõe uma certa falta esclarecimento, acredito que a contextualização foi algo fundamental.

      Obrigada.
      Emily Maria Pantoja Maia
      ehist.clio@gmail.com

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  4. Parabéns pelo belo texto!!
    Você pode explicar mais um pouquinho como fez para coletar seus dados?

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    1. Olá, Larissa. Muito obrigada por vir prestigiar o meu trabalho.
      Sobre a coleta de dados, entrei em contato com o cantor e realizei uma entrevista gravada com o mesmo, onde ele pontuou todas as questões colocadas no trabalho. Além de suas falas, fiz uma análise de suas produções dialogando com as falas do mesmo.

      Emily Maria Pantoja Maia

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  5. Boa noite Emily, Você conhece o trabalho do Prof. Me. Rafael Ferreira? Ele defendeu uma dissertação sobre ensino de história e a obra do Pelé do Manifesto...repassei o link do seu texto ara ele, vamos ver se o prof. aparece por aqui.
    Ernesto Padovani Netto

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    1. Oi, Ernesto. Conheço o trabalho do professor sim, entretanto, ainda não tive a oportunidade de lê-lo. Entrei em contato com ele, mas o mesmo disse que primeiro precisaria de algumas alterações para poder disponibilizá-lo. Espero que ele venha, será muito gratificante!!!

      Emily Maria Pantoja Maia

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