POR QUE ESTUDAR IDADE MÉDIA NO BRASIL?


HENRIQUE DE MELO KORT KAMP


O interesse pela Idade Média generalizou-se; praticamente tornou-se mundial. Nos últimos tempos, o medievo e, especificamente, algumas de suas características mais marcantes tem levantado um interesse crescente e constante; interesse esse que, além da conquista de um espaço na historiografia, inclusive no Brasil (RUST; BASTOS, 2009), extrapolou os muros da academia e conquistou o fascínio do grande público.


A construção dessa Idade Média fantasiosa, que desperta um certo apreço e apego inegáveis, entretanto, tem servido para atender quase única e exclusivamente a uma sociedade de consumo em busca de lazeres, conforme podemos conferir a cada vez mais lucrativa romancização do mundo medieval por meio dos best-sellers e produções cinematográficas (BUENO, 2013). A grande questão é que este tipo de produção não é, de forma alguma, neutra; ela apresenta elementos político-ideológicos que retratam mais o contexto em que foi produzido (FERRO, 1992, pp. 13-14) e, neste caso, os interesses pessoais e financeiros de produtores, diretores e grandes estúdios de Cinema – não que a produção acadêmica também não o seja.

Entretanto, esse interesse incomensurável torna-se compreensível quando entendemos que falar de Idade Média é, em maior ou menor grau, falar da origem do próprio sistema moderno em que vivemos. Podemos acrescentar ainda que, de acordo com Cristiane Nova (1996), toda produção, neste caso a não-acadêmica, desempenha “um papel significativo na divulgação e na polemização do conhecimento histórico”. O maior problema talvez seja, portanto, que a Idade Média ainda é pouco conhecida ou, de fato, mal conhecida por quem não é especialista – aqui principalmente o grande público, “vítima” das “idealizações hollywoodianas”.

Diversas noções, fragmentadas e até mesmo contraditórias, são transmitidas inclusive – e ironicamente – em ambientes escolares e “dão permissão” para que todos e quaisquer conceitos relativos à Idade Média sejam utilizados conforme a conveniência de cada realidade. Pior ainda é a perpetuação, dada à forma arraigada deste modo de observar, de um preconceito quanto ao período que supostamente a humanidade foi subjugada pela ignorância e pelo afastamento da razão. Afinal, embora antigo, continua muito presente o rótulo de “Idade das Trevas”.

Petrarca (1304- 1374), pesquisador, poeta e filólogo, foi um dos primeiros, senão o primeiro, a dar margem ao mito da Idade das Trevas, por meio do termo tenebrae. Andrea (1584-1638), bibliotecário papal referia-se a ela como media tempestas, em uma referência literal a uma idade do meio, no sentido de flagelo e ruína. Rafael (1483-1520) adjetivou-a grosseira, tempo de arte gótica. Rabelais (1483- 1553) referia-se a uma espessa noite gótica. O termo, enfim, tomou lugar sob o título “Idade Média: de 324 até 1453” no consagrado manual escolar de 1688, Cellarius (LOYN, 1997, pp. 5-7).

Entretanto, de acordo com Jérome Baschet (2006), a Idade Média é desmoralizada – e com a liberdade de dizer, “demonizada” – devido a uma distância existente entre a modernidade e o medievo que não é fruto somente de movimentos como o Renascimento ou o Iluminismo. Para o historiador, a Revolução Industrial e o Capitalismo criaram uma “barreira histórica decisiva, que faz da Idade Média um mundo longínquo, um tempo de antes, no qual tudo se torna opaco para nós”. (Idem, p. 45)

Neste breve ensaio, para tanto, pretendemos levantar algumas questões que abarcam os motivos de se fazer História Medieval. Além disso, apresentamos algumas das renovações historiográficas ocorridas nos estudos sobre o medievo nas últimas décadas.

1. ESTUDAR IDADE MÉDIA

Uma pergunta parece bem pertinente – e até mesmo recorrente – nesse contexto: Por que estudar História Medieval? Ou até mais incisivamente, por que estudar História Medieval no Brasil? (AMARAL, 2011, p. 446). Poderíamos simplificar dizendo que a busca pela compreensão do período medieval auxiliaria na compreensão da história e cultura das próprias nações americanas, se considerarmos que a expansão marítima do século XV, a “eventual” descoberta do Novo Mundo e o sistema colonial empregado em boa parte da América encontra raízes profundas na Idade Média europeia (FRANCO JR., 2008, pp. 80-104).

Aliás, Confúcio (551 – 479 a.C.) e Heródoto (485 – 420 a.C), podemos assim dizer, foram os principais responsáveis por enraizar na sociedade humana a ideia de que é necessário conhecer o passado para compreender o presente e, de tal forma, “prever” o futuro. De fato, a relação Tempo-Homem-História é tão antiga quanto a própria humanidade e, por isso, é tema de inesgotáveis questões levantadas tanto por historiadores, quanto pelos demais estudiosos não só das ditas ciências sociais, mas também das ciências naturais (DOMINGUES, 1996).

Há diversas concepções sobre o conceito de tempo e como ele se articula com o próprio ser humano. Por um lado, as inúmeras sociedades ao longo da História preocuparam-se em propor análises sobre o tempo passado, seja em contraponto ou em reafirmação de seu próprio tempo presente, na tentativa de perpetuar sua memória para o tempo futuro. Por outro lado, o estudo das relações humanas elaboradas ao longo da história – mais tarde denominado Historiografia – também concebeu uma variedade de formas de representar o tempo e incorporá-lo às narrativas próprias (BARROS, 2010, pp. 180-208).

Neste ponto, encontramos o argumento de Ronaldo Amaral (2011, p. 447) para justificar o estudo da Idade Média em terras brasileiras: a Idade Média é, ao mesmo tempo, europeia e brasileira, mesmo que ela se faça presente de formas distintas nesses locais, por meio de uma sobreposição de tempos. Se na Europa ela se encontra materializada em uma enorme quantidade de elementos urbanos sobreviventes da época, no Brasil ela se perpetua na tradição mental que engendra nossa conjuntura nacional, por meio de uma estrutura social, política, cultural e religiosa que já não é só medieval ou europeia.

Concordamos em parte, pois além de acreditarmos não ser somente este o motivo para os estudos medievais em terras tupiniquins, é necessário pontuar que este “legado mental” é de difícil apreensão e, portanto, difícil de separar e delinear suas origens. Mesmo com a ressalva feita pelo autor de que esse legado é mais sentido do que compreendido pelos seus agentes, não ficam claras as formas como ele se condiciona, se conduz e se insere em uma dinâmica histórica de estruturas inconscientes, considerando ainda que as sociedades posteriores nem sempre – podemos dizer até mesmo na maior parte das vezes – partilham e utilizam-se dos mesmos e exatos significados que tais elementos tiveram em épocas precedentes (VOVELLE, 1987, p. 276).

Preterimos – e estendemos para qualquer espaço geográfico – o ponto de vista fornecido por Julien Demade sobre “Por que estudar a Idade Média no século XXI?” em seu artigo para o livro Pourquoi étudier le Moyen Âge? Les médiévistes face aux usages sociaux du passé. Actes du colloque tenu à l’université de São Paulo du 7 au 9 mai 2008, fruto do Colóquio Internacional que tinha como temática a própria questão já colocada. O autor propôs três possíveis argumentos que justificam o estudo da história (medieval): o passado enquanto origem, o passado enquanto analogia e o passado enquanto produto de “fiscalização intelectual” a respeito de mitos que surgem sobre o próprio passado; tratar-se-ia, portanto, da História como um estudo da alteridade (DEMADE, 2012, pp. 44-45).

Não descartamos, dessa forma, os argumentos de Amaral, já presentes anteriormente em trabalhos de historiadores como Hilário Franco Júnior. Apenas acreditamos que vá além e mereça determinado cuidado refletir sobre os porquês de construir uma medievalística brasileira. Como destaca Demade (2012, pp. 44-45), para engajar o estudo da História (em específico, a medieval) devemos nos ancorar na autonomia do medievo em relação ao presente, em um estudo para e por ele mesmo. Seria então um estudo da alteridade de abordagem, não da defesa do objeto por si só, mas sim do que o autor descreve ser “unicamente por seu valor heurístico diferencial”, interessando na medida em que permite “abordar problemas cruciais, [...] problemas que nenhum dos objetos dessas ciências permitiria formular corretamente”.

Logo, qualquer sublevação histórica torna-se, concomitantemente, um produto histórico e um produto historiográfico, sendo resultado de visões ideológicas e escolhas particulares intimamente ligadas ao contexto em que se deu, quanto ao período em que o analisa (AMARAL, 2012). Nesse sentido, devemos nos policiar para que preconceitos e anacronismos não distorçam pesquisa e seus resultados, nem prática educativa e construção do saber – para nós, não dissociáveis – para que não se caia no mero aproveitamento e – arbitrária – reprodução de elementos medievais, tais como em obras destinadas ao puro entretenimento. Logo, se a realidade histórica constitui uma malha densa, complexa e repleta de conceitos, o ofício do historiador – incluindo nesta categoria os também historiadores professores de todos os níveis da Educação – não é meramente passivo, reprodutivo ou receptivo.

2. BREVÍSSIMA HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA MEDIEVALÍSTICA

Haja vista essa discussão sobre os motivos de se estudar a Idade Média e as influências sobre as óticas adotadas, torna-se ainda mais complexo definir quando esses estudos começaram. Se nos referirmos à sua nomenclatura, remeteríamos à Renascença Italiana. Denominações como “o período em que a humanidade não tomou banho” (BESSELAAR, 1970, pp. 89-95), “Idade das Trevas” (FRANCO JR., 2001, pp. 17-19), “Civilização da Barbárie” (INÁCIO; LUCA, 1988, p. 7), entre muitas outras caracterizações pejorativas foram utilizadas por pensadores renascentistas para definir os séculos que sucederam o fim do Império Romano do Ocidente. Ou seja, a Idade Média era entendida como um período de extremo retrocesso intelectual, marcado pela dominação de uma Igreja responsável por generalizar a ignorância e a superstição. Era vista, portanto, como uma época intermediária, de recesso da razão, dentro de um contexto que tais pensadores logravam estar vivendo em uma época de retomada do legado greco-romano, o retorno de um período de esplendor, orientada pelo uso da razão e pela liberdade individual (FRANCO JR., 2001, pp. 17-19).

Se nos concentrarmos nas críticas em relação ao pensamento religioso dominante no medievo, voltaríamos nossas atenções à Revolução Científica e ao Iluminismo europeu. Segundo Carlos Eduardo Schipanski e Luizangela Padilha Pontarolo (2009, pp. 13-16), no século XVII, a visão negativa sobre o medievo foi reforçada através das críticas das religiões protestantes e dos novos burgueses capitalistas à hegemonia e supremacia da Igreja que limitava a liberdade pessoal e o desenvolvimento de novas relações econômicas. Já no século XVIII, em uma verdadeira caçada antiaristocrática e anticlerical, os iluministas defenderam, por exemplo, que somente com a retomada da razão no fim do século XV que os homens alcançaram o progresso político, social e material. A Idade Média seria, portanto, “uma longa noite”, um período de obscurantismo, fé exacerbada e pouco ou quase nenhum racionalismo.

A primeira metade do século XIX vai, entretanto, alterar a noção que se construiu sobre o período entre os séculos V e XV. O Romantismo, como mostram Schipanski e Pontarolo (2009, pp. 13-16), vai mostrar o medievo como uma época de ouro, a partir de “uma supervalorização da arte e da arquitetura gótica e, também, uma tentativa de retomar as tradições e a religiosidade que haviam sido substituídas pelo culto exagerado ao cientificismo”. Como destaca Vitor Manuel de Aguiar e Silva (1982, p. 74), o período medieval “atraía a sensibilidade e a imaginação românticas pelo pitoresco dos seus usos e costumes”. Podemos citar como exemplos, as lendas, as tradições, os castelos e o idealismo sobre os cavaleiros, os monges, os santos e os cruzados, em um esforço também para a construção de uma identidade nacional (FRANCO JR., 2001, p. 12).
“Construir-se-ia uma Idade Média idealizada que nebulava os olhos e os entendimentos dos homens do século XIX [...]. A literatura que idealiza essa Idade Média cheia de maravilhas, força, sentimentos afáveis, dentre as quais estão as obras de Yvain. O cavaleiro e o Leão, Tristão e Isolda, e toda aquela abundante escritura das gestas de cavalaria do amor cortês [...] é exemplo de todo o material que ajudou o século XIX a fazer da Idade Média não mais uma idade das trevas e sim uma idade, senão das luzes, de uma suave neblina de bem-estar e romantismo.” (AMARAL, 2012, p. 5)
Logo, ela estava distante de ser considerada histórica. Como destaca Amaral (2012, p. 6), os pensadores desse período “romântico e enfadado do racionalismo” conceberiam a Idade Média como “uma época tão ou mais romântica que o próprio século XIX”. Seria o que o autor chama de “uma ‘Idade Média do XIX’ antes de qualquer pretensão de se chegar a uma Idade Média por si mesma”.

Por outro lado, a historiografia do século XX já revogou o caráter ora monofásico e decadente, ora romancizado da Idade Média: na academia, o estudo e o ensino de História Medieval passou por profundas transformações no sentido de ampliar-se, aprofundar-se e modernizar-se, com novas abordagens e questões norteadoras a partir da utilização de diferentes fontes antes apenas tangenciadas – quando não marginalizadas ou “esquecidas” – pela historiografia tradicional. Tais modificações só tiveram lugar, podemos assim dizer, por contribuição do grupo francês conhecido como Escola dos Annales, o grande responsável por traçar essa nova perspectiva sobre o mundo medieval. Expoentes como Marc Bloch, da primeira geração, Fernand Braudel, da segunda geração, e Jacques Le Goff e Georges Duby, da terceira geração, proporiam novas formas de olhar para a Idade Média  e a reconhecer como um período de florescentes descobertas (COSER, 2010). Segundo Jacques Le Goff, foi no período medieval que se fundou a sociedade moderna e que se criou “a cidade, a nação, o Estado, a universidade, o moinho, a máquina, a hora e o relógio, o livro, o garfo, o vestuário, a pessoa, a consciência e, finalmente, a revolução” (LE GOFF, 1980, p. 12).

Esse novo fazer historiográfico se ampliaria, se reinventaria e se propagaria até os nossos dias. A grande maioria dos trabalhos recentes sobre o medievo, por exemplo, tomam lugar graças à ampliação das fontes e de seu horizonte interpretativo proporcionada pela História Cultural, especificamente aquela que se pode denominar Nova História Cultural e que vai  ganhar notoriedade e espaço na academia nas últimas décadas do século XX, apresentando uma ampla rede de diálogos entre História, Psicologia, Antropologia, Sociologia, Linguística, Ciência Política e demais áreas do conhecimento (VIEIRA, 2015).

Entretanto, essa nova historiografia não é homogênea e apresenta discordâncias profundas em diversos casos. Amaral cita o caso de Le Goff e Peter Brow que parecem falar de temporalidades totalmente opostas ao abordarem a natureza das transformações ocorridas durante os primeiros séculos da Idade Média (AMARAL, 2012, p. 7). Outro caso nos é apontado por Chris Wickham ao dissertar a respeito das abordagens marxistas sobre o período medieval (WICKHAM, 2012). Para o autor, muitos trabalhos escritos após a década de 1980 não parecem possuir uma carga política explícita como aqueles escritos em décadas anteriores, o que descaracterizaria sua própria abordagem teórico-metodológica. Seriam – traduzindo a grosso modo – pouco marxistas, ou quase não se identificariam com as propostas desta vertente (Idem, p. 226).

Apesar dessas divergências, podemos perceber, como discorre Coser (2010), uma diversificação nos estudos medievalísticos derivada, principalmente, dos debates sobre curta, média e longa duração, o trabalho com tempos históricos sobrepostos entre si, a abertura para o estudo das mentalidades e os apontamentos para as possíveis continuidades, reminiscências e rupturas nos planos político, econômico, social e cultural, principalmente. Esses novos caminhos tomados pela historiografia medieval, por sua vez, tiveram grande penetração nas universidades brasileiras, já sob influência dessas novas abordagens.

Como dissertaram, Leandro Rust e Mário Jorge Bastos (2009, p. 13), dois grandes medievalistas nacionais, “transitando das vagas estruturalistas das mentalidades à crítica sagital dos pós-modernos, explorando objetos que se estendem desde a imensidão oceânica de medos coletivos ao novelo espinhoso das relações políticas”, nossos estudos em História Medieval “exibem-se versáteis e promissores”. Essa questão, entretanto, merece uma análise detalhada em outro momento.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De tal modo, em um contexto que intercala momentos de crises e de estabilidade, não devemos conceber a Idade Média como ignorante, devaneadora ou obsoleta, mas puramente histórica, porque se complexifica pelos homens a medida em que estabelecem suas relações. Homens estes do passado (que viveram aquela realidade) e do presente (que buscam alcançar a “verdade” histórica sobre ela). É assim que (a)creditamos ser o ponto de partida para toda e qualquer análise do medievo: o contexto social, político, econômico e/ou cultural que o permeia e o rege.

REFERÊNCIAS

Henrique de Melo Kort Kamp atualmente é doutorando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (PPGH-UFF), sob orientação da Profa. Dra. Carolina Coelho Fortes e fomento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). É Mestre (2019), Bacharel (2018) e Licenciado (2017) em História pela UFF. Contato: henrique@profhistoria.com.

AGUIAR E SILVA, Vitor Manuel de. Teoria da literatura. Coimbra: Livraria Almedina, 1982, p. 74.
AMARAL, R. A Idade Média e suas Controversas Mensurações: tempo histórico, tempo historiográfico, tempo arquétipo. In: Fênix: Revista de História e Estudos Culturais. Vol. 9, Ano IX, Nº 1, Jan-Abr/2012. Disponível em <www.revistafenix.pro.br>.
__________. O medievalismo no Brasil. In: História Unisinos, v. 15, n. 3. São Leopoldo, 2011.
BARROS, José D'Assunção. Os Tempos da História: do tempo mítico às representações historiográficas do século XIX. In: Revista Crítica Histórica. Ano 1, n°2. Alagoas: UFAL, 2010. p.180-208. Disponível em <http://ning.it/hoEWu4>.
BASCHET, Jérôme. A Civilização Feudal: do ano mil à colonização da América. Trad. Marcelo Rede. SP: Globo, 2006.
BASTOS, M. J. M.; RUST, L. D. Translatio Studii. A História Medieval no Brasil. In: Revista Signum, nº 10, p. 163-188, 2009.
BESSELAAR, J. V. D. Introdução aos Estudos Históricos. São Paulo: Editora Herder, 1970.
BUENO, R. P. M. A Cultura Medieval sob o Ângulo das Imagens Cinematográficas. In: Anais Eletrônicos do XXVII Simpósio Nacional de História: Conhecimento Histórico e Diálogo Social. Natal: 22 – 26/07/2013. Disponível em <http://goo.gl/fa4ZB5>.
COSER, M. Um novo conceito de Idade Média nas escolas. In: AMARAL, C.; et al. Representações de Poder e Práticas Discursivas. RJ: UFRRJ, Prodocência, LITHAM e Capes, 2010. Disponível em <http://goo.gl/eH2t6b>.
DOMINGUES, I. O fio e a trama: reflexões sobre o tempo e a história. São Paulo: Iluminuras; Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1996.
FRANCO JR, H. Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Editora Brasiliense, 2001.
__________. Raízes medievais do Brasil. In: Revista USP, v. 1, n. 78. São Paulo: 2008.
INÁCIO, Inês C. & LUCA, Tania R. de. O pensamento medieval. São Paulo: Ática, 1988.
LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Média. Lisboa: Editorial Presença, 1980.
LOYN, H. R. (org.) Dicionário da Idade Média. RJ: Jorge Zahar, 1997.
MÉHU, Didier; ALMEIDA, Néri de Barros; SILVA, Marcelo Cândido da. Pourquoi étudier le Moyen Âge? Les médiévistes face aux usages sociaux du passé. Actes du colloque tenu à l’université de São Paulo du 7 au 9 mai 2008. Paris: Publications de la Sorbonne, 2012.
NOVA, Cristiane. O Cinema e o conhecimento da História. In: O Olho da História - Revista de História Contemporânea, nº 3. Salvador: 1996. Disponível em <http://goo.gl/p8rCkb>.
SCHIPANSKI, C. E.; e PONTAROLO, L. P. História medieval: releitura de uma época. Guarapuava: Ed. Da Unicentro, 2009.
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VOVELLE, M. Ideologias e mentalidades. São Paulo: Brasiliense, 1987.
WICKHAM, Chris. Abordagens marxistas sobre a Idade Média, algumas questões e exemplos. In: Mare Nostrum, n. 3. São Paulo: 2012.

11 comentários:

  1. Inicialmente, parabéns pelo artigo Henrique.
    Não possuo questionamentos, mas gostaria de comentar de que quando você fala de que a Idade Média é vítima de produções hollywoodianas, eu sinto isso sempre na sala de aula, principalmente no Ensino Médio quando trabalho esse período. São estereótipos que custam a ser desconstruídos, mas nem sempre conseguimos. E pior, alguns comentam de que o filme sim fala a verdade e o professor mediador e o livro didático, por exemplo, estão equivocados, pois tudo que vem dos “EUA” é digno de verdade absoluta.
    Até mais!
    =)
    Comentário de Talita Seniuk

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    1. Obrigado pelo seu comentário, Talita!

      Eu concordo com você! Em tempos de desinformação e de superproduções cinematográficas, esses discursos que se valem de elementos históricos para construir suas narrativas acabam tomando o lugar da própria História. Eu ainda acho que filmes e séries são excelentes elementos para serem utilizados em sala de aula como um recurso que possibilita a reflexão sobre períodos distantes (tanto no tempo, quanto no espaço). O problema é saber conduzir o seu uso para que o aluno seja capaz de decodificar o que é real e o que é fictício, podendo desfrutar da obra com senso crítico. Mais uma tarefa árdua do educador!

      Até!
      Henrique Kort Kamp.

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  2. Olá, Henrique, seu trabalho me inspira a pensar em aulas que reflitam sobre os distintos discursos construídos ao longo do tempo sobre a Idade Média, e isso pode ser trabalhado em diferentes perspectivas, o que tornaria a aula bem interessante. Essas diferenças podem ser analisadas na historiografia, no cinema, na literatura, no ensino, entre outros. Seria essa uma das possibilidades para o aluno analisar o medievo em diferentes contextos?

    Elbia Souza.

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    1. Obrigado pelo comentário, Elbia!

      Sim, com certeza! É interessante que o aluno tenha acesso aos diferentes discursos sobre o período ao longo tempo, para que ele perceba como os próprios estereótipos foram construídos e possa, então, desconstrui-los.

      Henrique Kort Kamp.

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  3. Parabéns pela sua comunicação,suas reflexões são positivas e acrescentam bastante sobre a temática.
    De fato percebemos como os estudos sobre a Idade Média contribuem para essa diversificação e valorização do tema, entretanto ainda existem desafios a serem superados.
    Você percebe se ainda existe resistência dentro do meio acadêmico sobre o tema da Idade Média??

    Francicléia Ramos.

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    1. Obrigado pelo seu comentário, Francicléia.

      Há diversas respostas para sua pergunta porque depende de como se olha para as relações acadêmicas. Posso dizer que ainda há professores e pesquisadores de outras áreas do conhecimento e dentro da própria área de História, mas que estudam outros períodos, que não conseguem visualizar com clareza a importância do tema e, portanto, colocam em xeque a validade do seu estudo. Agora, entre os próprios pesquisadores do período, eu diria há aqueles que produzem estudos ainda muito apaixonados pelo período, mas que mesmo assim não reproduzem estereótipos e contribuem para o avanço do campo.

      Henrique Kort Kamp.

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  4. Boa noite Henrique e parabéns pelo trabalho muito interessante! É realmente muito ver trabalhos que abordam o medievo ser desenvolvidos no Brasil!
    Sobre seu trabalhos, o que de mais grave as produções mediáticas trazem para a compreensão do público geral sobre a idade média em sua opinião? E quais os meios que você entende que deve ser percorrido dentro de sala de aula, principalmente, para se modificar isso?

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    1. Pergunta de Edimar Junior, agradeço desde já.

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    2. Obrigado pelo comentário, Edimar.

      É difícil responder a sua pergunta. São muitos os estereótipos que as diversas mídias reproduzem e muitas as apropriações que se fazem sobre o medievo. Entretanto, as mais comuns são sobre o imaginário e as relações sociopolíticas. Da mesma forma, não há uma forma "pronta" para modificar isso. Todavia, o melhor caminho, acredito eu, seja o da desconstrução, de forma que o aluno seja capaz de perceber os estereótipos presentes nas obras e discursos, fazendo uso deles tão somente como eles são: obras destinadas ao lazer.

      Henrique Kort Kamp.

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  5. Olá boa noite, parabéns pelo texto. Seu trabalho é muito pertinente, uma vez que no contexto nacional ainda se questiona muito entre os alunos, porque estuda Idade media.
    No contexto em sala de aula,Quais estrategias você indicaria para acaba com os esteriótipos sobre Iodade Media?

    Ayrton Costa da Silva.

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  6. Obrigado pelo seu comentário, Ayrton.

    Digo o mesmo que respondi ao colega acima, não há uma "receita pronta". Eu acredito, entretanto, que o melhor caminho seja o da desconstrução. Assim o aluno se torna capaz de reconhecer os estereótipos e pode desfrutar das obras tais quais elas são: obras destinadas ao lazer.

    Henrique Kort Kamp.

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