HENRIQUE DE MELO KORT KAMP
O interesse pela Idade Média generalizou-se; praticamente
tornou-se mundial. Nos últimos tempos, o medievo e, especificamente, algumas de
suas características mais marcantes tem levantado um interesse crescente e
constante; interesse esse que, além da conquista de um espaço na
historiografia, inclusive no Brasil (RUST; BASTOS, 2009), extrapolou os muros
da academia e conquistou o fascínio do grande público.
A construção dessa Idade Média fantasiosa, que desperta
um certo apreço e apego inegáveis, entretanto, tem servido para atender quase
única e exclusivamente a uma sociedade de consumo em busca de lazeres, conforme
podemos conferir a cada vez mais lucrativa romancização do mundo medieval por
meio dos best-sellers e
produções cinematográficas (BUENO, 2013). A
grande questão é que este tipo de produção não é, de forma alguma, neutra; ela
apresenta elementos político-ideológicos que retratam mais o contexto em que
foi produzido (FERRO, 1992, pp. 13-14) e, neste caso, os interesses pessoais e
financeiros de produtores, diretores e grandes estúdios de Cinema – não que a
produção acadêmica também não o seja.
Entretanto, esse interesse incomensurável torna-se
compreensível quando entendemos que falar de Idade Média é, em maior ou menor
grau, falar da origem do próprio sistema moderno em que vivemos. Podemos
acrescentar ainda que, de acordo com Cristiane Nova (1996), toda produção,
neste caso a não-acadêmica, desempenha “um papel significativo na divulgação e
na polemização do conhecimento histórico”. O maior problema talvez seja,
portanto, que a Idade Média ainda é pouco conhecida ou, de fato, mal conhecida
por quem não é especialista – aqui principalmente o grande público, “vítima”
das “idealizações hollywoodianas”.
Diversas noções, fragmentadas e até mesmo contraditórias,
são transmitidas inclusive – e ironicamente – em ambientes escolares e “dão
permissão” para que todos e quaisquer conceitos relativos à Idade Média sejam
utilizados conforme a conveniência de cada realidade. Pior ainda é a
perpetuação, dada à forma arraigada deste modo de observar, de um preconceito
quanto ao período que supostamente a humanidade foi subjugada pela ignorância e
pelo afastamento da razão. Afinal, embora antigo, continua muito presente o
rótulo de “Idade das Trevas”.
Petrarca (1304- 1374), pesquisador, poeta e filólogo, foi
um dos primeiros, senão o primeiro, a dar margem ao mito da Idade das Trevas,
por meio do termo tenebrae. Andrea (1584-1638), bibliotecário papal
referia-se a ela como media tempestas, em uma referência literal a uma
idade do meio, no sentido de flagelo e ruína. Rafael (1483-1520) adjetivou-a
grosseira, tempo de arte gótica. Rabelais (1483- 1553) referia-se a uma espessa
noite gótica. O termo, enfim, tomou lugar sob o título “Idade Média: de 324 até
1453” no consagrado manual escolar de 1688, Cellarius (LOYN, 1997, pp. 5-7).
Entretanto, de acordo com Jérome Baschet (2006), a Idade
Média é desmoralizada – e com a liberdade de dizer, “demonizada” – devido a uma
distância existente entre a modernidade e o medievo que não é fruto somente de
movimentos como o Renascimento ou o Iluminismo. Para o historiador, a Revolução
Industrial e o Capitalismo criaram uma “barreira histórica decisiva, que faz da
Idade Média um mundo longínquo, um tempo de antes, no qual tudo se torna opaco
para nós”. (Idem, p. 45)
Neste breve ensaio, para tanto, pretendemos levantar
algumas questões que abarcam os motivos de se fazer História Medieval. Além
disso, apresentamos algumas das renovações historiográficas ocorridas nos
estudos sobre o medievo nas últimas décadas.
1. ESTUDAR IDADE
MÉDIA
Uma pergunta parece bem pertinente – e até mesmo
recorrente – nesse contexto: Por que
estudar História Medieval? Ou até mais incisivamente, por que estudar História Medieval no Brasil? (AMARAL, 2011, p. 446). Poderíamos simplificar dizendo que a
busca pela compreensão do período medieval auxiliaria na compreensão da
história e cultura das próprias nações americanas, se considerarmos que a
expansão marítima do século XV, a “eventual” descoberta do Novo Mundo e o
sistema colonial empregado em boa parte da América encontra raízes profundas na
Idade Média europeia (FRANCO JR., 2008, pp. 80-104).
Aliás, Confúcio (551 – 479 a.C.) e Heródoto (485 – 420
a.C), podemos assim dizer, foram os principais responsáveis por enraizar na
sociedade humana a ideia de que é necessário conhecer o passado para
compreender o presente e, de tal forma, “prever” o futuro. De fato, a relação
Tempo-Homem-História é tão antiga quanto a própria humanidade e, por isso, é tema
de inesgotáveis questões levantadas tanto por historiadores, quanto pelos
demais estudiosos não só das ditas ciências sociais, mas também das ciências
naturais (DOMINGUES, 1996).
Há diversas concepções sobre o conceito de tempo e como
ele se articula com o próprio ser humano. Por um lado, as inúmeras sociedades
ao longo da História preocuparam-se em propor análises sobre o tempo passado,
seja em contraponto ou em reafirmação de seu próprio tempo presente, na
tentativa de perpetuar sua memória para o tempo futuro. Por outro lado, o
estudo das relações humanas elaboradas ao longo da história – mais tarde
denominado Historiografia – também concebeu uma variedade de formas de
representar o tempo e incorporá-lo às narrativas próprias (BARROS, 2010, pp.
180-208).
Neste ponto, encontramos o argumento de Ronaldo Amaral
(2011, p. 447) para justificar o estudo da Idade Média em terras brasileiras: a
Idade Média é, ao mesmo tempo, europeia e brasileira, mesmo que ela se faça
presente de formas distintas nesses locais, por meio de uma sobreposição de
tempos. Se na Europa ela se encontra materializada em uma enorme quantidade de
elementos urbanos sobreviventes da época, no Brasil ela se perpetua na tradição
mental que engendra nossa conjuntura nacional, por meio de uma estrutura
social, política, cultural e religiosa que já não é só medieval ou europeia.
Concordamos em parte, pois além de acreditarmos não ser
somente este o motivo para os estudos medievais em terras tupiniquins, é
necessário pontuar que este “legado mental” é de difícil apreensão e, portanto,
difícil de separar e delinear suas origens. Mesmo com a ressalva feita pelo
autor de que esse legado é mais sentido do que compreendido pelos seus agentes,
não ficam claras as formas como ele se condiciona, se conduz e se insere em uma
dinâmica histórica de estruturas inconscientes, considerando ainda que as
sociedades posteriores nem sempre – podemos dizer até mesmo na maior parte das
vezes – partilham e utilizam-se dos mesmos e exatos significados que tais
elementos tiveram em épocas precedentes (VOVELLE, 1987, p. 276).
Preterimos – e estendemos para qualquer espaço geográfico
– o ponto de vista fornecido por Julien Demade sobre “Por que estudar a Idade
Média no século XXI?” em seu artigo para o livro Pourquoi étudier le Moyen Âge? Les médiévistes face aux usages sociaux
du passé. Actes du colloque tenu à l’université de São Paulo du 7 au 9 mai
2008, fruto do Colóquio Internacional que tinha como temática a própria
questão já colocada. O autor propôs três
possíveis argumentos que justificam o estudo da história (medieval): o passado
enquanto origem, o passado enquanto analogia e o passado enquanto produto de
“fiscalização intelectual” a respeito de mitos que surgem sobre o próprio
passado; tratar-se-ia, portanto, da História como um estudo da alteridade
(DEMADE, 2012, pp. 44-45).
Não descartamos, dessa forma, os
argumentos de Amaral, já presentes anteriormente em trabalhos de historiadores
como Hilário Franco Júnior. Apenas acreditamos que vá além e mereça determinado
cuidado refletir sobre os porquês de construir uma medievalística brasileira.
Como destaca Demade (2012, pp. 44-45), para engajar o estudo da História (em
específico, a medieval) devemos nos ancorar na autonomia do medievo em relação
ao presente, em um estudo para e por ele mesmo. Seria então um estudo da
alteridade de abordagem, não da defesa do objeto por si só, mas sim do que o
autor descreve ser “unicamente por seu valor heurístico diferencial”,
interessando na medida em que permite “abordar problemas cruciais, [...]
problemas que nenhum dos objetos dessas ciências permitiria formular
corretamente”.
Logo, qualquer sublevação histórica torna-se,
concomitantemente, um produto histórico e um produto historiográfico, sendo
resultado de visões ideológicas e escolhas particulares intimamente ligadas ao
contexto em que se deu, quanto ao período em que o analisa (AMARAL, 2012).
Nesse sentido, devemos nos policiar para que preconceitos e anacronismos não
distorçam pesquisa e seus resultados, nem prática educativa e construção do
saber – para nós, não dissociáveis – para que não se caia no mero
aproveitamento e – arbitrária – reprodução de elementos medievais, tais como em
obras destinadas ao puro entretenimento. Logo, se a realidade histórica
constitui uma malha densa, complexa e repleta de conceitos, o ofício do
historiador – incluindo nesta categoria os também historiadores professores de
todos os níveis da Educação – não é meramente passivo, reprodutivo ou
receptivo.
2. BREVÍSSIMA
HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA MEDIEVALÍSTICA
Haja vista essa discussão sobre os motivos de
se estudar a Idade Média e as influências sobre as óticas adotadas, torna-se
ainda mais complexo definir quando esses estudos começaram. Se nos referirmos à
sua nomenclatura, remeteríamos à Renascença Italiana. Denominações como “o período em que a
humanidade não tomou banho” (BESSELAAR, 1970, pp. 89-95), “Idade das Trevas”
(FRANCO JR., 2001, pp. 17-19), “Civilização da Barbárie” (INÁCIO; LUCA, 1988,
p. 7), entre muitas outras caracterizações pejorativas foram utilizadas por pensadores
renascentistas para
definir os séculos que sucederam o fim do Império Romano do Ocidente. Ou seja,
a Idade Média era entendida como um período de extremo retrocesso intelectual,
marcado pela dominação de uma Igreja responsável por generalizar a ignorância e
a superstição. Era vista, portanto, como uma época intermediária, de recesso da
razão, dentro de um contexto que tais pensadores logravam estar vivendo em uma
época de retomada do legado greco-romano, o retorno de um período de esplendor,
orientada pelo uso da razão e pela liberdade individual (FRANCO JR., 2001, pp.
17-19).
Se nos concentrarmos nas críticas em relação
ao pensamento religioso dominante no medievo, voltaríamos nossas atenções à
Revolução Científica e ao Iluminismo europeu. Segundo Carlos Eduardo Schipanski e
Luizangela Padilha Pontarolo (2009, pp. 13-16), no século XVII, a visão
negativa sobre o medievo foi reforçada através das críticas das religiões
protestantes e dos novos burgueses capitalistas à hegemonia e supremacia da
Igreja que limitava a liberdade pessoal e o desenvolvimento de novas relações
econômicas. Já no século XVIII, em uma verdadeira caçada antiaristocrática e
anticlerical, os iluministas defenderam, por exemplo, que somente com a
retomada da razão no fim do século XV que os homens alcançaram o progresso
político, social e material. A Idade Média seria, portanto, “uma longa noite”,
um período de obscurantismo, fé exacerbada e pouco ou quase nenhum
racionalismo.
A
primeira metade do século XIX vai, entretanto, alterar a noção que se construiu
sobre o período entre os séculos V e XV. O Romantismo, como mostram Schipanski
e Pontarolo (2009, pp. 13-16), vai mostrar o medievo como uma época de ouro, a
partir de “uma supervalorização da arte e da arquitetura gótica e,
também, uma tentativa de retomar as tradições e a religiosidade que haviam sido
substituídas pelo culto exagerado ao cientificismo”. Como destaca Vitor Manuel
de Aguiar e Silva (1982, p. 74), o período medieval “atraía a sensibilidade e a
imaginação românticas pelo pitoresco dos seus usos e costumes”. Podemos citar
como exemplos, as lendas, as tradições, os castelos e o idealismo sobre os
cavaleiros, os monges, os santos e os cruzados, em um esforço também para a
construção de uma identidade nacional (FRANCO JR., 2001, p. 12).
“Construir-se-ia
uma Idade Média idealizada que nebulava os olhos e os entendimentos dos homens
do século XIX [...]. A literatura que idealiza essa Idade Média cheia de
maravilhas, força, sentimentos afáveis, dentre as quais estão as obras de Yvain.
O cavaleiro e o Leão, Tristão e Isolda, e toda aquela abundante
escritura das gestas de cavalaria do amor cortês [...] é exemplo de todo o
material que ajudou o século XIX a fazer da Idade Média não mais uma idade das
trevas e sim uma idade, senão das luzes, de uma suave neblina de bem-estar e
romantismo.” (AMARAL, 2012, p. 5)
Logo,
ela estava distante de ser considerada histórica. Como destaca Amaral (2012, p.
6), os pensadores desse período “romântico e enfadado do racionalismo”
conceberiam a Idade Média como “uma época tão ou mais romântica que o próprio
século XIX”. Seria o que o autor chama de “uma ‘Idade Média do XIX’ antes de
qualquer pretensão de se chegar a uma Idade Média por si mesma”.
Por outro lado, a historiografia do século XX já revogou
o caráter ora monofásico e decadente, ora romancizado da Idade Média: na
academia, o estudo e o ensino de História Medieval passou por profundas
transformações no sentido de ampliar-se, aprofundar-se e modernizar-se, com
novas abordagens e questões norteadoras a partir da utilização de diferentes
fontes antes apenas tangenciadas – quando não marginalizadas ou “esquecidas” –
pela historiografia tradicional. Tais modificações só tiveram lugar, podemos
assim dizer, por contribuição do grupo francês conhecido como Escola dos Annales, o grande responsável
por traçar essa nova perspectiva sobre o mundo medieval. Expoentes como Marc
Bloch, da primeira geração, Fernand Braudel, da segunda geração, e Jacques Le
Goff e Georges Duby, da terceira geração, proporiam novas formas de olhar para
a Idade Média e a reconhecer como um
período de florescentes descobertas (COSER, 2010). Segundo Jacques Le Goff, foi
no período medieval que se fundou a sociedade moderna e que se criou “a cidade,
a nação, o Estado, a universidade, o moinho, a máquina, a hora e o relógio, o
livro, o garfo, o vestuário, a pessoa, a consciência e, finalmente, a
revolução” (LE GOFF, 1980, p. 12).
Esse novo fazer historiográfico se ampliaria, se
reinventaria e se propagaria até os nossos dias. A grande maioria dos trabalhos
recentes sobre o medievo, por exemplo, tomam lugar graças à ampliação das
fontes e de seu horizonte interpretativo proporcionada pela História Cultural,
especificamente aquela que se pode denominar Nova História Cultural e que
vai ganhar notoriedade e espaço na
academia nas últimas décadas do século XX, apresentando uma ampla rede de
diálogos entre História, Psicologia, Antropologia, Sociologia, Linguística,
Ciência Política e demais áreas do conhecimento (VIEIRA, 2015).
Entretanto, essa nova historiografia não é homogênea e
apresenta discordâncias profundas em diversos casos. Amaral cita o caso de Le
Goff e Peter Brow que parecem falar de temporalidades totalmente opostas ao
abordarem a natureza das transformações ocorridas durante os primeiros séculos
da Idade Média (AMARAL, 2012, p. 7). Outro caso nos é apontado por Chris
Wickham ao dissertar a respeito das abordagens marxistas sobre o período
medieval (WICKHAM, 2012). Para o autor, muitos trabalhos escritos após a década
de 1980 não parecem possuir uma carga política explícita como aqueles escritos
em décadas anteriores, o que descaracterizaria sua própria abordagem
teórico-metodológica. Seriam – traduzindo a grosso modo – pouco marxistas, ou
quase não se identificariam com as propostas desta vertente (Idem, p. 226).
Apesar dessas divergências, podemos perceber, como
discorre Coser (2010), uma diversificação nos estudos medievalísticos derivada,
principalmente, dos debates sobre curta, média e longa duração, o trabalho com
tempos históricos sobrepostos entre si, a abertura para o estudo das mentalidades
e os apontamentos para as possíveis continuidades, reminiscências e rupturas
nos planos político, econômico, social e cultural, principalmente. Esses novos
caminhos tomados pela historiografia medieval, por sua vez, tiveram grande
penetração nas universidades brasileiras, já sob influência dessas novas
abordagens.
Como dissertaram, Leandro Rust e Mário Jorge Bastos
(2009, p. 13), dois grandes medievalistas nacionais, “transitando das vagas
estruturalistas das mentalidades à crítica sagital dos pós-modernos, explorando
objetos que se estendem desde a imensidão oceânica de medos coletivos ao novelo
espinhoso das relações políticas”, nossos estudos em História Medieval
“exibem-se versáteis e promissores”. Essa questão, entretanto, merece uma
análise detalhada em outro momento.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De tal modo, em um contexto que intercala momentos de
crises e de estabilidade, não devemos conceber a Idade Média como ignorante,
devaneadora ou obsoleta, mas puramente histórica, porque se complexifica pelos
homens a medida em que estabelecem suas relações. Homens estes do passado (que
viveram aquela realidade) e do presente (que buscam alcançar a “verdade”
histórica sobre ela). É assim que (a)creditamos ser o ponto de partida para
toda e qualquer análise do medievo: o contexto social, político, econômico e/ou
cultural que o permeia e o rege.
REFERÊNCIAS
Henrique de Melo Kort Kamp atualmente é doutorando em História pelo Programa de
Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (PPGH-UFF), sob
orientação da Profa. Dra. Carolina Coelho Fortes e fomento da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). É Mestre (2019), Bacharel
(2018) e Licenciado (2017) em História pela UFF. Contato: henrique@profhistoria.com.
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Inicialmente, parabéns pelo artigo Henrique.
ResponderExcluirNão possuo questionamentos, mas gostaria de comentar de que quando você fala de que a Idade Média é vítima de produções hollywoodianas, eu sinto isso sempre na sala de aula, principalmente no Ensino Médio quando trabalho esse período. São estereótipos que custam a ser desconstruídos, mas nem sempre conseguimos. E pior, alguns comentam de que o filme sim fala a verdade e o professor mediador e o livro didático, por exemplo, estão equivocados, pois tudo que vem dos “EUA” é digno de verdade absoluta.
Até mais!
=)
Comentário de Talita Seniuk
Obrigado pelo seu comentário, Talita!
ExcluirEu concordo com você! Em tempos de desinformação e de superproduções cinematográficas, esses discursos que se valem de elementos históricos para construir suas narrativas acabam tomando o lugar da própria História. Eu ainda acho que filmes e séries são excelentes elementos para serem utilizados em sala de aula como um recurso que possibilita a reflexão sobre períodos distantes (tanto no tempo, quanto no espaço). O problema é saber conduzir o seu uso para que o aluno seja capaz de decodificar o que é real e o que é fictício, podendo desfrutar da obra com senso crítico. Mais uma tarefa árdua do educador!
Até!
Henrique Kort Kamp.
Olá, Henrique, seu trabalho me inspira a pensar em aulas que reflitam sobre os distintos discursos construídos ao longo do tempo sobre a Idade Média, e isso pode ser trabalhado em diferentes perspectivas, o que tornaria a aula bem interessante. Essas diferenças podem ser analisadas na historiografia, no cinema, na literatura, no ensino, entre outros. Seria essa uma das possibilidades para o aluno analisar o medievo em diferentes contextos?
ResponderExcluirElbia Souza.
Obrigado pelo comentário, Elbia!
ExcluirSim, com certeza! É interessante que o aluno tenha acesso aos diferentes discursos sobre o período ao longo tempo, para que ele perceba como os próprios estereótipos foram construídos e possa, então, desconstrui-los.
Henrique Kort Kamp.
Parabéns pela sua comunicação,suas reflexões são positivas e acrescentam bastante sobre a temática.
ResponderExcluirDe fato percebemos como os estudos sobre a Idade Média contribuem para essa diversificação e valorização do tema, entretanto ainda existem desafios a serem superados.
Você percebe se ainda existe resistência dentro do meio acadêmico sobre o tema da Idade Média??
Francicléia Ramos.
Obrigado pelo seu comentário, Francicléia.
ExcluirHá diversas respostas para sua pergunta porque depende de como se olha para as relações acadêmicas. Posso dizer que ainda há professores e pesquisadores de outras áreas do conhecimento e dentro da própria área de História, mas que estudam outros períodos, que não conseguem visualizar com clareza a importância do tema e, portanto, colocam em xeque a validade do seu estudo. Agora, entre os próprios pesquisadores do período, eu diria há aqueles que produzem estudos ainda muito apaixonados pelo período, mas que mesmo assim não reproduzem estereótipos e contribuem para o avanço do campo.
Henrique Kort Kamp.
Boa noite Henrique e parabéns pelo trabalho muito interessante! É realmente muito ver trabalhos que abordam o medievo ser desenvolvidos no Brasil!
ResponderExcluirSobre seu trabalhos, o que de mais grave as produções mediáticas trazem para a compreensão do público geral sobre a idade média em sua opinião? E quais os meios que você entende que deve ser percorrido dentro de sala de aula, principalmente, para se modificar isso?
Pergunta de Edimar Junior, agradeço desde já.
ExcluirObrigado pelo comentário, Edimar.
ExcluirÉ difícil responder a sua pergunta. São muitos os estereótipos que as diversas mídias reproduzem e muitas as apropriações que se fazem sobre o medievo. Entretanto, as mais comuns são sobre o imaginário e as relações sociopolíticas. Da mesma forma, não há uma forma "pronta" para modificar isso. Todavia, o melhor caminho, acredito eu, seja o da desconstrução, de forma que o aluno seja capaz de perceber os estereótipos presentes nas obras e discursos, fazendo uso deles tão somente como eles são: obras destinadas ao lazer.
Henrique Kort Kamp.
Olá boa noite, parabéns pelo texto. Seu trabalho é muito pertinente, uma vez que no contexto nacional ainda se questiona muito entre os alunos, porque estuda Idade media.
ResponderExcluirNo contexto em sala de aula,Quais estrategias você indicaria para acaba com os esteriótipos sobre Iodade Media?
Ayrton Costa da Silva.
Obrigado pelo seu comentário, Ayrton.
ResponderExcluirDigo o mesmo que respondi ao colega acima, não há uma "receita pronta". Eu acredito, entretanto, que o melhor caminho seja o da desconstrução. Assim o aluno se torna capaz de reconhecer os estereótipos e pode desfrutar das obras tais quais elas são: obras destinadas ao lazer.
Henrique Kort Kamp.