O USO DA INTERNET NAS AULAS DE HISTÓRIA: UMA FERRAMENTA EDUCATIVA


Rafael Noschang Buzzo


1 INTRODUÇÃO


A resistência no uso das novas tecnologias em sala de aula diminui, podendo ser mensurado a efetividade da ferramenta em aula. O grande número de usuários de telefones celular privilegia o uso da internet em qualquer lugar e a qualquer momento, o professor deve estar atento à potencialidade do uso desta tecnologia no preparo de seus planos de aula.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estima que desde março de 2018, mais de 235 milhões de linhas móveis operam no país (ANATEL, 2018). O comitê Gestor da Interne no Brasil (CGIBr) revela que neste ano de 2018, o acesso à internet pelo telefone celular superou o do computador e estando presente em todas as classes sociais. Entretanto, o abismo entre classes é evidenciado nos indicadores de acesso por faixa social. Enquanto 99% da classe alta acessa a internet, apenas 30% das classes mais baixas conseguem entrar na rede, sendo que da classe média baixa, apenas 69% tem acesso à rede. Os dados, em comparação ao ano passado, têm demostrado aumento do número de acessos em todas as classes sociais (CGI, 2018).

O que falta para implantar o uso desta ferramenta na sala de aula é um conjunto de práticas que ainda não está inserido na rotina destes professores. Mesmo os mais jovens, que optam por usar a tecnologia disponível na escola, como computadores, audiovisual e música, se esquecem que estão com a principal ferramenta nas mãos, pois mesmo em comunidades carentes existem muitos aparelhos celulares. Assim, Circe Bittencourt (2008, p. 107) enfatiza que “[...] os atuais métodos de ensino têm de se articular às novas tecnologias para que a escola possa se identificar com as novas gerações [...]”.
        
O uso da tecnologia acompanha a informatização das ferramentas, a transformação nas comunicações, infere obrigatoriamente na produção de conhecimento. A alteração pressupõe uma mudança nos métodos de ensino:

“[...] que a informatização seja o instrumento das necessárias mudanças no atual sistema de ensino, para promover a construção do conhecimento do aluno. E, para que ele seja um instrumento é necessário que se desenvolvam esquemas de uso.” (DINIZ, 2001, p.62)

Podemos compreender da seguinte forma: com a internet, sua velocidade e capacidade de informação e a televisão, com sua imersão das imagens e da transição instantânea, provocam alterações na maneira de absorver o conhecimento. Neste contexto, torna-se necessário para educação que a informatização das ferramentas de ensino ocorra, adequando a forma dos indivíduos de apreender as informações. (BITTENCOURT, 2008, p. 107). A globalização transforma o cotidiano do cidadão, transporta informações instantaneamente para toda parte do globo, assim a forma que compreendemos estas informações são alteradas, sendo necessário, uma nova forma de ensino. O ensino deve estar de acordo com a forma do educando absorver as informações – e consequentemente da tomada de consciência – utilizando ferramentas que aproximem a linguagem habitual com o conteúdo, para isso, usamos as tecnologias disponíveis.

A metodologia implica em organizar as atividades didáticas (os meios) para atingir os objetivos (os fins). Os métodos tradicionais fizeram sentido em determinada época, o que não faz na contemporaneidade (ZASLAVSKY, 2015, p. 104), a procura de novas ferramentas, novas maneiras de instigar o aluno e motivar a pesquisa são necessárias. O uso da informática e das mídias, como a internet, na educação tem função de ferramenta de ensino, que facilita a tomada de consciência do aluno. Estas ferramentas são variadas e objetivam o conhecimento, atuam e conduzem uma linguagem mais próxima com os educandos. Entretanto o professor deve observar alguns cuidados:

“A primeira concepção que um professor desejoso de trabalhar com a Internet como recurso pedagógico deve tomar é colocar-se no papel de facilitador e não ditador da aprendizagem. Compreender que cada aluno tem seu ritmo, seu caminho a percorrer até o saber, torna-se um desafio que precisa ser transpassado para que a Internet seja usada como ferramenta pedagógica.” (FONTES, 2011, p. 24)
          
2 O USO DA INTERNET COMO FERRAMENTA EDUCATIVA

O uso das tecnologias tem a vantagem de propagar o conhecimento, não ficando restrito somente à sala de aula: “funciona como agente de propagação do conhecimento, colocando-se a serviço da educação.” (DINIZ, 2001, p. 61).  Somente a máquina, o computador ou celular, não são suficientes para integrar o aluno com o conhecimento. O principal são as estratégias, a didática que o professor usar como intermediário entre o conhecimento e a ferramenta, pois, mesmo com todo o conhecimento disponível na internet, será necessário guiar o educando para as referências externas, como a relação da vida do aluno com a informação. 

O necessário para que o aluno compreenda o conteúdo, é sua tomada de consciência, para isso, deve ser capaz de transformar a razão teórica em razão prática. As aulas devem proporcionar uma maneira do educando interpretar o mundo e ver-se nesta interpretação (ZASLAVSKY, 2015, p. 95). No método ativo ou construtivista, as ações educativas são voltadas para a assimilação por meio das relações que o educando faz do conteúdo. No uso de qualquer ferramenta pedagógica procura-se privilegiar o entendimento, assimilação e a interpretação do educando. (ZASLAVSKY, 2015, p. 106)

Como foi dito anteriormente, nossa lógica está relacionada com a velocidade da informação e atratividade imagética, uma vez que a educação deve acompanhar as transformações do mundo e demais áreas do conhecimento: “nesse contexto o cidadão precisa ter criatividade, ser participativo, estar preparado para encarar essas mudanças que estão ocorrendo em nossa sociedade.” (OLIVEIRA, 2013, p. 23). Deste modo, a escola deve preparar o educando para o mundo, pois se a sociedade está imersa no mundo da informática, com computadores ligados na internet, celulares, tablets, e a escola não possui acesso amplo à informática, então ela não está cumprindo sua função.
        
O aluno vem de sua casa apto a utilizar o computador e a internet e encontra na escola um baixo nível tecnológico, como a escola preparará o educando para a sociedade? Quanto mais próximo a educação estiver da tecnologia mais estará falando a linguagem social.
                 
A internet possui praticamente todas as informações e conteúdo que utilizamos na construção dos planos de aula, assim como um gigantesco número de imagens. Os alunos podem realizar pesquisas, coletar as informações para auxiliar as atividades que foram passadas previamente na aula e divulgar seus resultados (VALENTE, 2002, p. 132). Praticamente, as possibilidades do uso da internet são extensas, sendo assim pode ser usada apenas para ilustrar certos conteúdos, com o uso da imagem no celular ou guiar uma pesquisa sobre determinado assunto, por exemplo, conhecer as diferentes comunidades que fazem parte da cidade ou os grupos étnicos que residiram em dado território, até mesmo realizando visitas virtuais aos inúmeros museus que disponibilizaram seu acervo à internet ou mesmo acesso aos mais novos artigos científicos e didáticos disponibilizados para o público.

Nas aulas em que a internet será utilizada, o professor poderá propor a pesquisa de determinado conteúdo, esse deve representar um desafio para o educando, onde sua contribuição será valorizada. A elaboração de textos autorais, baseados na pesquisa, serão o esperado, no momento em que o aluno domina a linguagem e adquire o hábito da pesquisa, abandona a simples reprodução do texto (FONTES, 2011, p. 25). O professor pode incentivar os alunos na produção autoral dos textos, com base na pesquisa ou imagens que foram colhidas na internet, dessa forma aflorando nos educandos a autonomia da escrita e da pesquisa, como sugere os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do Ensino Fundamental, nos objetivos para o quarto ciclo: “ter iniciativas e autonomia na realização de trabalhos individuais e coletivos.” (PCN, p. 66)
        
Evidente que nem todas os alunos de comunidades carentes possuem o aparelho, a situação de risco é demasiada em algumas escolas das grandes cidades brasileiras. Ainda mais, quando tratamos dos assuntos nas periferias, corremos o risco de impossibilitar qualquer ação tecnológica nestas escolas, devido à extrema carência da comunidade. Nestas áreas, mais do que em qualquer outra, será necessário o esforço máximo do professor em incluir os seus alunos na tecnologia, pois a informação é inclusiva e seus alunos têm o direito a ela.

2.1 USO DE TECNOLOGIA NAS COMUNIDADES EM RISCO

Faz-se necessário a compreensão do professor da realidade local do aluno para que se construa um currículo baseado na sociedade em que está inserido. Para muitos alunos, em situação de risco e que eventos tão distantes historicamente não fazem sentido, o professor consciente deve conduzir o educando nos caminhos que ligam os eventos do passado à sua atualidade. A fragilidade social demanda uma atenção e dedicação extra do professor e dos demais profissionais da escola.

O profissional, vezes bem-intencionado, procura diversificar as ferramentas pedagógicas utilizando os materiais disponíveis da escola. Quando estes instrumentos estão disponíveis e funcionam de forma precária ou vezes são ausente, o professor se sente frustrado e opta por uma aula tradicional. Circe Bittencourt (2008, p. 110) lembra que o uso de computadores nesta ocasião – onde se fazem ausentes ou precários – pode transformar-se em barreira entre os alunos que têm acesso ao computador e os que não possuem. O uso indiscriminado, sem a devida atenção, é instrumento de exclusão social, sendo assim uma forma de repulsa aos menos favorecidos da atividade, por conseguinte da sociedade.

Nestas ocasiões, o esforço do professor em introduzir a informática na comunidade se torna imprescindível e inclusiva. Sendo o mercado de trabalho atual permeado pela informática, o domínio do computador e da internet possibilitará a muitos alunos a desenvolverem as práticas e naturalizar o seu uso,

“Quanto mais cedo uma pessoa for introduzida no mundo da computação, mais natural será seu comportamento neste novo contexto, menos temores e preconceitos ela desenvolverá. Além disso, terá oportunidade de desenvolver numa maior comparação mental, técnica e efetiva para enfrentar a alta tecnologia ao seu redor, entendendo as limitações e potencialidade da máquina que se tornará uma ferramenta de trabalho capaz de ajudá-la na formação e construção de seus conhecimentos e no desenvolvimento de suas capacidades lógicas e de sua decisão para solução dos problemas.” (DINIZ, 2001, p. 64)

Nestes casos, onde a escola não dispõe de computadores, é possível realizar um trabalho em grupo com os estudantes que possuem aparelhos celulares, na mesma lógica do trabalho em grupo para outras atividades educativas. A professora Dra. Susana Zaslavsky (2015, p. 112) discorre sobre esta forma de trabalho,

“O trabalho em grupo enriquece a reflexão, favorece a descentração, promove a cooperação, na medida em que as elaborações individuais contribuem para estruturar as elaborações do grupo. [...] A escola é um local onde os alunos podem viver regras do ponto de vista social e desenvolver as noções de cooperação. [...] Isso promove a construção de conceitos de poder, autoridade, dominação submissão entre outros, na ação, pela vivência das relações sociais escolares e pela reflexão sobre si mesma e sobre o outro, sujeito histórico de outros tempos que estuda em história.”
                 
Em alguns casos, a situação financeira do aluno não permite que possuam celular, nas comunidades de extrema pobreza o professor terá que improvisar, assumir a manutenção dos computadores da escola, quando esses existirem. Nestes locais, onde o Estado e os bem materiais faltarem, estará na mão do professor o ensino adequado. Esta realidade se comprova ao analisar os dados do Anuário da Educação Básica 2018 (p. 11), onde apenas 59,3% das escolas de nível fundamental possuem acesso à internet, mas somente 49,4% possuem laboratório de informática, ou seja, metade das escolas do Brasil não possuem nenhum acesso à internet. Podemos contabilizar ainda 5% de todas as escolas que não possuem nem energia elétrica.

3 CUIDADOS COM O USO DA INTERNET

A informação é inclusiva, mas demanda cuidado em seu uso. A afirmação destina-se ao uso irresponsável de qualquer meio de informação nas aulas, o uso crítico do material disponível na internet é indispensável, pois nem sempre a notícia ou o fato registrado é verídico. A má fé e o desconhecimento do que se escreve na internet são as causas principais das informações falsas. Já está em curso uma série de Projetos de Lei que proíbem a disseminação de notícias falsas, as fake News, as penalidades podem variar de multa até oito anos de detenção.

Os cuidados não se restringem às notícias falsas, mas a alienação que as informações sem crítica produzem. A submissão da informação pronta, que não exige reflexão, é criticada por manter a “cultura de massa” que induzem a individualidade e o consumo desmedido. Para evitar a leitura equivocada da informatização na educação, o professor deve ter o cuidado em proporcionar criticidade aos materiais trabalhados em aula, trazendo para o paradigma da comunidade que está inserida (BITTENCOURT, 2008, p. 109).      A internet, assim como outra mídia, pode ser veículo da colonização do saber, pois quem produz a mídia e seu conteúdo pode transmitir uma série de mecanismos que transmitem uma determinada ideologia, muitas vezes imperceptível ao receptor. Ocorre muito nos filmes, é possível perceber os tipos e ferramentas que são usadas para transmitir, na comunicação, determinada ideologia (SOUZA; SOARES, 2013).

No uso de filmes na educação – ferramenta educativa que muito se discutiu sobre seus benefícios e que hoje é largamente utilizada – existe uma série de mecanismo que o professor emprega, tornando essa mídia efetiva no aprendizado do educando, além de mobilizar a sensibilidade como força criadora e motivadora dos interesses humanos. Entrementes, caso não siga algumas normas de utilização, o vídeo se torna apenas lúdico e algo sem sentido. (SÁ, 1967, p. 14). Com a internet a criticidade deve ser a mesma, evitando que a ferramenta se torne apenas uma distração, sendo que o objetivo é tornar a aula atrativa e divertida para os educandos.

O uso da internet é uma ferramenta educativa, não a forma da educação em si, ou seja, não é apenas a internet que ensinará, o professor é o mediador, tomando atenção para atingir os objetivos propostos no plano de aula, completa a ideia Sirley Diniz (2001, p. 60)

“E por fim, a Informática Educativa, que se caracteriza pelo uso da informática como suporte ao professor, como um instrumento a mais em sua sala de aula, no qual o professor possa utilizar esses recursos colocados à sua disposição.”

Desta forma, devemos ter rigor na escolha de material e das páginas acessadas para o trabalho dos educandos. O professor deverá estar atento às referências apresentadas e da veracidade das informações, demostrando para os alunos onde colher informações confiáveis.

Os aspectos que auxiliam na execução das aulas são voltados ao tema, os objetivos da aula (objetivos do plano de aula) e as condições de pesquisa dos alunos. Existem muitas formas de pesquisa e disseminação do conhecimento, Maria Gerlanne Souza (2013, p. 28), em sua monografia, sugere a criação de blog - O blog é uma ferramenta que permite a publicação de textos, imagens, fotos, proporcionando um espaço no qual os professores e alunos podem disponibilizar conteúdos de aprendizagem e produzir seus próprios textos (SOUZA, 2013, p. 27) - lista de discussão, troca de e-mails e, até mesmo, de sites próprios para cada escola, divulgando e auxiliando na pesquisa dos alunos:

“[...] o professor pode construir o seu próprio site e incluir diversas interfaces que permitam a socialização do conhecimento com seus alunos, disponibilizando textos, imagens, animações gráficas, sons e vídeos que auxiliem no processo de ensino e aprendizagem, estendendo esse processo para além da sala de aula.”

Assim, definido o tema da aula ou do objeto de estudo (História antiga Grega, Império Romano, Sociedades africanas, etc.), considerando os objetivos da aula (identificar, relacionar, compreender, etc.) o professor poderá delimitar a ferramenta de pesquisa (sites, blogs, jornais ou revistas eletrônicas, jogos educativos) a forma de apresentar o trabalho ou a pesquisa (digitado no site criado, impresso, postado no grupo da sala de aula), sendo este o momento de compartilhar e apresentar o trabalho, evidenciando a tomada de consciência, obtendo a resposta do professor na mesma plataforma, com as devidas observações.


5 CONSIDERAÇÔES FINAIS

Podemos observar que, assim como outra ferramenta educacional, o uso da internet se faz necessário e que agrega na tomada de consciência do educando. Os desafios da educação atual perpassam o incentivo aos alunos à criticidade de pensamento e de escolhas, não somente o preparo para o mercado de trabalho, mas de fazer o discente sujeito de sua história e que mobilize forças transformadoras na sua vida.

Muitos já manejam com habilidade os computadores e dominam a internet, sendo esta a lógica atual e do trabalho, mas devemos pensar naquelas pessoas que não têm acesso diário a estas tecnologias e que concorrem a vagas de emprego. Neste caso, o professor tem o encargo maior de proporcionar a vivência e preparação destes indivíduos, dando-lhes alguma chance de concorrência ou para proporcionar acesso ao conhecimento armazenado na rede.

Porém, o professor deve ter alguns cuidados no uso da internet como instrumento de educação, como criticidade na escolha dos temas, das formas de pesquisa e da divulgação/sociabilização dos resultados. O uso crítico, voltado para a tomada de consciência, não somente usando o comutador para achar uma informação, mas como a forma de pesquisa, a lógica em juntar os componentes, interpretar e formular algo racional com o retirado da internet. O professor auxiliará, na busca pelo conhecimento, o gosto pela pesquisa, na construção e no manuseio de recursos digitais (sites, blogs, etc.), preparando o aluno para o mundo globalizado e informatizado da contemporaneidade.

Assim, os mecanismos de absorção do conhecimento foram alterados na pós-modernidade, com o uso da televisão e da internet, a velocidade e o fluxo constante de informação. Não podemos privar a escola desta mudança, devemos usar a tecnologia em prol da educação, formando pessoas aptas a interagirem e descobrirem novos rumos para a tecnologia.

REFERÊNCIAS

Rafael Noschang Buzzo – Pós-graduando em Metodologia do Ensino de História – rnbuzzo@gmail.com - http://lattes.cnpq.br/1380326098437307
ANATEL, Agência Nacional de Telecomunicações; Brasil registra redução de 2,88% no número de acessos em operação na telefonia móvel em 12 meses. Disponível em: <http://www.anatel.gov.br/dados/destaque-1/283-brasil-tem-236-2-milhoes-de-linhas-moveis-em-janeiro-de-2018> acesso: 13 agosto 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria. 68. Brasília, 2012. CGIBr, Comitê Gestor da Internet no Brasil; Acesso à Internet por banda larga volta a crescer nos domicílios brasileiros. Disponível em: < https://cgi.br/noticia/releases/acesso-a-internet-por-banda-larga-volta-a-crescer-nos-domicilios-brasileiros/> acesso em: 15 agosto 2018.


FONTES, M. C. S. A Internet em Sala de Aula: uma possibilidade para aprendizagem contemporânea. 2011. Monografia (Especialização em Mídias na Educação) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

OLIVEIRA, Patrícia. Métodos e Técnicas de Ensino na Disciplina de História: Superando o ensino tradicional. 2013. Monografia (Especialização em Educação) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

SÁ, Irene Tavares. Cinema e Educação. Rio de Janeiro, Editora Agir: 1967.

SOUZA, Maria Gerlanne. O uso da Internet como Ferramenta Pedagógica para os Professores do Ensino Fundamental. 2013. Monografia (Licenciatura em informática) - Universidade Aberta do Brasil e Universidade Estadual do Ceará, Tauá, 2013.

SOUZA, Polyana Jessica do Carmo de; SOARES, Valter Guimarães. CINEMA E ENSINO DE HISTÓRIA. XXVII simpósio nacional de História. RN: ANPUH, 2013.

VALENTE, José. Uso da internet em sala de aula. Educar, Curitiba, n. 19, p. 131-146. 2002. Editora da UFPR. 

19 comentários:

  1. Olá, Rafafel Buzzo. Parabéns pela reflexão. É importante reconhecermos a dimensão do uso da internet nas práticas do ensino, principalmente no ensino de história. No entanto, gostaria de saber, em sua opinião, qual o papel do professor de história para a democratização do acesso aos meios de comunicação durante as atividades que desenvolve em sala de aula?

    Megi Monique Maria Dias

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    1. Megi, obrigado por suas considerações e pergunta.

      Esta é uma das questões fundamentais, do uso das mídias digitais, nas comunidades de risco. Pois, o uso indiscriminado tem efeito negativo e contrário, excluindo cada vez mais alunos deste contato. Na busca por democratizar o acesso e fazer com que o aluno tenha o mínimo de contato com os benefícios da internet - digo os benefícios, pois é recorrente que muitos educando, mesmo não tendo computador em casa, acessa algum tipo de rede social - partindo deste conhecimento prévio de manipular a rede social, que o professor pode fazer suas atividades de pesquisa - como exemplo posso citar a divulgação de uma pesquisa, em alguma pagina da rede social.
      Mas, o intrínseco na utilização desta ferramenta, onde nem todos tenham acesso, é a possibilidade de pelo menos os alunos terem o mínimo de contato, pode ser através de formação de grupos - onde alguns colegas que tenham celulares possam formar pequenos grupos - pode ser através da sala de informática da escola - caso a escola tenha uma em funcionamento - ou mesmo o professor levar algum tipo de aparelho particular para a sala de aula, pode ser um tablet, celular, notebook. Deve-se considerar a preparação e o conhecimento dos alunos sobre a manipulação do computador, sobre como acessar as ferramentas, os editores de texto, a internet, etc.
      Dependendo do nível de contato que o aluno tenha com estas mídias, e em algumas comunidades mais periféricas, muitas jovens nunca usaram um computador. Nestas situações é interessante fazer aulas preparatória de contato, onde será explorado o computador. Essas aulas podem ser trabalhadas interdisciplinarmente, conversando com outros professores, que podem auxiliar na manutenção dos computadores da escola, na preparação de aulas com o usos do computador e trabalhando outros matérias utilizando o menos método de pesquisa.

      A educação no Brasil passa por um momento delicado (difícil), o professor, muitas vezes desvalorizado, prefere fazer o possível com o que tem em mãos, quase sempre, giz e quadro negro. Não podemos fazer críticas a estes professores, que não tem as ferramentas adequadas para garantir aulas dinâmicas ou altamente diversificadas. Devemos compreender que os baixos salários e computadores sucateados em escolas públicas, além de pouco tempo para elaboração de planos de aulas, são fatores que desestimulam qualquer profissional. Mas podemos fazer um esforço, para que estes alunos tenham as mesmas chances que os de outras escolas. Em várias escolas menores da minha cidade há salas de informática, algumas funcionam perfeitamente, outra merecem alguma manutenção, mas nada impossível de se sanar. Podemos sim, fazer a diferença.
      Grato por sua pergunta e até breve,

      Rafael Noschang Buzzo

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  2. Boa noite Rafael Buzzo! Quais são os maiores desafios para o uso da ferramenta como metodologia nas aulas de História?

    Claudia Vanessa Brioso Santos?

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    1. Cara Claudia Vanessa, obrigado por sua pergunta.
      As dificuldades encontradas são as mesmas para implantar outro tipo de rotina, método ou ferramenta no cotidiano do aluno e professor. O uso do filme nas aulas sofreu resistência por alguns profissionais quando foi sugerido, mas nas aulas de hoje faz parte dos planos de aula de quase todas as matérias. O mesmo ocorre com outras ferramentas ou qualquer outra prática nova, há um estranhamento tanto dos alunos quanto dos professores, mas quando superados e inseridos proporcionam uma eficaz ferramenta.
      Também podemos encontrar dificuldades – como na questão acima – em escolas ou comunidades de baixa renda, que não contam com salas de informática e seus alunos não dispõem de contato algum com mídias digitais. Entretanto, muitas escolas em comunidades carentes, dispõem de boas salas de informática – muitas vezes com manutenção dos próprios professore. Nestas escolas, vemos uma boa participação da direção e da comunidade na conservação dos equipamentos.

      Até breve,
      Rafael Noschang Buzzo

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  3. Boa tarde, caros Rafael Buzzo e colegas!

    Concordo e defendo o uso da tecnologia em sala de aula como uma ferramenta educativa, trazendo diversos benefícios tanto pro presente quanto pro futuro de uma sociedade cada vez mais conectada. Porém sua implantação ainda sofre resistências, principalmente técnicas, como exemplo, a própria oferta do wifi é extremamente controlada na maioria das vezes, limitando, assim, seu uso. No caso da disciplina de história estamos sempre lidando com fontes, desde sua busca até a importância de seu uso, promover a pesquisa histórica com os alunos é extremamente importante, mostrando sua relevância, a construção da disciplina, a busca pelos fatos, tornar o aluno agente do seu conhecimento, entre outros.
    Como o professor pode trabalhar e impulsionar a pesquisa histórica em sala de aula se as tecnologias que permitem isso ou são proibidas em sala de aula (aparelhos celulares) ou estão num ambiente especifico (laboratório de informática)?

    Abraços,
    Ana Clara Fernandes da Costa

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    1. Cara, Ana Clara.
      Muito obrigado por sua pergunta, sendo esta uma das fundamentais para a compreensão deste artigo. Exatamente está seria a questão: como tirar a internet deste “recinto fechado” e democratizar o uso da tecnologia em sala? Quando entramos na sala dos professore é recorrente ver os profissionais entrando nas redes sociais, no e-mail ou lendo alguma notícia, mas quando entram na sala de aula, geralmente, escondem o seu celular e os dos alunos, proibindo o uso. Não percebem que tem uma ferramenta, móvel, versátil e que pode servir de muitas maneiras no decorrer da aula. Seja para sanar alguma dúvida, acessando imagens para ilustrar a aula ou mesmo armazenar alguma atividade dos alunos.
      O uso da sala de informática é tão importante quanto a de audiovisual, deve ser utilizada muitas vezes no decorrer do ano letivo, mas como você cita: há uma barreira entre a sala de informática e o professor. Muitas vezes essa barreira é criada pelas condições da sala, dos computadores ou mesmo dos professores. Estas podem ser rompidas inserindo novas práticas e desenvolvendo entre os professores o hábito da utilização da internet na sala de aula.
      É importante notar que muitos educandos manejam seus aparelhos fora da sala, porém, como os alunos, proíbe o seu uso. Cabe ao professor, que quer trabalhar com essa ferramenta, agrupar os demais, que também o desejam, para assim criar hábitos do uso. As práticas criadas por cada professor tornam o uso desta ferramenta mais comum e mais dentro da rotina escolar. Como dito em outra questão: não é culpa do professor não querer trabalhar com tecnologia, quando esta está inadequada, inacessível ou obsoleta, mas o professor pode observar a importância da implantação destas ferramentas e os seus benefícios, tanto para o educando quanto para a sociedade.

      Agradeço mais uma vez e até breve,
      Rafael Noschang Buzzo

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  4. Caros Rafael Buzzo e colegas!

    Como isso seria aplicado na prática, pois apesar de ser uma ótima ferramenta ela tem seus riscos. Como dito no texto acima, apenas o professor não daria conta de "filtrar" e "redirecionar" as informações, para isso ele teria que contar com a ajuda da equipe escolar. Ou seja, quais poderiam ser os impactos que isso causaria na gestão da escola como um todo e como isso afetaria a dinâmica da mesma?

    Grato,
    Daniel Queiroz P. Da Silva.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Caro Daniel.
      A pergunta se torna muito pertinente e fará parte da expansão deste trabalho no futuro. A questão necessita de uma reflexão profunda, visto a complexidade e a multiplicidade de fatores que podem influenciar negativamente no uso da pesquisa sem o devido cuidado. A internet está repleta das mais variadas informações, desde as mais absurdas e obsoletas - que são defendidas por uma legião de seguidores – até as mais complexas pesquisas científicas. Essa multifacetação da internet permite a expressão de incontáveis pessoas que não teriam voz, caso não houvesse a rede de computadores. Aproveitaremos essa característica em nosso favor.
      Os filtros são de extrema importância e relevância nesta ferramenta. Todo o professor quando solicita aos seus alunos que realizem pesquisas, como forma de trabalho ou avaliação, orienta, ou pelo menos deve orientar, seus educandos sobre as fontes e como realizar uma pesquisa satisfatória. Esse é um padrão que tem se cumprido nas escolas, assim como recomenda os PCN’s. a internet recomenda-se um cuidado maior, pois o grande número de informações sem relevância científica é maior. Em um primeiro momento o professor que for realizar as aulas utilizando a internet deve fazer o filtro, quando as práticas forem implantadas por um grupo de professores, estes devem fazer o controle do que está sendo acessado e o que está sendo publicado. (aqui abro parênteses, pois visto que uma das práticas é a publicação dos resultados da pesquisa em blogs ou sites, tanto para acesso de todos os alunos, quanto do público externo que pode acompanhar o desenvolvimento das pesquisas realizadas naquela comunidade escolar) sendo a prática da publicação importante na democratização da informação, é importante analisar as imagens que estão indo para rede. A prudência é exigida na exposição de imagens nos trabalhos, não somente as que possuem direitos autorais, mas dos próprios alunos menores de idade.
      Quando as práticas do uso das mídias digitais estiverem dissolvidas na escola, não sendo prática de apenas um pequeno grupo, mas de toda as profissionais e dos alunos, a pesquisa de qualidade e com responsabilidade já estarão disseminadas nos alunos. O trabalho inicial de implantar esse sistema é mais trabalhoso, visto que o professor deve fazer o controle das fontes e dos filtros sozinho, conforme o método vai se espalhando entre outros educadores, também aumentará o número de alunos que aprenderam a fazer as pesquisas usando fontes confiáveis. Quando implantado completamente, a rotina dentro da escola se alteraria pouco, apenas haveria a troca de metodologia de pesquisa, pois como dito, os próprios educandos já estariam conscientes da importância da utilização de fontes confiáveis.
      As práticas de pesquisa, não somente com o uso da internet, devem ser estimuladas desde cedo nos educandos, formando pessoas que produzem conhecimento de qualidade.
      Sua pergunta merece muito mais do que uma resposta curta, certamente fará parte dos próximos estudos desta área. Grato,
      Rafael Noschang Buzzo

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  5. Olá Rafael, excelente reflexão.
    A internet ainda é vista por muitos profissionais da educação como uma vilã na sala de aula, acredito que tal concepção parte do pressuposto em que muito do professorado em si não se sente totalmente a vontade para trabalhar com esse recurso. Dessa forma, você acredita que um meio de aproximar os profissionais da educação e a internet, seria través da reciclagem, treinamento e formação digital, para que estes sintam-se aptos a inserção desse meio tecnológico nas aulas?
    Desde já muito obrigada!
    Leide Rodrigues dos Santos

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    1. Cara Leide, obrigado por sua pergunta e por trazer essa questão, que é muito reflexiva.

      A inserção das práticas na aula pode ser alcançada de diversas formas, sendo que a maioria dos profissionais já maneja seus celulares, que são ferramentas simples, mas que contemplam uma grande eficácia, sendo, muitas vezes, o suficiente para se inserir na metodologia.
      O interessante no método do uso da internet é sua interdisciplinaridade, onde um professor que possua um conhecimento mais profundo da internet, pode trabalhar com algum colega que não tenha tanta prática. Para os professores que não se sintam seguros em trabalhar com a internet e não tenham outros professores dispostos a ajudar, é possível fazer diversos cursos online, assistir vídeos com tutorias ou mesmo, como sugerido por você, cursos de aperfeiçoamento. Existem muitos cursos, gratuitos na internet, para aperfeiçoamento do uso da internet e de suas ferramentas.
      O ideal seria uma formação para os professores, onde seriam discutidos e compartilhados práticas, exercícios, pontos positivos e negativos da metodologia, seria sanado as dúvidas e a escola estaria utilizando esta metodologia muito mais rápido. Mas, se as práticas forem implantadas, pouco a pouco, todos os educadores teriam contato e se aproximariam desta ferramenta de forma natural, porém mais lenta.

      Agradeço muito sua pergunta, me fez refletir, este assunto será introduzido no artigo.

      Rafael Noschang Buzzo

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  6. Olá Rafael Buzzo. Primeiro, quero parabenizá-lo por desenvolver sua pesquisa sobre o uso da internet no ensino, principalmente nas aulas de História. Sabemos que ainda existe muita resistência e várias dificuldades, inclusive citadas por você, para que as aulas sejam pautadas no uso das tecnologias como recursos, ferramentas pedagógicas atuais para a melhor aprendizagem. Gostaria de saber quais são as referências usadas por você (sites, blogs, canal no youtube) que possam servir de exemplos para guiar a escolha a ser feita por outros docentes na elaboração de suas aulas?
    Cordialmente,
    Ligia Mara Barros Ribeiro.

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    1. Cara ligia Mara.
      Está questão é importante, pois, além de livros, uso muitos materiais da internet para elaboração das aulas, na maioria, artigos científicos. Porém, não tenho sites fixos que utilizo, pois, varia de conteúdo e de intenção.
      Quando realizo textos para os alunos, procuro utilizar artigos científicos dos canais mais conhecidos – como Scielo, revista da USP, UFRGS, etc. Elaboro o texto, adaptando para o ano letivo e idade dos educandos. Só tenho cuidado com o uso de imagens com direitos autorais. Interessante notar que o próprio aluno, quando estimulado, se apropria da pesquisa e procura fontes confiáveis.
      Quando for solicitar para os alunos suas pesquisas, deve ser considerado a idade deste - pois seria entediante para alunos do 5º ou 6º ano lerem artigos científicos – podendo, nestes casos, ser utilizado os sites: Brasil Escola (https://brasilescola.uol.com.br/) ou Info Escola (https://www.infoescola.com/), existem muitos outros que são ótimos, até mesmo o Wikipédia pode ser bem confiável. Já no Youtube, existe uma infindável variedade. Posso sugerir que os professores assistam alguns canais para conhecer o conteúdo, antes de lançar a pesquisa. Apesar de muitos alunos mais jovens não gostarem, tenho certo apreço pelos vídeos do Boris Fausto quando trabalho com história do Brasil.
      Para os educandos do 7º, 8º e 9º ano, já é possível trabalhar com trechos de artigos científicos mais complexos, retirados dos mesmos sites citados acima, mas é interessante o uso de muitas imagens. Para a divulgação das pesquisas e dos trabalhos dos alunos, existem muitos blogs gratuitos e bem simples de utilização.
      Espero ter ajudado, grato,
      Rafael Buzzo

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  7. Ola Rafael tudo bem?
    acredito que o ensino através da internet e fundamental no ensino de educação e que já deveria estar presente em todo território nacional, mas devido a ma distribuição de verbas e a corrupção presente em nossos governos essa deficiência ainda seja grande nas escolas publicas, o ensino a distancia no Brasil depende muito da tecnologia para ser desenvolvido em sala de aula, como incentivar esse sistema de ensino com tantos recursos cortados do governo?

    att.

    Ironi Junior Rodrigues de Lima

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    1. Caro Ironi.
      Também concordo, existe a má distribuição das verbas, ainda mais para a educação. A saúde, segurança e educação, pilares de qualquer sociedade que queira desenvolver seu potencial humano e econômico, são esquecidos por nossos governantes.
      A educação a distância faz parte de um sistema de ensino mais amplo, que está ganhando espaço no Brasil. As universidades já dispõem de grande variedade de graduações, cursos de extensão e especializações online. Entretanto, precisamos ainda mais democratizar o uso da internet para a população, sendo que nas comunidades mais carentes apenas 60% das pessoas acessam a rede. Outro ponto importante é a educação básica, esta deve ser voltada para a pesquisa, voltada para desenvolver o compromisso e responsabilidade dos educandos. Fazemos isso com novas práticas, incentivos e colaboração da comunidade.
      Para alcançar uma sociedade mais justa, onde recursos vão para onde devem ir, a saída é a reivindicação. As demandas para a educação devem ser reivindicadas, protestadas, solicitadas incessantemente e, logicamente, controladas pela população. Essa é uma questão que demanda um longo processo, mostrar a população de sua comunidade que eles são autores da história e que podem fazer a diferença na sua sociedade, para, assim, demostrar que o poder emana do povo, que este pode e deve brigar por seus direitos. Parece utópico, mas é o que necessitamos neste momento.
      Grato por sua pergunta e até breve
      Rafael Noschang Buzzo

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  8. Boa noite!

    Gostaria de dizer, antes de mais nada, que antes de começar a leitura estava me perguntando se o autor ia abordar a questão da veracidade das informações consultadas pelos alunos usando a internet, já que sabemos o impacto que a disseminação das "fake news" tem em nossa sociedade, vide as eleições de 2018. Dito isso, queria saber do autor se é possível o professor que utiliza a internet como método de ensino, mesmo que em partes, nortear seu programa de ensino sem que o aluno se perca no meio de tantas informações falsas e infundadas que circulam pela rede. Para ficar mais claro e resumido: quais seriam as ações que um professor teria que tomar para evitar que uma ferramenta tão útil e prática como a internet vire um problema na sala de aula por conta de informações falsas?

    att.

    Lucas Pereira Caetano de Lima

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    1. Caro Lucas, grato por sua pergunta
      De certa maneira é parecida com a do Daniel Queiroz, que está acima. Porém, é interessante fazer mais algumas reflexões sobre o assunto.
      No momento que o professor opta por utilizar a internet como ferramenta educativa, não é apenas para os aluns utilizarem a internet como fonte de pesquisa. A metodologia é mais elaborada, deve-se planejar, estudar e compor os planos de aula visando a utilização da internet junto com os educandos na sala de aula, não somente para pesquisas para trabalhos. Objetivamente, deve haver uma integração entre a utilização dentro da sala de aula pelo professor, a pesquisa e a divulgação dos resultados.
      Para ilustrar citarei um exemplo: Digamos que o professor esteja trabalhando com História Africana, após estudar e fazer os planos de aula - onde constaram os objetivos e metodologia - O professor pode iniciar sua aula com a exposição de um vídeo no celular, compartilhado por algum aplicativo, passar imagens para um datashow ou mesmo utilizar a sala de informática, o professor orientará a pesquisa e quais os melhores sites ou vídeos para encaminhar a pesquisa. Conforme a pesquisa vai sendo realizada, os alunos alimentam uma página criada (pode ser em blogs gratuitos) com as informações, que estarão acessíveis a todos os alunos e ao público externo.
      Referente aos cuidados com as páginas com fake news, essa é uma questão muito relevante, pois, até mesmo para pessoas adultas é bem difícil demostrar o que é notícia falsa de algo que realmente ocorreu - ainda mais nos tempos de hoje com a pós-verdade.
      Para superar o crescimento da pós-verdade é necessário munir qualquer pessoa de informação e de preparo para, de maneira autônoma, chegar ao fato em si. Essa é a função do professor dentro da sala de aula, preparar o educando para chegar as suas conclusões, pensar de forma independente, sem se deixar evar por redes sociais ou por qualquer notícia que pareça atrativa. Devemos preparar os indivíduos para pensar e refletir. Na sala de aula até pode aparecer um ou outro trabalho com fake news, devemos aproveitar esse momento para refutar a notícia falsa e fazer o aluno reflexionar sobre o fato apresentado.
      Grato,
      Rafael Buzzo

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  9. Bom dia prezado,

    Parabéns pelo texto!

    Eu fiquei refletindo sobre a ideia de consciência que você citou na seguinte passagem:

    "Podemos observar que, assim como outra ferramenta educacional, o uso da internet se faz necessário e que agrega na tomada de consciência do educando. "

    Essa "tomada de consciência" é alcançada de que forma? Pelo uso do suporte contemporâneo? Acredito que vale a pena conferir a perspectiva de Jorn Rusen no qual apresenta a consciência histórica.

    Saudações,
    Danilo Sorato Oliveira Moreira.

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    1. Caro Danilo, obrigado por sua pergunta, certamente esse é um assunto muito relevante, pois, estamos tratando do aprendizado em si.
      A tomada de Consciência, no conceito de Piaget, é uma ação onde o sujeito interioriza o objeto, reconstruindo-o de forma conceitual, até a reelaboração em forma de pensamento. Ou seja, há o estranhamento, internalização e por fim a tomada de consciência
      Não adianta o professo, com todas as mídias, os métodos de ensino, fazer o aluno decorar algum conteúdo, para que esse apreenda - tomar para si - deve haver o estranhamento, fazer o aluno reflexionar sobre o assunto, para assim , reelaborar seus antigos conceitos, traçando novos. A tomada de Consciência é a apreensão destes novos conceitos.
      A internet é a ferramenta que auxiliará o professor a fazer o educando, a ter sua tomada de consciência sobre o conteúdo. Pois, a internet é uma ferramenta que está mais próxima da linguagem atual, mais próxima da realidade do aluno.
      Rafael Buzzo

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