Marcos de
Araújo Oliveira
Introdução
Ana Bolena (1501-1536) é conhecida como uma das rainhas mais
importantes da Inglaterra, tendo a sua vida e morte inspirado diversas
produções historiográficas e também obras literárias. A “rainha dos Mil dias” torna-se uma figura
histórica relevante nos discursos feministas e a sua trajetória é levada também
para obras infanto juvenis como o livro Ana
Bolena, escrito em 2017 pela amazonense Bruna Chíxaro.
A obra apresenta a vida e morte da personagem Ana Bolena,
criando uma narrativa direcionada ao público jovem, o que promove o interesse
desses leitores a respeito da história desta figura feminina, além de estimular
a valorização das contribuições históricas de Ana Bolena promovendo um diálogo
entre história e literatura.
A bela e trágica história da “Rainha dos
Mil Dias”
Ana Bolena (1501-1536) era a filha
caçula de Thomas Bolena e Elizabeth Howard, irmã de George e Mary Bolena. Em 1515, tornou-se dama de companhia da rainha da França,
Cláudia de Valois, esposa do rei Francisco I. Segundo
Tapioca Neto (2013) todo o tempo que aquela dama ficara fora de casa,
dotaram-na de um profundo conhecimento artístico e cultural, que, por sua vez,
eram incomuns na maioria de suas conterrâneas.
Em 1525, já na Inglaterra, Ana passou
a atuar como dama de companhia da rainha Catarina de Aragão (1485-1536) e em
1526, o rei Henrique VIII, apaixonou-se por ela. O rei desejava um herdeiro homem
– já que do seu casamento com Catarina de Aragão, apenas a princesa Mary Tudor
(1516-1518) crescera saudável, Ana que era admiradora de ideias reformadoras
conseguiu fazer com que o rei iniciasse um processo de anulação do seu
casamento com Catarina perante a Igreja Católica.
“Entretanto, a Inglaterra era bem mais tolerante com o
protestantismo (se comparada à Espanha ou França), de modo que nela existiam
muitos clubes secretos em que os membros se reuniam para discutir a ideologia
de Lutero e Calvino. Foi então nesse espaço que Ana Bolena, já de volta do
exílio no castelo de Hever e nas graças do rei, pode melhor instruí-lo a como
proceder em assuntos referentes ao divórcio deste com Catarina de Aragão.[...]
e Ana Bolena, com sua promessa de um filho varão, se apresentou para o rei como
um meio de garantir a sucessão masculina do trono” (TAPIOCA NETO, 2013, p.
26-27).
Entretanto, o Papa Clemente VII negara todos os pedidos de
anulação do casamento real. Henrique extremamente envolvido por Ana não fazia
questão de esconder sua relação com a jovem, o que despertou muitos boatos
diante da ascensão daquela jovem que conquistou o coração do monarca. Segundo
Fraser (2014, p. 194):
“Para Ana Bolena, 1528, foi um
ano em que ela surgiu das sombras da equipe da rainha, o objeto secreto da
paixão do rei, e demonstrou que era muita mais do que uma figura graciosa, um
par de olhos negros – e capaz de falar francês. Tal como a rainha Catarina, Ana
Bolena tinha inesperados mistérios e forças; inesperados pelo menos para o
mundo pelos homens onde ela vivia. Em primeiro lugar, ela possuía um autêntico
interesse por religião, pelo tipo de religião reformadora que estava se
tornando rapidamente moda no continente, depois de Lutero, como uma reação as
óbvias falhas e corrupções do clero”.
Ana Bolena era incomum dentro dos padrões da época, sua
beleza era diferente: cabelos negros, olhos penetrantes, um pescoço fino e
elegante e uma pele da cor de oliva, o que fugia da beleza loira e de olhos
azuis na Inglaterra do século XVI, além disso ela apresentava uma personalidade
quase que francesa e tinha um interesse nada convencional em livreiros ou
folhetos anticlericais – alguns apontados até como heréticos. Os anos foram passando sem uma resposta
positiva ao divórcio de Henrique VIII, até que em 1532 houve uma surpresa: Ana
descobriu estar grávida. De acordo com Tapioca Neto
(2013, p. 28):
“Em
1533, depois de sete anos de espera, o rei e Ana Bolena (nobilitada pelo mesmo
como o título de Marquês de Pembroke), se casam, com ela já estando na ocasião
grávida. O povo, entretanto, simpatizava nada com aquela nova rainha, e em
contrapartida prestava louvores à Catarina, que fora banida da corte,
continuando a negar que seu casamento com Henrique era inválido. Em julho
daquele ano, quando Ana já estava em estado avançado de gestação, chegara de
Roma uma bula na qual o papa declarava quaisquer filhos provenientes da nova
união do rei, bastardos, e o excomungava, a menos que retornasse para Catarina
de Aragão e repudiasse a ‘concubina’“.
No dia
07 de setembro de 1533, Ana Bolena dera à luz não ao filho homem tão sonhado pelo
rei, mas sim a uma menina nomeada Elizabeth. Henrique já em crise com Roma, desprezou
a Igreja Católica, e em novembro de 1534 o Parlamento aprovou o “Ato de
Supremacia”, transformando Henrique VIII no chefe da Igreja na Inglaterra e
tornando o Anglicanismo a nova doutrina oficial do reino inglês.
Ana
Bolena continuou tentando gerar o herdeiro homem para Henrique VIII, entretanto
teve duas gravidezes que culminaram em abortos. A mulher perspicaz e ambiciosa
que em 1534 adotara como lema de Rainha “The most happy” (“A mais Feliz”),
passava a enfrentar em 1536 a ira do marido que já planejava colocar outra em seu
lugar.
“[,,,]
sem ter conseguido dar à luz ao menino almejado pelo rei, Anne tornou-se
vulnerável as intrigas de seus opositores. Assim, foi acusada de tê-lo seduzido
através de bruxaria, de tramar a morte do rei, da princesa Mary e do Duque de
Richmond, de ter cometido incesto com seu irmão George Boleyn, e adultério com
outros cinco homens: Henry Norris,
Francis Weston, Willian Brereton, Marc Smeaton (O único que não fazia parte da
nobreza e que sob tortura, confessou as acusações recebidas) e Sir. Thomas
Wyatt (o poeta, o único que não foi levado a julgamento e que recebeu a
liberdade). Julgada e condenada a morte pelas acusações recebidas, Anne Boleyn
foi decapitada na Torre de Londres no dia 19 de maio de 1536. [...] Com aquela
terrível condenação, a memória de Anne Boleyn foi irremissivelmente manchada
com as máculas do incesto, bruxaria e adultério” (ANDRADE, 2013, p. 92-93).
Após
reinar por cerca de mil dias como rainha consorte, Ana Bolena foi condenada à
morte e decapitada em 19 de maio de 1536 na Torre de Londres. Além de ter sua
memória manchada durante muito tempo por conta das acusações que levaram a sua
condenação e morte – que leva novas perspectivas historiográficas, como a do
campo da História das Mulheres a combater essa demonização – Ana Bolena ficou
marcada no imaginário universal como a “Rainha de Maio”, já que o mesmo mês que
foi o da sua gloriosa coroação, também foi o mês em que seria silenciada para
sempre com a morte.
Ana
Bolena (2017): uma rainha “Girl Power”
da literatura Juvenil
Nota-se
que através das diversas conquistas do movimento feminista entre os anos 60 e
70 e da expansão do campo de estudo da História das Mulheres na década de 80,
as figuras históricas femininas vem ganhando notoriedade nas produções
acadêmicas, no cinema e até na literatura infanto juvenil.
O livro
Ana Bolena foi publicado em 2017 pela
editora Valer no Brasil e contém cerca de 88 páginas, além de belas ilustrações
de Irena Freitas. A obra foi escrita pela bacharel em Direito, Bruna Chíxaro,
que apaixonada pela história dessa rainha escreveu o livro como forma de levar
a história de Ana para outros jovens. De acordo com suas próprias
interpretações, Chíxaro cria sua narrativa e defende “Afinal de contas, quem
nunca quis dar sua versão dos fatos” (CHÍXARO, 2017, p. 8)
O livro
através de uma narrativa leve vai apresentando ao leitor um pouco da Inglaterra
do século XVI: os principais costumes, a cultura e a moda, a vida na corte e o
papel dos homens e das mulheres, sempre destacando que Ana Bolena foi uma
mulher diferente de qualquer padrão da sua época, seja como dama de companhia
de Catarina de Aragão ou como rainha consorte. Segundo Chíxaro (2017, p. 43)
“Ela
flertava despreocupadamente com os jovens rapazes, divertia-se em grandes
bailes, jogava cartas e desfilava sua coleção de vestidos estilosos. Ela tinha
se tornado a cortesã perfeita e o centro das atenções. Ficou conhecida como uma
das garotas mais elegantes da corte. Além disso, sua beleza diferente
destacava-se no meio das tantas loiras de olhos azuis”.
Bruna
Chíxaro enfatiza a personalidade de Ana como a de uma mulher ambiciosa,
sincera, forte e inteligente, opondo-se à muitos discursos depreciativos que
sempre enaltecem Henrique VIII e colocam Ana em segundo plano.
Observamos
assim que a narrativa da autora ao dar novas ressignificações a Ana Bolena,
apresentando-a a um público mais jovem, acaba elevando o status desta
personagem/figura histórica, a de uma verdadeira “Girl Power” (em tradução,
“Garota Poderosa”), termo muito usado em discursos feministas direcionado a
jovens garotas, como forma de valorizar e incentivar meninas a mostrarem suas
potencialidades e por prezar a igualdade de gênero.
“O
relacionamento de Ana e Henrique, além de tudo, tinha sido um encontro de
mentes. Ele encontrou nela uma companheira para discutir sobre assuntos, como
política e teologia. Além disso, divertiam-se muito juntos. Era raro encontrar
uma mulher inteligente assim, e creio que isso em parte, fez com que ele se
encantasse por ela” (CHÌXARO,2017, p. 75).
Seria
anacrônico apontar Ana Bolena como uma figura feminista no século XVI,
entretanto a sua personalidade e a sua trajetória servem para a elaboração de
novos discursos para o campo da história das mulheres e para a própria literatura.
Ao lermos uma obra juvenil tendo esta figura histórica como protagonista, fica
evidente que a criação da narrativa apesar de retratar fatos históricos do
passado, está intrínseca as próprias aspirações do presente.
Isto
não necessariamente quer dizer que o livro Ana
Bolena seja uma obra feminista, porém ao evidenciar o papel feminino e ao
apresentar uma nova narrativa da vida de Ana Bolena para um público mais
juvenil - que está tendo sua personalidade formada e que está despertando o
interesse pelo conhecimento histórico -
a obra revela-se como um produto cultural do século XXI, oriunda do
reflexo desta onda de empoderamento feminino.
“Mas, a
partir da década de 1960, e, sobretudo nas décadas de 1970 e 1980, o pensamento
político feminino começou a ter grande aderência entre as massas populares de
outros países. [...] Esse discurso de independência, por sua vez, deslocara-se
um pouco da oralidade e começou a adentrar na própria literatura. Alguns
romances da segunda metade do século XX passaram a trazer a figura da mulher
emancipada como personagem principal da trama. Não obstante, se verificou um
resgate de personalidades femininas do passado, reinterpretadas à luz dos
atuais acontecimentos, tais como: Cleópatra, Joana d’Arc, Elizabeth I, Maria
Antonieta, e a própria Ana Bolena” (TAPIOCA NETO, 2013, 52-53).
O livro
Ana Bolena abre assim um leque de
possibilidades sobre a construções de narrativas a respeito de Ana, ao
apresentar a trajetória da “Rainha de Maio” ao público jovem, principalmente na
perspectiva de valorização do papel feminino, onde Ana Bolena não é apresentada
nem como heroína e nem como vilã, mas como uma mulher capaz de mudar a história
de um país e de marcar o imaginário universal através de suas ações, sendo
eternizada e tendo por meio de diversas formas de narrativas, sua história
resgatada.
A
literatura quando mesclada com fatos históricos, como no caso do livro de Bruna
Chíxaro, pode tomar como propósito também a insurgência contra modelos
narrativos já cristalizados, fazendo emergir assim novos discursos. A
Literatura assim, não toma a história como sua inimiga, mas apropria-se de
registros históricos para elaborar um novo discurso, que pode coincidir com o
que é reproduzido pela história ou apresentar novos olhares diante do tema abordado.
História
e Literatura: uma relação necessária
Ao se
analisar a crescente expansão das metaficções
historiográficas - narrativas que mesclam ficção com história - vemos que a
utilização de Ana bolena como protagonista para romances históricos só reafirma
o quanto a mesma exerce um fascínio sobre as pessoas na contemporaneidade.
A
literatura surge assim como um modelo de narrativa daquele passado que já está
distante ao leitor, ela não necessariamente precisa estar fundamentada em
verdades absolutas pois ao usar-se da imaginação para criar situações
fictícias, o escritor tece assim sua versão dos fatos, assim como o próprio
historiador. Segundo Santos (2000, p. 47)
“A
escrita da história é portanto, uma forma de interpretação – entendida como
mecanismo seletivo que, através de inclusões e exclusões, propõe uma ordenação
e uma coerência (ou seja: um sentido) para as informações. O trabalho do
historiador se dá em um espaço no qual as ações ao decifrar e inventar não
podem ser distinguidas nitidamente. Um trabalho de reconstrução, como é
sugerido em Respiração Artifical”.
Ainda
segundo Santos (2000) ler documentos do passado com o intuito de escrever
história assim como constituir um discurso a partir de fragmentos de linguagem,
pressupõe estabelecimento de elos. “Tais elos não são dados pelos
documentos-letras, mas propostos pelo historiador-leitor a partir de um
repertório cultural de associações possíveis” (SANTOS, 2000, p. 47)
Neste
sentido pode-se entender o relato histórico como uma narrativa hibrida: pois
mescla a análise do historiador acerca dos registros históricos e fontes, com
as suas próprias interpretações resultantes da sua realidade social. Sendo
assim, o historiador tem as suas limitações humanas - ele não é um ser neutro. Tudo que é passível de interpretação possui
essas especificidades e logo a distinção entre o que carrega veracidade ou o
que carrega ficcionalidade torna-se um debate de convenções – selecionando-se a
versão que será melhor aceita.
“Isso
ocorre porque a história tem por objetivo documentos-monumentos: todo documento
é verdadeiro – incluindo os deliberadamente falsos – e falso;é simultaneamente
referência e construção. O material da história são experiências-relatos,
corpos-imagens, realidade-virtualidades, vigílias-sonhos” (SANTOS, 2000, p; 51).
Ao se
tratar do campo da Literatura, vemos que a mesma não possui compromisso com a
verdade absoluta, usando até mesmo da ficção como método da construção de sua
narrativa. “Na literatura está incorporada a forma como algo – qualquer objeto
ou ação social - faz ou pode vir a fazer sentido” (SANTOS, 2000, p. 52). A
literatura desta forma não se restringe apenas a um jogo de apostas arbitrário
do escritor, mas há uma intima abordagem daquilo que é literatura com o que se
é possível e não como algo meramente casual, mas como uma ligação entre o
imaginário e o real, entre a linguagem e a ação. De acordo com Santos (2000,
p.53)
“Na
literatura manifestam-se formas de percepção e construção de sentidos que já
estão presentes, circulando na cultura. É nessa perspectiva que um texto
literário jamais é arbitrário, mas uma tradução de tais modelos perspectivos e
construtivos. É nessa perspectiva que o campo do possível já é uma delimitação.
[...]O efeito antecipatório propiciado pela literatura ocorre quando essas
formas encontram, em textos literários, um espaço aberto para se manifestarem,
um espaço de visibilidade incipiente”.
Neste
sentido, a utilização de elementos históricos nas narrativas literárias
consideradas infanto juvenis – destinados a um público entre os 12 e 17 anos -
serve assim para instigar novos leitores a se interessarem tanto pelo que é
contado no livro e posteriormente pelo conteúdo historiográfico.
“O que
se vê no quadro da literatura infanto-juvenil brasileira, atualmente, é que há uma
maior conscientização da importância desse gênero literário, até por uma
questão de cidadania, pois é inegável o fato de que, por meio de livros, são
trabalhadas diversas questões importantes para a constituição de um cidadão no
futuro. No entanto, ainda é necessário mais incentivo à questão da literatura
infanto-juvenil, a fim de cada vez mais manter crianças e jovens ligados aos
livros” (BIASIOLI, 2007, p. 98).
De
acordo com Thomson (2016) faz parte da disciplina de história contribuir para a
formação do leitor crítico, capaz de interpretar textos literários e
articulá-los de forma coerente com o campo do saber histórico. O procedimento
de leitura é muito mais do que realizar uma eficiente decodificação da
linguagem de um texto: ”é compreender seu contexto, relacioná-lo com seu
cotidiano, criticá-lo segundo métodos definidos e, até mesmo, surpreender-se
com suas possibilidades” (THOMSON, 2016, p. 273).
Thomson
(2016) aponta assim que para que se tenha clareza sobre a abordagem mais
adequada de utilização desses materiais e para que se perceba as possibilidades
da literatura infantil/juvenil no processo de aprendizagem histórica, deve-se
atentar para aprendizagem histórica que é se é buscada. Segundo Thomson (2016,
p. 274)
“[...]quando
o conhecimento histórico passa a desempenhar um papel na constituição mental do
sujeito é que se constitui o processo de aprendizagem. Fatos, ações e
concepções sobre o passado, quando apreendidas pelo sujeito passam a interagir
com seu modo de pensar e tornam-se um ‘assunto do conhecimento consciente’”.
Ao se
fazer a leitura de uma obra infanto juvenil com elementos históricos, como no
caso do livro Ana Bolena (2017) da
autora Bruna Chíxaro, o jovem leitor depara-se assim com uma nova narrativa
acerca daqueles fatos vivenciados na corte Tudor e é desafiado a exercitar o
senso crítico de reflexão e construção de um “conhecimento consciente”.
Considerações finais
A
apropriação que a literatura faz da figura histórica de Ana Bolena, além de uma
maior interdisciplinaridade com a história, através de novos modelos de
narrativa, permite também novas formas de diálogo com o público infanto
juvenil, além de uma maior valorização do papel de Ana - enquanto mulher,
dentro da história da Inglaterra.
A
narrativa de Bruna Chíxaro reflete assim as próprias conquistas feministas, que
possibilitaram o resgate da memória de Ana Bolena. Nesta obra infanto juvenil,
vemos uma abordagem menos depreciativa acerca de Ana, sem os estigmas de sua condenação,
mas uma nova visão da “Rainha dos mil dias”, com características de uma “Girl
Power”.
A
personalidade forte de Ana é evidenciada, destacando assim a facilidade que a
obra tem em comunicar-se com o seu público, levando uma mensagem de que
independente do gênero, é possível ocupar vários espaços, sendo que estes novos
métodos narrativos de se contar a história de Ana Bolena podem contribuir com
novas perspectivas que impeçam o seu apagamento histórico.
Referências Bibliográficas:
Marcos
de Araújo Oliveira é graduando em Licenciatura em História na Universidade de
Pernambuco – UPE (Campus Petrolina). É integrante do Spatio Serti – Grupo de
Estudos e Pesquisa em Medievalística da UPE/Petrolina.
E-mail:drmarcosaroeira@hotmail.com
ANDRADE,
Flávia Adriana. Ficções de Anna Bolena,
na história e na literatura contemporâneas. 2013. 390 f. Tese (Doutorado) –
Instituto de Letras. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
2013.
BIASIOLI,
Bruna Longo. As interfaces da literatura infanto-juvenil: panorama entre o
passado e o presente. Terra roxa e
outras terras – Revista de Estudos Literários. v.9, 2007. p. 91-96
CHÍXARO,
Bruna. Ana Bolena. 2. ed. Manaus: Valer, 2017. p .88
FRASER,
Antonia. Ana Bolena. In:______. As Seis Mulheres
de Henrique VIII. Rio de Janeiro: BestBolso, 2014. p. 150-300.
SANTOS,
L. A. B. Literatura e História: convergência de possíveis. In: BOEACHAT, M. C.
B; OLIVEIRA, P. M; OLIVEIRA, S. M. P (Orgs). Romance histórico - recorrências e transformações. Belo Horizonte.
FALE/UFMG, 2000. p. 45-55.
THOMSON,
A. B. A. As possibilidades da literatura infantil/juvenil no processo de
aprendizagem histórica. História &
Ensino, Londrina, v. 22, n. 2, p. 263-279, jul./dez. 2016
TAPIOCA
NETO, R. D. A condição da mulher na Inglaterra do século XVI: O discurso feminista em The Secret Diary of Anne Boleyn (1997). Monografia de conclusão de
curso (História) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Ilhéus, 2013. 62 p.
Olá, Marcos Oliveira, parabéns seu texto está maravilhoso, principalmente, porque eu amo textos que fazem essa relação entre a História e a Literatura. É muito gratificante perceber essa outra perspectiva de Ana Bolena, e ainda mais sendo a partir de uma literatura. Tenho certeza que o ensino de História fica muito mais interessante quando articulado com a literatura. Você já experimentou ensinar esse período Histórico a partir dessa literatura infanto-juvenil?
ResponderExcluirMuito obrigada!
Elbia Souza.
Olá Elbia, muito obrigado pela consideração e estima!
ExcluirSobre o ensino de história, ainda não cheguei a trabalhar especificamente Ana Bolena através dos livros juvenis, mas tenho um artigo aqui no simpósio na mesa de ensino, relatando minha experiência em sala de aula abordando o ensino de história contra a corrupção! Se possível,
leia, creio que vá gostar!
Em relação a Ana Bolena, ela é uma figura formidável e muitos dos discursos literários sobre ela dão uma nova ótica sobre seu papel histórico, o que já vem sendo resgatado pela História das Mulheres.
Inclusive as interpretações históricos literárias de Ana Bolena no livro "Assassinato Real" de Jean Plaidy é o meu tema de monografia.
Qualquer coisa, fica aqui o meu e-mail para que eu possa enviar outras publicações minhas sobre ela: drmarcosaroeira@hotmail.com.
Obrigado!
Marcos de Araújo Oliveira