Cesar
Augusto Neves Souza
O longa metragem Grande Sertão: Veredas, baseado na
obra homônima de mesmo nome de João Guimarães Rosa, foi produzido pela
Companhia Cinematográfica de Vera Cruz Vila Rica Cinematográfica Ltda. A
película foi lançada no ano de 1965, sob a direção de Geraldo e Renato Santos
Pereira. O cenário do filme é a Região
de Minas Gerais que é marcada por disputas de terras entre coronéis que espalhavam
medo pela circunvizinhança. Também o jeito rude do sertanejo é retratado no
filme. O sertão era isolado e habitado por um povo ensimesmado, ou seja,
voltado para suas tradições e costumes e sua relação com a natureza. Eram
isolados, pois estavam longe do poder central. Os moradores do sertão eram
resistentes às leis da capital, que regulamentavam os contratos entre
indivíduos.
O sertão era governado pela lei do mais forte, como
a dos grandes proprietários de terras. O
poder legal muitas vezes dava espaço para as pretensões pessoais, infringindo
um tipo de conduta peculiar. Um bom
exemplo é quando o chefe dos jagunços, Joca Ramiro, tem uma contenda com Zé
Bebelo, um grande fazendeiro que queria pôr fim aos jagunços da região. Joca
Ramiro captura-o, e o caso é solucionado entre eles próprios, sem a intervenção
de um órgão competente, jurídico, estatal ou institucional. Este caso é um
retrato de como os casos eram resolvidos no sertão. Sem a presença de um juiz,
ou de um órgão que regulamentasse a vida cotidiana, as pessoas iam tecendo suas
próprias leis, e não enxergavam com bons olhos a presença do Estado. Embora o
filme contemple a região mineira, ele abre para nós a possibilidade de refletir
sobre outros espaços, ainda que este não esteja limitada à mesma localidade
geográfica, como a região goiana assunto desse trabalho.
Formado pela escola Militar do Rio de Janeiro, o
escritor e jornalista Euclides da Cunha, a serviço do Jornal Estado de São
Paulo, percorre as veredas do interior do Brasil. Com um olhar refinado, faz um
passeio detalhado do cenário brasileiro, tanto dos melindres da paisagem
natural, quanto das particularidades da vida sertaneja, observando com
prestimosa acuidade, a vida dessa gente, longe do mundo urbano das capitais.
Observa o modo forte, estilo de vida, relação do homem com a natureza, e dessa
observação, nasce aquela que seria não apenas uma ‘obra-prima’ da língua
portuguesa, mas um dos mais belos relatos escritos sobre esse Brasil profundo,
um Brasil distante da vida urbana.
No livro Os Sertões, Euclides pontua: (CUNHA, 2009,
p. 47) “O Brasil era a terra do exílio; vasto presídio com quem se amedrontavam
os heréticos e os relapsos, todos os possíveis do morra per ello da sombria justiça daqueles tempos. ” Terra de
exílio e vasto presídio era esse Brasil escondido. Longe dos centros políticos
da vida na cidade. Essa parte da nação tinha características peculiares, que
iam desde os aspectos da natureza aos aspectos humanos. O autor era
influenciado pelos estudos evolucionistas da época, e do pensamento positivista
e, em seus escritos, descreve a força do clima sobre o sertanejo, operando
neste uma “evolução regressiva.”
O autor reflete sobre as diferenças entre o homem
do Sul e do Norte. Nesta comparação expõe que o nortista não tem a força da
conquista, pois, comparando com o homem do Sul, eles são mais ligados à terra,
ao contrário dos brasileiros do Sul, que possuem o espírito mais bravio,
aventureiro e conquistador. Decerto, a orientação filosófica de Euclides
formatou suas lentes de percepção, ao aventurar-se entender o mundo do
sertanejo, orientado pelo método positivista de análise, semelhante ao método
etnográfico, procurando ser o mais fiel possível aos fatos observados.
Euclides contemplava a revolta de Canudos em Monte
Santo, liderada por Antônio conselheiro. Admirava a sua oposição contra a
República. Percebia a diferença desses inúmeros sertanejos com relação ao homem
da cidade. Atônito ante o tamanho contraste entre a rotina acelerada da cidade
e o perfil do brasileiro dos sertões. Esse Brasil longe dos centros urbanos
abriga “um terço de nossa gente. ” E sobre essa gente do sertão, acrescenta
(CUNHA, 2009, p. 42): “Mais fundo o contraste do nosso modo de viver e daqueles
rudes patrícios mais estrangeiros nesta terra do que os imigrantes da Europa.
Porque não no-los separa um mar, separam-no-los três séculos. ” Tão distantes
dos acontecimentos da cidade e do estilo da vida urbana é que Euclides
considerou que o homem do sertão estivesse vivendo em completo atraso.
O interior do Brasil passou a fazer parte de um
projeto maior. No Século XIX, o Brasil buscou concentrar seus projetos
econômicos mais para o Oeste. Era preciso construir um conceito de nação. A
obra Comunidades Imaginadas de Anderson (2008), apresenta uma teoria bem
alicerçada, sobre conceitos e origens de nação e nacionalismos. Ao longo dos
oitocentos, as principais nações da Europa estavam envolvidas na construção de
seus Estados. E a ideia de sociedade imaginada, trazida por Anderson, é
justamente pensar na relação que existe entre todos os indivíduos da mesma
nação.
“O sertão é sozinho, o sertão é dentro da gente”,
já dizia o escritor do livro Grande Sertão: Veredas, (ROSA, 1994). Dentre as
muitas polissemias representativas do sertão, uma dela diz respeito à distância
que mantém em relação ao litoral. E a referência espacial que repousa sobre a
palavra sertão é de algum lugar longe do litoral, um lugar onde a ‘civilização’
não se faz presente, um espaço de solidão. No sertão a vida política das
pessoas era fortemente ancorada nos privilégios pessoais, no arbítrio, na troca
de favores, e no poder dos coronéis. E a fim de manter-se no poder utilizava-se
da violência, da chantagem e da imposição do medo para prevalecer sua vontade
senhoril. Esses eram fatores acentuados da vida social dessa parte do Brasil. O
sertão, portanto, é sozinho, lugar onde permitia-se quase tudo, um lugar de
refúgio em que muitos encontravam a liberdade de fazer o que queriam, sem
prestar contas, ou seja, prestavam contas entre eles, distantes que estavam dos
órgãos oficiais do Estado. Como no conflito entre Joca Ramiro e Zé Bebelo na
obra Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, já relatado no início deste
trabalho.
O sertão, embora sozinho, não está restringido a
apenas um lugar geográfico. O conceito, segundo o qual estudou-se a região,
foge aos parâmetros físicos impostos pelos geógrafos, por marcos fronteiriços.
Para lançar luz ao conceito de região, nada mais oportuno no momento, do que
partir do ponto em que Bourdieu (BOURDIEU, 1989, p. 107), escreve sobre a
identidade e a representação para uma reflexão crítica sobre a ideia de Região,
discorrendo sobre o objetivo de fazer a história social das categorias do
pensamento do mundo social, e que a delimitação de Região, parte de um conceito
social e de um ato de autoridade, visando separar o sagrado do profano. Nesta
linha de pensamento delimitar uma região constituía um ato religioso do rei,
tanto expandir quanto delimitar seu poder sobre amplos domínios. Neste sentido,
a região é o espaço de domínio real, onde o rei fixa suas regras e regula as
ações dos seus súditos. Ademais, Bourdieu (1989), convida a olhar para a
região, de uma forma sociológica e cultural, não somente dentro de um limite
pré-estabelecido.
É evidente, segundo Bourdieu (1989), que se deve
pensar a região para muito além do que pretendem os geógrafos. Acompanhando o
pensamento do autor, contempla-se os espaços para além dos olhares geográficos.
Pois, “o geografo prende-se talvez demasiado ao que vê”, (BOURDIEU, 1989, p.
108), olhando muito pouco para mais adiante das fronteiras políticas e
administrativas. Embora o pioneirismo neste tema, seja dos geógrafos, os
estudos sobre região é um palco de disputa entre os diversos estudiosos de
outros campos, como: antropólogos, historiadores, economistas, sociólogos entre
outros. Por mais que o geógrafo se concentre nos estudos regionais, ele olha
muito pouco para além das fronteiras políticas, ao contrário de um economista,
que percebe uma região como tributária de outros espaços, seja na dependência
econômica, seja no fluxo comercial, que é estabelecido com outras localidades.
Desse modo, tanto o antropólogo, quanto o historiador, vem a contribuir para a
construção do conceito regional a partir de seus matizes metodológicos.
No texto Região e História Agrária Linhares e Silva (1995) discutem
algumas abordagens que esclarecem as diferenças entre História Econômica e
História Agrária. É inviável estudar a História Agrária sem pensar a região,
haja vista ser um tema ligado a outro. Os estudos similares produzidos pelos
Analles, apud Burke (2010), na
França, não serviram de guia para Linhares e Silva (1995), devido ao fato de
que o modelo estudado pelos franceses não ajustava ao contexto brasileiro.
Tampouco os estudos marxistas, que mesmo sendo fundamentais para corrigir
alguns pontos abordados pelos Analles,
não supriam a expectativa da pesquisadora, tendo em vista os seus debates se
concentrarem mais nos assuntos urbanos. Demonstrando-se, porventura, não tão
eficientes para pensar a nação como um todo. Então, recorre aos estudos
geográficos que, vinculados ao IBGE, apud
Linhares e Silva (1995), que produziu um vasto material sobre o espaço
agrário brasileiro. No entanto, com o tempo, esses estudos viriam a se
desalinhar da proposta dos autores, segundo a qual, praticamente todos tem seus
alicerces na teoria marxista e, deste modo, iriam abordar temas como periferia,
irradiação e se aproximando ainda mais para o espaço urbano. Além do mais,
produziram uma visão generalista o Brasil conforme analisa Linhares e Silva
(LINHARES, 1995, p. 3)
“Tal abordagem do conceito espaço/região
considerada marxista pela nova geografia, deveria claramente contrapor-se a
dois outros conceitos. De um lado a abordagem dita “positivista”: o espaço é
considerado como o suporte de uma série de fenômenos, sobre os quais se
construía a reflexão da geografia como ciência, ou seja, um dado externo ao
processo social como fenômeno em si. De outro lado, a abordagem estruturalista:
o espaço aqui é uma relação orgânica do físico-natural com os fenômenos que
nele se desenrolam, constituindo, assim, um processo de determinações mútuas e
contínuas, determinante e determinado simultaneamente, cabendo ao geógrafo
‘desvendar’ esta rede de determinações.”
É
sobre este vértice, que procurou-se olhar a região norte goiana, não como uma
localidade geográfica entre outras Províncias, mas um espaço que é tributário a
outros espaços. É tributário no que diz respeito ao fluxo econômico, a
fenômenos de paralelismos culturais e a questão do ambiente natural. Assim,
precisamos olhar para Goiás para além de suas fronteiras geográficas. Desta
forma, os rios não são apenas um patrimônio natural pertencentes à Região Norte
de Goiás, portanto, não precisa ser estudado somente a partir dessa Província.
Ao contrário, o rio se apresenta como um sujeito histórico, que passa a ser o
alvo central de um projeto desenvolvimentista de caráter nacional. E por suas
águas não navegam apenas mercadorias necessárias à Província, além disso,
navegam informações que circulam de um lugar a outro, por pessoas de localidades
distintas, e que por sua vez configuram a identidade dos pequenos povoados.
ALFRED TAUNAY E
A PROVÍNCIA DE GOIÁS
O rio que passa por uma cidade
significa a vida, tanto econômica quanto cultural. Suas águas abastecem a
milhares de pessoas que dependem delas. Entretanto, não é somente a vida da
dona de casa, do homem do campo, que são favorecidas pelas suas benesses. As
suas águas também trazem o sopro de vida econômica à uma cidade, estabelecendo,
por intermédio de seu leito, trocas comerciais com outros mundos e outras
culturas. Ao longo de seu leito muitos povoados são formados, transformando-se
em cidades. O rio que corta a cidade transporta riquezas, notícias, pessoas, ou
seja, dá vida a um lugar. Desta maneira estabelece contato com outras localidades,
libertando a cidade do isolamento. Ao longo dos oitocentos, os presidentes da
Província de Goiás, e diversos estudiosos viram nas águas dos Rios Araguaia e o
Tocantins, a solução para curar a província goiana, do tão infausto isolamento,
um deles foi Alfred Taynay.
Goiás era uma província
imêmore, não desfrutava de uma população vasta o suficiente para expandir por
toda a Província, e promover uma cultura de comércio, que pudesse nivelar com
outras do Império. A escassa população ali existente, não era acostumada ao
trabalho de perfil capitalista, o que significa que não estavam adaptadas, a
ponto de produzir e usufruir dos resultados de seu labor. Expresso nas próprias
palavras de Taunay: (TAUNAY, 1876, p. 13) “Não sente a evolução de seu progresso.
” E ainda mais: “Vive a vida desanimada, languida e prostrada sobre as minas
riquíssimas de ouro. ” Porém, não usufrui de suas riquezas. ”
O
trabalho de Taunay (1876), sobre a Província de Goiás descreve as
riquezas da Província, e a ‘pesada nuvem’ que repousou sobre Goiás, com o
declínio da mineração. A exposição nacional de Filadélfia, nos Estados Unidos,
em 1876, comemorativa dos 100 anos de independência norte americana, congregou
nações de todo o mundo. O grande objetivo, era enaltecer o trabalho humano e as
conquistas tecnológicas da modernidade, e com isso colocar os Estados Unidos no
rol dos países desenvolvidos. Outra intenção estadunidense era consagrar a
união das duas Américas com fator decisivo para o progresso entre as Américas.
O Brasil estava representado na pessoa de Salvador de Mendonça no qual em sua
fala reforçou a união comercial entre o Brasil e os Estados Unidos. Tendo como
ponto de referência à exposição de Filadélfia, Taunay (1876), sublinha a glória
norte americana graças à chegada maciça
de emigrantes, que somaram riquezas e conhecimento ao desenvolvimento da nação
americana, e acrescenta que, se o Brasil abrisse suas portas a países
estrangeiros, também daria um forte passo rumo ao progresso, posto que é um
País que goza de notável tranquilidade, rara beleza natural, um povo
hospitaleiro e de leis que protegem a segurança da família, e com isso poderia
ganhar o mesmo prestígio que a nação norte americana.
O palácio da agricultura
realizou, um ano antes, em 1875, uma exposição nacional para reunir os produtos
de cada Província do Império. Taunay requisitava que Goiás também enviasse o
que havia de melhor na Província, e avalia que os produtos que foram enviados,
não representam, de modo algum, as riquezas da Província, enviando apenas o que
poderiam arcar com as despesas de envio. Goiás era uma província imensa,
exuberante e opulenta, com rios caudalosos a banharem suas terras, onde se
escondiam tesouros de metais de grande valor, como o ouro. Possuía extensas
matas com farta variedade de plantas, escondidas e abandonadas. Taunay reforça
que foi isso que Goiás não pode enviar à exposição nacional. Em outras
palavras, não se pode julgar uma província, partindo somente do que estava em
exposição.
Goiás poderia utilizar-se dos
seus rios, assim como foi utilizado o Rio Amazonas. Embora o Estado do
Amazonas, compartilhando de semelhantes problemas, tinha seus rios navegados
constantemente, e assim, enriquecendo o comércio, dando vida econômica à
região. O Amazonas, de acordo com Tocantins (1983), era composto por uma
população mais consistente, que aproveitava os benefícios que o rio trazia.
Todavia, segundo Taunay, a mesma bonança não é vivida pelos povos de Goiás,
pois para lá chegar, o viajante tinha à sua frente inúmeras léguas a vencer e,
sobretudo, as cidades goianas se não eram florescentes, pelo contrário, eram
‘moribundas, ’ porquanto viviam esquecidas e isoladas do restante da
civilização brasileira. A região goiana era tida como sertão e, segundo as
definições de Taunay (1875, p. 13), o sertão no Brasil, quer dizer terreno
ainda não de todo ganho ao trabalho e a civilização.
Somente
um investimento de força, poderia revitalizar a Província. A parte Sul, poderia
aproveitar os lucros de São Paulo, e a parte Norte ficaria por conta das
benesses dos dois grandes Rios Tocantins e Araguaia. A Província necessitava de
um sopro de vida para tirá-la da letal prostração, conforme analisa Taunay
(TAUNAY, 1983, p. 14): ” esse dia, esse momento, Goiás terá tido o merecimento
raro de espera-lo paciente e resignadamente, que é triste viver-se em Terra que
vai em decadência sem que ao longe se veja reluzir progresso de melhores
tempos. ”
O Rio Tocantins é entendido
como espaço de fronteiras, como lugar de encontro de culturas diferentes, como
marco delimitador de espaços, como aproximação de espaços e meio de integração
nacional. Por um lado, os presidentes de Província reclamavam da falta de
navegação e, por outro, havia uma navegação promovida por sertanejos e
particulares, que enfrentavam os obstáculos e perigos impostos pelo rio. E de
acordo com Flores (2006), é que mesmo com o discurso dos presidentes
de Província acerca da dificuldade das navegações realizadas por pequenos
empresários particulares, e ainda com os perigos e obstáculos, estes bravos
sertanejos percorriam o Rio Tocantins dando vida ao comércio. O verdadeiro
objetivo por partes dos presidentes talvez era de provar que a população da
Província não era capaz de produzir na região uma força produtiva suficiente
para gerir e aquecer uma economia de produção e exportação. Muitas tentativas foram feitas para estimular
a navegação. Praticamente todas tiveram como resposta o fracasso.
Cesar
Augusto Neves Souza. Graduado em História e mestrando em História, Literatura e
Imaginário. Pela Universidade Federal do Tocantins.
ANDERSON, Benedict. Comunidades
imaginadas. São Paulo. Companhia das Letras, 2008.
ARAÚJO, Emanuel. Tão vasto,
tão ermo, tão longe: o sertão e o sertanejo nos tempos coloniais. In: DEL PRIORY,
Mary. (org.). Revisão do paraíso.
Rio de Janeiro: Campus, 2000.
BLOCH, Mach. Apologia
da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
BOURDIEU,
Pierre. O poder do símbolo. Lisboa: Difel, 1989. Disponível em: <http://monoskop.org/images/b/b3/Bourdieu_Pierre_O_poder_simbolico_1989.pdf>.
Acesso em: 10 fev. 2015
BURKE, Peter. A
Escola dos Annales (1929-1989): a revolução francesa da historiografia. 2.
ed. São Paulo: UNESP, 2010.
CUNHA, Euclides da. Os sertões. São Paulo: Ática, 2009.
FLORES, Kátia Maria. Caminhos que andam: o rio Tocantins e a navegação fluvial nos
sertões do Brasil. Belo Horizonte, MG: UFMG. 2006..
LINHARES, Maria Yedda; SILVA, Francisco Carlos
Teixeira da. Região e História Agrária. Estudos
históricos, Rio de Janeiro, FGV, v. 8,
n. 15, 1995. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/1998/1137>.
Aceso em: 12 fev. 2015.
ROSA, Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
Disponível em:<http://stoa.usp.br/carloshgn/files/-1/20292/GrandeSertoVeredasGuimaresRosa.pdf>.
Acesso em: 10 fev. 2015.
TAUNAY. Alfredo de Escragnolle. A Província de Goyaz na Exposição Nacional
de 1875. Rio de Janeiro: Nacional, 1876.
TOCANTINS,
Leandro. O rio comanda a vida: uma interpretação da Amazônia. Rio de Janeiro: J. Olímpio, 1983.
Olá, Cesar Augusto, gosto muito de textos que fazem essa relação entre Literatura e História, e você se apropriou de duas obras muito significantes à literatura brasileira, você inicia o texto com muita propriedade e faz umas análises muito boas sobre essas obras, mas senti falta delas quando você aborda sobre a Província de Goiás, ou talvez eu tenha percebido essa relação. Então gostaria muito que você pontuasse os aspectos específicos de Goiás dentro do conceito de sertão a partir das obras analisadas.
ResponderExcluirDesde já agradeço por sua resposta!
Elbia Souza.
Olá Elbia Souza. Obrigado. O livro a Província de Goiás de Alfred Taunay, descreve com sutileza os aspectos geográficos de Goiás. O livro nos conta das riquezas da flora, como também do isolamento da província, em especial após o ciclo do ouro, sec xix. Lugares abandonados, cultura de subsistência e etc. Claro que este 'abandono' é devido a falta de uma economia forte e lucrativa. Além do mais faltava o contato com o litoral. Por isso, a forte discussão sobre a utilização das navegações do Rio Tocantins. Outro fator era a falta de estradas, e o difícil acesso à Província. Nesta época, sertão tinha esta conotação de lugar longe dos centros 'civilizados'. Podemos ver este quadro nos relatos de presidentes de província de Goiás. E em matérias no jornal o Paíz. Indica-se tambémm o livro de Lysias Rodrigues: os Rios Tocantins.
ExcluirDe fato, o espaço do artigo é pouco para um maior explanação. Entretanto, deixo aqui meu e-mail. cesar.neves@mail.uft.edu.br - )Obrigado, espero ter respondido.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá César Augusto! Uma temática excelente...você trabalha com a noção de sertão por dois ícones: Euclides da Cunha e Guimarães Rosa. O próprio Guimarães Rosa tem como base espacial e geográfica para conformar o "seu" sertão, grande parte de Minas Gerais, mas, também parte do território goiano. No entanto, vejo aqui no seu trabalho o Taunay como principal autor a dar esse status de Goiás dentro de um conceito de sertão. Por que não usaste autores mais regionais do século XX, como Bernardo Elis e Bariani Ortêncio, para ficar apenas nesses dois. Pois eles descrevem a verdadeira essência de um Goiás sertanejo.
ResponderExcluirPor Jessé Gonçalves Cutrim