O AGRÁRIO EM NARRATIVAS ESCOLARES


Athos Matheus da Silva Guimarães
Francivaldo Alves Nunes




Introdução

As narrativas são carregadas de intencionalidade por quem as constroem e sob o que será narrado, deixando as claras seus intensões. A todo o momento estão desenvolvendo textos, verbal ou não verbal, sobre uma dada característica, sociedade ou até sobre si. É fundamental atentar-se ao fato de que as narrativas fazem parte da construção de um grupo, narrando sobre si ou sobre o outro, a todo momento estão narrando para definir identidades e memórias.
Pode levar a está reflexão as narrativas didáticas construídas no espaço escolar. É um espaço, a escola, que a todo momento está tratando com as identidades e memórias de alunos e alunas com diversas experiencias e concentrando essas vivências no espaço escolar. As narrativas desenvolvidas neste espaço têm um impacto determinante na construção de cada discente, especialmente na construção do “eu”.

Pensando a partir desta perspectiva, analisamos a construção destas narrativas escolares a partir de um objeto significativo para qualquer ambiente escolar, o livro didático. Este material é significativo para analise pois, geralmente, é peça de peso na construção de aulas e os sujeitos que serão expostos para os discentes ganham destaques a partir destas narrativas. As suas narrativas acabam sendo decisivas para o desenvolvimento de identidades e tornando-se um elo com as temáticas abordada a cada capítulo.

Partindo desta premissa, analisamos 3 livros didáticos da editora Leya que abasteceu a Escola Estadual Ensino Médio Prof° Antônio Gondim Lins, escola localizada no Município de Ananindeua – Pa. A análise enveredou-se para as narrativas sobre a questão agrária, pois é um tema bastante sensível e cheio de estigmatizações por parte da sociedade influenciados, também, a partir das narrativas escolares. Para ressaltar, este trabalho é fruto do projeto de iniciação cientifica, financiada pelo CNPQ, que vem debater sobre a questão agrária nos livros didáticos. Este texto foi a partir dos resultados encontrados. Na abordagem, trabalhos com textos voltados para a história do Brasil, pois desejamos entender como o agrário foi introduzido nas narrativas sobre o Brasil nestes livros didáticos.

Nas tramas dos livros didáticos

A construção de um texto requer todo um esforço do autor ou autora, não somente a habilidade da escrita, para além disso, existe a necessidade da parte da pessoa que escreve lidar com toda a influência externa. A construção de um texto vai além da habilidade de escrever, é saber lidar com toda a complexidade existente em torno do autor e da autora e saber extrair para todo o texto.

A construção do livro didático envolve tudo isso citado à cima, especialmente pelo fato da produção deste livro envolve personagens no processo de desenvolvimento, tornando tudo complexo na hora da montagem do material.  A cada página de um livro didático envolve um esforço de diversos personagens para que funcione e seja implementado, a maneira como escreve, sobre o que escreve e a disposição do texto. Da mesma forma que a utilização de iconografias e os objetivos do livro.

Tudo é um processo minimamente pensado para sair adequado ao objetivo da editora, do Estado e da sociedade. Os livros didáticos não são simples objetos para a sala de aula, estão carregados de intencionalidades, possuindo os mais diversos objetivos para dentro e fora da sala de aula. Não são apenas meros informadores para alunos, muito mais que isso, são instrumentos decisivos na construção das aulas e está presente no planejamento dos conteúdos para a sala de aula.

Dada a importância dos livros didáticos é desenvolvido atenção maiores sobre a maneira como será construída, por quem e como será distribuída. É nestes pontos que aparece um personagem na trama que vai ditar, de forma decisiva, a maneira como se deve construir o livro didático, o Estado. O Estado, e seus agentes, vão ditando como deve ser construído as narrativas dos livros didáticos, não como ação pacifica, porém o poder público acaba tendo papel decisivo na metodologia que será utilizada na produção dos livros didáticos.

De acordo com Marcelo Soares Pereira da Silva (2017) a presença do Estado como regulamentador da produção dos livros didáticos se dá a partir do início do século XX, dando mais atenção a este processo de construção dos textos didáticos. Tendo um marco a partir da formação da consolidação Nacional do Livro didático (CNLD). A CNLD é um agente construído no Governo de Getúlio Vargas, algo a se atentar e já destacar, as narrativas sempre são construídas para alguma finalidade, e os governos passaram à também introduzir estas perspectivas nos manuais didáticos.

Para a Sonia Regina Miranda e Tania Regina de Luca (2004) o ministério da Educação e Saúde tomou como objetivo a introdução de valores, valores que o governo federal acreditava ser necessário. Desta forma, o Ministério tomou a frente no controle sobre o processo de construção das narrativas didáticas. Assim tornando-se peça fundamental para o desenvolvimento e potencializador desses valores que o Estado acreditava.

Da mesma forma que no governo militar, no período da Ditadura militar, também interviu no processo de construção dos livros didáticos. Para qualquer governo federal é fundamental ter controle sobre as narrativas que serão introduzidas no espaço escolar, são narrativas que estarão de acordo com objetivos do governo federal. Daí a necessidade da formação de um agente regulamentador como a CNLD. Porém os critérios vão se transformando da mesma forma que os personagens, até surgir outro agente que no caso é o PNLD.
O Programa Nacional dos Livros Didáticos (PNLD) é um agente que se tornou fundamental no processo de produção e compra dos livros didáticos. O programa foi criado em 1985, momento de intensas discussões sobre o ensino após o processo da ditadura militar (De Luca; Miranda, 2004). O PNLD é um personagem que normatiza os processos de construção e a maneira como deve ser escolhido. Torna-se uma referência para as editoras desenvolverem suas produções para conseguirem entrar na lista de livros com o selo desta instituição e poder adentrar no processo de seleção dos docentes do ensino básico e possibilitar a compra.

Os livros da escola analisado

Após o brevíssimo histórico dos livros didáticos e dos personagens por de trás da construção destas narrativas, vamos nos especificar para os livros didáticos da escola e da pesquisa. É fundamental atentar-se ao fato de que os livros didáticos estudados pertencem a um ambiente maior como a escola e que está inserido dentro dos processos anteriormente citados, as narrativas estão amarradas em bases que geralmente os docentes e discentes não se atentam.

O volume analisado possui o título “Oficina de história”, produzido pela editora Leya. O volume possui 3 (três) livros que são correspondidos a cada ano do ensino médio, 1° ano, 2° ano e 3° ano. Possuindo conteúdos tanto da História do Brasil e a História de outras civilizações em temporalidades especificas, caracterizando um livro didático de história integrada.

Estes livros são de autoria de professores universitários e/ou experientes na área de produção do livro didático. O primeiro autor é o professor Flávio Campos que é professor da Universidade de São Paulo (USP), o segundo é o Júlio Pimentel Pinto que é professor adjunto da USP e a segunda autora é Regina Claro que é especialista em História e cultura africana e afro-americana. Ambos os autores são considerados especialistas na produção de livros didáticos. As informações citadas são trazidas pelo livro didático, apresentando seus autores e também querendo dar legitimidade a produção.

Os livros didáticos possuem o selo do Plano Nacional do Livro didático (PNLD), possibilitando a entrada na seleção de livros feita pelos docentes para o ensino básico. Esse volume traz debates, como destacado anteriormente, sobre a História do Brasil e História de outras civilizações. Para esta pesquisa o que mais vai ser levado em consideração é História do Brasil, especialmente no debate sobre a questão agrária.

Estes livros abasteceram a Escola Estadual de Ensino Médio Prof. Antônio Gondim Lins, localizado no município de Ananindeua, no Estado do Pará. Esta escola é referência para a região, tanto pela capacidade de atender uma grande demanda de alunos e alunas quanto também pela parte estrutural que, de certa maneira, destaca-se dos demais. A escola Antônio Gondim Lins atende discentes do 1° ao 3° ano do ensino médio, como também do ensino de Jovem e Adolescentes (EJA). São discentes de diversas regiões do município, principalmente urbanas, mas também rurais. A escola está localizada em uma zona urbana, informações importantes a serem destacadas pois influência na maneira de ensinar e aprender. Da mesma forma na hora de construir suas identidades a partir das narrativas dos manuais didáticos.

O agrário nos livros

Como salientado anteriormente, a investigação concentrou-se sobre os debates envolvendo a questão agrária na história do Brasil. É importante realizar esse destaque para entendermos a dimensão dada ao agrário nas tramas das narrativas sobre o Brasil nos livros didáticos, pois isso influenciará na maneira como a sociedade se comportará diante destas questões, especialmente para desconstruir discursos e/ou perpetuar “velhas” perspectivas.

Os três livros didáticos da escola demonstram narrativas que, em muitos casos, beiram a perpetuação de ideias já tradicionais, dando sustentação para continuar as estigmatizações de ideias sobre a questão agrária. A seleção realizada pelos autores demonstra que os textos seguem uma mesma linha de raciocínio sobre o agrário, enquanto que outras temáticas no livro já demonstram uma preocupação com aprofundamento no debate e um zelo maior na construção da narrativa.

O livro do primeiro ano do ensino médio destaca a história do Brasil colonial. Ao longo de suas páginas, o agrário vai aparecendo a partir de aspectos tradicionais de narrativas que não tem como objetivo discutir sobre cultura ou a sociedade envolvida no ambiente rural, as narrativas que envolvem, de certa forma o agrário, acaba dando destaque a produtos singulares e únicos. Não representam de forma mais significativa toda um universo agrário, na verdade esvazia o debate sobre outras perspectivas que poderiam ser abordadas.

O agrário aparece com sustentação de narrativas principal ou se torna um agente decisivo em alguns momentos, como por exemplo o período colonial, o livro do 2° ano do ensino médio, demonstra o agrário contido em alguns aspectos já tradicionais como o debate sobre o açúcar, algo que se torna necessário para o desenvolvimento da trama, porém não traz mais características para além da importância política e econômica para a colônia.

São perspectivas consolidadas, ao tratar o agrário bastante especifico e resumido. Não significa estar errado este ângulo, pois trata-se de seleções, mas prejudica ao tratar do assunto somente de um ângulo e não trazer ao público perspectivas mais abundantes sobre a temática. Fica um debate em que a questão agrária se resume a um personagem, no caso o açúcar, porém não traz discussões mais profundas sobre o tema. 

Da mesma forma que os autores abarcam as narrativas sobre as questões agrárias, da mesma forma que existe as supressões nas páginas, existem também momentos que os autores dão um destaque gigantesco a certos aspectos do agrário. Realizando uma ligação entre o agrário e a construção de referências importantes para a construção da história do Brasil.

Como por exemplo sobre o café, como o açúcar, o café toma proporções gigantes em determinado ponto do livro sendo atribuído como ponto fundamental para a construção da nação e da sociedade brasileira. Tudo girando em torno deste produto, entendo que sem aquele respectivo produto não haveria o desenvolvimento do país, não somente na questão econômica, mas nos aspectos políticos, sociais e culturais.

No livro do segundo ano o café é que toma grande destaque. No debate sobre a construção da República no Brasil, o café é construído como ponto chave para construção da sociedade brasileira, da mesma forma para o surgimento de diversos grupos a partir deste produto. Algo bastante significativo para compreendermos como os autores vão seguindo a linha de debate, pois os grupos que vão surgindo nestas narrativas não pertencem aos grupos marginalizados, mas as elites que se perpetuaram e ditaram por muito tempo.

Abordagem dos autores não contempla de forma significativa em outros personagens que vivem no meio agrário. Obviamente que debater sobre a construção das oligarquias é também importante para compreendermos a formação das relações políticas, econômicas e sociais. Toda via, o debate não pode privilegiar apenas um determinado grupo, enquanto que pode-se demonstrar aos discentes, a partir das limitações do livro, os demais grupos sociais e culturais que existem a partir da questão agrária.

Já no terceiro livro didático da escola, a abordagem vai se limitar aos movimentos sociais. É interessante que o debate sobre os movimentos sociais na questão agrária somente aparece no terceiro livro, é debates que abarcam as reivindicações para posses de terras. Um debate muito importante, especialmente pensando os diversos conflitos por terra existentes no Brasil.

Mas a forma como é pensado a perspectiva dos movimentos sociais acaba mais por dá continuidade a pensamentos contraditórios e de senso comum da sociedade do que desconstrói estas narrativas já perpetuadas. É difícil para um discente compreender que a luta pela terra não é algo que começou recentemente, tradicionalmente ligado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST), muito antes desta entidade política aparecer. A luta pela terra já se arrasta por séculos, especialmente entre grandes proprietários de terras e grupos marginalizados, porém são comprimidos e não surgindo nas páginas didáticas para contribuir para o debate.

Referencias

Athos Matheus da Silva Guimarães é graduando do curso de história docampus da UFPA em Ananindeua. Atualmente é bolsista PIBIC/CNPQ, desenvolvendo a pesquisa no Campus da UFPA em Ananindeua com o tema “A terra, os homens e o ensino de história: a questão agrária e o ambiente rural em livros e apostilas” sob orientação do professor doutor Francivaldo Alves Nunes (UFPA).

Francivaldo Alves Nunes é Doutor em História Social pela Universidade Federal Fluminense (2011), com Estágio Pós-Doutoral na Universidade Nova de Lisboa (2014). Pesquisador Produtividade do CNPq, nível 2. Atua nos cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Pará. Tem experiência na área de História, com estudos voltados para Ensino de História.

*Estes resultados são frutos do projeto de pesquisa “A terra, os homens e o ensino de história: a questão agrária e o ambiente rural em livros e apostilas”. Esse projeto é financiado pelo PIBIC/CNPQ. Desde já nossos agradecimentos pelo investimento na pesquisa, pois com o financiamento foi possível o desenvolvimento desta investigação.

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DE CAMPOS, Flávio., PINTO, Júlio Pimentel. & CLARO, Regina. Oficina de história. 2°.ed. São Paulo: Leya, 2016.

GUIMARÃES, Athos Matheus da Silva. A narrativa sobre a Adesão do Pará à Independência nos Livros didáticos da escola prof. Antônio Gondim Lins: Primeiros resultados. In: BUENO, Andre; CREMA, Everton; ESTACHESKI, Dulceli; NETO, José. (Org.). Aprendizagens históricas: Rumos e experiências. 1ed.União da Vitória/ RJ: LAPHIS/ Edição especiais Saberes de ontens, 2018, v. 1, p. 36-42.

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6 comentários:

  1. Como foi muito bem abordado no texto existe um debate muito pequeno sobre o agrário nos livros didáticos e por várias vezes não aborda a variedade social existente no campo, sendo muito introdutório. Minha pergunta é a seguinte: Quais as possíveis soluções para promover a produção de um material didático que aborde a variedade social presente no campo, buscando principalmente descontruir a visão geralmente errada sobre as lutas sociais presentes no campo?

    Desde já agradeço a atenção.

    Nildo Doval Moutim

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    1. Olá, Nildo Doval Moutim

      Muito obrigado por ler nosso texto, pelas colocações e o questionamento.

      O agrário pode possibilitar diversas possibilidades de debates. É muito diversificado o debate sobre o agrário. Acreditamos os movimentos sociais no campo não é algo que nasce do dia para noite, o docente pode aproveitar e demonstrar aos alunos e alunas como são construídos cada etapa e discussões dos movimentos sociais no campo, que tempo bases politicas, sociais, econômicas e culturais muito forte e que são menosprezados nas aulas de história.

      Att,

      Athos Matheus da Silva Guimarães
      Francivaldo Alves Nunes

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  2. Olá Athos e Prof. Francivaldo.
    Parabenizo a pesquisa expressa nesse texto. Muito relevante por destacar a temática agrária nos livros didáticos e constatar que assim como a questão ambiental, da figura feminina, dos negros e de diversos outros sujeitos, não tem o devido trato e destaque nas narrativas deste material, que em muitas escolas é a única fonte de leitura e de recurso usado nas aulas. Mediante o cenário atual, qual a perspectiva que vocês têm sobre as futuras coleções a serem enviadas para selecão e distribuiçao pelo MEC? Que sugestão vocês dariam para que os docentes possam produzir materiais didáticos que preencham essas lacunas das narrativas dos livros didáticos sobre a questão agrária?
    Cordialmente,
    Ligia Mara Barros Ribeiro.

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    1. Olá, Ligia Mara Barros Ribeiro,

      Possivelmente os livros didáticos sofreram modificações em suas narrativas, especialmente em debates muito delicados para a sociedade brasileira. Mas de qualquer forma os livros didáticos possuem lacunas, não só com a questão agrária. As lacunas vão ser preenchidas com os docentes e suas leituras, na verdade o docente que dará o sentido para os debates em sala de aula. Não podemos esquecer que os livros didáticos são ferramentas para auxiliar os professores nas salas de aula, mas que foram transformados em personagens principais do espaço escolar. A questão agrária pode ser abordada de diversas formas, dependerá do docente e dos objetivos na sala de aula.

      Luminosamente,
      Athos Matheus da Silva Guimarães
      Francivaldo Alves Nunes

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  3. Olá!
    Como nós professores devemos proceder, ao tratarmos da questão agrária em sala de aula? Sabemos que é uma luta que existe há muitos e muitos anos, principalmente de movimentos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST) por exemplo, mas que em virtude do atual governo que incita o monitoramento de "professores doutrinadores" nas palavras do atual Ministro da Educação!
    E futuramente com a publicação de novos livros didáticos, que provavelmente será tirado assuntos como esses! O que devemos fazer como educadores, repassar o conteúdo assim mesmo ou se "adequar as diretrizes do governo"?

    Francisco Pinto Lopes

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    1. Olá, Francisco Pinto Lopes

      Acreditamos que os docentes tem um poder de realizar discussões em sala envolvendo diversas perspectivas. As investidas do governo federal em tentar =desmerecer o trabalho docente será intensificado ao longo dos quatro anos,mas os professores podem se aproveitar de cada momento para provocar debates em sala de aula. Seja subversivo, o professor pode guiar os olhares dos discentes em sala de aula. Caso queira trabalhar com atemática dos movimentos sociais no campo indico começar pelas estruturas sociais e culturais do movimento. Nenhum movimento nasce de um dia para outro, é processo continuo e demorado.O próprio MTST possui diversas bases ideológicas que pode ser levado em consideração nos debates e que vão para além da história pronto e acabada.

      Cordialmente,
      Athos Matheus da Silva Guimarães
      Francivaldo Alves Nunes

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