EVANGELIZAR POR MEIO DA EDUCAÇÃO: OS IRMÃOS MARISTAS EM CANUTAMA

César Aquino Bezerra

INTRODUÇÃO

A Igreja Católica, a partir do Concílio de Trento, lançou-se ao desafio de recristianizar a sociedade, e a educação tinha um papel fundamental para alcançar esse objetivo (PARRILHA, 2016). No Brasil, a influência e a presença da Igreja também marcaram a história da educação. A Companhia de Jesus dirigiu o programa educacional na América Portuguesa, com o projeto de expandir a religião católica nas novas terras. A educação confessional toma forma e cresce nos séculos seguintes, alcançando maior importância durante o Império, principalmente por causa das limitações do Estado. Mas, é na República, segundo Alessandra Parrilha (2016), que haverá sua maior consolidação, com o advento das congregações religiosas, em meio às lutas da Igreja para manter seu domínio na educação e cristianizar a sociedade, especialmente após a separação entre Igreja e Estado.

Uma das muitas congregações religiosas que se lançaram a essa cruzada alfabetizadora foram os Irmãos Maristas. Da França, em 1817, o Instituto dos Irmãos Maristas espalhou-se pelo mundo, educando e evangelizando, para formar bons cristãos e virtuosos cidadãos. Os Maristas intentam “promover a educação de qualidade, somando-se aos vários esforços já empreendidos por alguns setores da Igreja e do Estado” (GUTEMBERG, 2009, p. 251).

Este artigo surge a partir da obra de Sebastião Antônio Ferrarini, “Irmãos Maristas em Canutama (1973-1999)” (Edições Loyola, 2000). O paranaense Ferrarini formou-se em Ciências Sociais pela PUC-SP e lecionou em várias partes do Brasil. Ingressou nos Irmãos Maristas em 1967, e exerceu atividades na região do rio Purus, Amazonas, a partir de 1975, como educador e evangelizador, além de memorialista do Instituto Marista e das cidades do Purus. Na apresentação do livro, o propósito e o que a própria comunidade Marista espera do livro são revelados: a obra beneficiaria não apenas os Maristas, que celebravam seu Jubileu de Prata na cidade de Canutama, mas, principalmente, aos próprios cidadãos que teriam sua história preservada.

A escolha do presente tema parte do envolvimento do autor com a Escola Estadual Eduardo Ribeiro, dirigida pelos Maristas em Canutama, no centro da cidade. Foi o local onde cursou o ensino fundamental, nos últimos anos da atividade dos Irmãos na cidade. Entretanto, a relevância desta pesquisa não é apenas o interesse particular pela história da pequena cidade do interior amazonense, mas enquadra-se na conjuntura das ações das congregações religiosas no Brasil. Além disso, se o historiador procura por tudo que o homem fez, não há irrelevância na presente investigação, que apresentará aos cidadãos canutamenses parte de sua trajetória histórica, ainda não investigada, especialmente no período de três décadas da atuação Marista. Da mesma forma, procuramos suprir uma das lacunas na historiografia a respeito da história amazonense, tendo em vista que Ferrarini é o único autor conhecido a tratar da história, não só dos Irmãos Maristas no Purus, mas de Canutama e das demais cidades vizinhas.

A delimitação em analisar os religiosos Maristas, atende ao conhecimento da atuação da Igreja Católica na educação brasileira, não só em grandes centros populacionais, mas sua contribuição no esquecido interior brasileiro. Ferrarini, como defensor do seu Instituto, intenta desvelar a importância dos Irmãos Maristas para a educação em Canutama, destacando a atuação em um ensino precário, com imensas dificuldades, atividade na vida paroquial e envolvimento com a população.

OS IRMÃOS MARISTAS

Os Irmãos Maristas são um instituto autônomo e de direito pontifício, aprovado pelo Vaticano. Em seu bicentenário, conforme a Rádio Vaticano (2017), mais de três mil Maristas encontravam-se em 81 nações, divididos em 27 unidades administrativas, e, com a ajuda de 72 mil leigos, alcançavam aproximadamente 654.000 crianças e jovens estudantes. Nas palavras da Rede Marista (2019), sua missão é “colaborar na construção de um mundo mais humano por meio da educação e da evangelização”.

O fundador e patrono dos Irmãos Maristas é São Marcelino Champagnat (aportuguesamento de Marcelin Joseph Benoit Champagnat). Segundo a União Marista do Brasil (2017), Champagnat nasceu em 20 de maio de 1789, em uma região rural da França, e “experimentou uma educação escolar degradada”, que o teria marcado. Fez o seminário em Lyon, onde percebeu ser necessário “formar religiosos educadores capazes de dar uma nova resposta à situação da juventude que estava mergulhada na ignorância, abandono moral e social”. Foi ordenado padre em 1816, e designado vigário de La Valla. Assim, “fazendo a leitura de seu tempo e tomando uma atitude corajosa”, o jovem padre fundou a Congregação dos Irmãozinhos de Maria, em 2 de janeiro de 1817, formando educadores religiosos, que depois enviou para o ensino de crianças e adultos na paróquia. Inaugurou uma escola primária, e depois uma casa de formação, gerando novas escolas primárias. Com o reconhecimento da Igreja Católica, em 1836, os Maristas iniciaram sua expansão para outros países. Champagnat faleceu em 6 de junho de 1840, e foi canonizado em 18 de abril de 1999, pelo Papa João Paulo II.

OS MARISTAS NO BRASIL

Os Irmãos Maristas estabeleceram-se no Brasil em 1897, em Congonhas do Campo, Minas Gerais, com o propósito de “formar bons cristãos e virtuosos cidadãos”, espalhando-se pelo país (FERRARINI, 2000, p. 7). De acordo com a Rede Marista, o Brasil abriga mais de 30% da atuação mundial marista. Segundo o que identificam como sendo seu carisma para a Igreja, os Maristas brasileiros se propõem a levar a vida e a evangelização através “da educação, da solidariedade e da promoção e defesa dos direitos de crianças, adolescentes e jovens, contribuindo para uma sociedade justa e solidária nos diversos contextos e públicos” (UMBRASIL, 2019). Estão presentes em 98 cidades brasileiras, com 3 mil Irmãos, mais de 27 mil colaboradores, e atendendo mais de 650 mil pessoas. Em 2005, foi criada a União Marista do Brasil (UMBRASIL), com sede em Brasília/DF, associação das unidades administrativas brasileiras, denominadas Províncias Maristas: Centro-Norte, Sul-Amazônia (Rede Marista) e Centro-Sul (Grupo Marista).

A Província Rede Marista, surgida no Rio Grande do Sul, expandiu-se, alcançando também a região amazônica, estando presente em Boa Vista (Roraima), Cruzeiro do Sul (Acre), Manaus, Tabatinga e Lábrea (Amazonas). Desta forma, “a presença marista percorre comunidades nativas, regiões ribeirinhas e a imensidão de rios, lagos e florestas desse riquíssimo universo de biodiversidade”. Em sintonia com a Igreja Católica na Amazônia, buscam “uma ação inculturada em meio às crianças, jovens e famílias, preservando seus valores, superando limitações, defendendo a vida em plenitude em todas as suas formas” (REDE MARISTA, 2019).

OS MARISTAS CHEGAM A CANUTAMA

Sebastião Ferrarini (2000) relata que os Irmãos Maristas chegaram a Lábrea em 1967, em Canutama em 1973, e em Tapauá em 1974; as três cidades situam-se às margens do rio Purus. Destacando a harmonia com a estrutura católica da região, considera que o trabalho marista está dentro dos limites da Prelazia de Lábrea, administrada pelos padres agostinianos recoletos (FERRARINI, 1980; 2000). Erigida em 1925, a Prelazia de Lábrea compreende as paróquias de Nossa Senhora de Nazaré em Lábrea (sede), Santa Rita de Cássia em Tapauá, Santo Agostinho em Pauini e São João Batista em Canutama, esta instalada em 1897.

Canutama é um município da mesorregião Sul Amazonense, da microrregião Purus, distante 615 km da capital amazonense. A população em 2014 era de 14.944 habitantes, em uma área de 29.819,70 km². Seu fundador é Manoel Urbano da Encarnação, que iniciou o povoado conhecido como Nova Colônia de Bela Vista. Em 26 de maio de 1879, o presidente da província do Amazonas criou a freguesia de Nossa Senhora de Nazaré. Em 10 de outubro de 1891, o governador do estado eleva a freguesia à vila, sendo instalada em 10 de setembro de 1892 (FERRARINI, 1980).

As primeiras escolas do baixo Purus foram criadas ainda no Império, em 1877 (FERRARINI, 2000). Em 1880, uma lei provincial criou mais cinco escolas de ensino primário, uma inclusive na freguesia de Nova Colônia da Bela Vista. Com o aumento da produção de borracha, outra escola foi aberta na região de Canutama. Com o governador Eduardo Ribeiro, foi criada uma escola mista em 1891. Após a instalação, a administração dessas escolas foi passada ao município. O pároco Frei Isidoro Irigoyen, nomeado em 1942, iniciou a construção de um prédio escolar, em 1957. Devido à carência escolar, as séries iniciais foram abertas antes do término da construção. O então Colégio foi batizado em agosto de 1967 como Educandário Eduardo Ribeiro, em homenagem ao ex-governador. A situação do ensino canutamense continuava difícil, com falta de recursos materiais e humanos, ocasionada pelo isolamento da região.

Após a promulgação da Lei 5.692/71, que implantou o ensino de primeiro grau, nasce a Escola de Primeiro Grau Eduardo Ribeiro, em convênio da SEDUC com a Prelazia de Lábrea, em 2 de junho de 1972. Frei Villanueva foi nomeado diretor da escola, então com 132 alunos até a quinta série e 42 no curso noturno do MOBRAL. A autorização para funcionamento da escola veio em 13 de abril de 1973 (FERRARINI, 2000).

Nesse momento, os Maristas, já trabalhando na cidade de Lábrea, decidem estabelecer uma “obra assistencial em Canutama”. Os Irmãos chegaram à cidade em 1º de março de 1973, e no ano seguinte a Prelazia de Lábrea entregou-lhes oficialmente o encargo pela Escola Eduardo Ribeiro, sendo o convênio assinado em 4 de fevereiro de 1974 (FERRARINI, 2000, p. 7-8).

Os religiosos passam a morar nas dependências da escola, antes de passarem a outro local reservado pela paróquia. Devido à precariedade do ensino, diversas vezes atuam como professores. Entre suas atividades nesse período, até 1999, Ferrarini aponta: constroem salas de aula, salão nobre, marcenaria, o Ginásio Esportivo Marcelino Champagnat (em 1992), a Biblioteca Manoel Urbano (em 1994), promovem cursos de formação para os alunos (como datilografia e costura), e formam professores, a partir de 1976, treinados no magistério em Manaus, especialmente mulheres (FERRARINI, 2000). O autor também destaca as dificuldades constantes, como falta de professores, de materiais, de livros, e de merenda escolar, percebidas a partir de citações dos Anais da comunidade Marista: “faltam agora seis [professores]” (p. 29), “a merenda escolar [...] foi a pique” (p. 29), “pela primeira vez, neste ano, chegou a merenda escolar [...] não vai dar nem para 15 dias” (p. 31), “chegaram os restantes dos livros didáticos [...] muita demora e atraso” (p. 32).

Os Maristas participam ativamente da vida paroquial, ajudando na liturgia e catequese, colaborando com os festejos de São João Batista, encontros vocacionais, auxiliam na ausência dos freis, ou nas atividades familiares e comunidades de base (FERRARINI, 2000). A promoção da religião católica acontece inclusive na escola. Alguns exemplos são a distribuição dos certificados realizada dentro da igreja, depois da missa, e o momento marial antes do início das aulas. Sendo atendida pelos mais diversos alunos, percebe-se que não há uma separação entre a religião e a educação. Um Marista em visita afirma ter ficado impressionado com a recepção e a influência benéfica dos irmãos na população, já que a escola é “freqüentada praticamente por toda a população escolar de Canutama” (idem, p. 35). Um registro diz que Ir. Demétrio Herman, então diretor da escola, promove os festejos juninos nas salas, e que “muitos afirmaram ser Santo Antônio brasileiro, cearense, baiano, paulista, paraense... percebe-se a ignorância total sobre Santo Antônio e outros personagens” (idem, p. 42).

Esses comentários tornam nítidos os dois lados da atuação da missão marista na Amazônia (GUTEMBERG, 2009): mesmo tendo a educação como prioridade, os Maristas não são proprietários das escolas, mas “trabalham em escolas ou universidades públicas ou conveniadas com o governo e as dioceses” (p. 252); e, além disso, tem forte atuação nas pastorais, procurando suprir a carência da Igreja na região.

Seu envolvimento com a população em geral, enquanto cidadãos do município, é depreendido em outros comentários, tanto de participação quanto de crítica ao comportamento dos habitantes (FERRARINI, 2000). Ferrarini apresenta as contradições da população diante daqueles que procuram o seu bem, os Maristas. Mesmo quando revela tensões em seu texto, essas são devidas à incompreensão de autoridades e populares. Assim, indispõem-se com a juíza que proíbe os alunos de ajudarem na escola (p. 31); mais adiante, ainda é mostrada a ajuda das crianças no pomar ou na construção do ginásio (p. 50, 51). No ano de 1985, anotam a chegada da televisão, a visita do governador, inauguração e primeiro assalto ao Banco Bradesco (p. 39, 40). Ao saírem nas ruas uma noite, não veem ninguém, pois todos estavam “pregados na novela ‘Roque Santeiro’”, com que a Rede Globo “anda narcotizando o povo simples” (p. 40). Comentam a falta de médico, telefone e pão, bem como a proliferação de doenças (p. 40-41). No centenário de Canutama, a escola realizou passeata e comemorou no salão nobre, enquanto “por parte da Prefeitura não houve nada mesmo para comemorar os 100 anos da cidade” (p. 41). Maristas e freis chamam a população para a vacinação infantil (p. 42), mas não são totalmente atendidos. Ainda destacando suas ações sociais, os anais registram que, com a enchente de 1974, bem como em outros anos, a escola “suspende as aulas e agasalha as primeiras famílias refugiadas”. A comunidade marista também financia a instalação de energia elétrica em uma residência, realiza mutirão para construir casa para um pobre, e compram motor de rabeta para dois indivíduos com hanseníase (p. 50, 51).

Ferrarini relata que, até o jubileu, 25 Irmãos Maristas serviram em Canutama. Seguindo a Frei Villanueva, oito Maristas foram diretores da escola (p. 54). Após três décadas de trabalho, os Irmãos deixaram a cidade em 2005. A situação da escola, que vinha se deteriorando por falta de manutenção, se agravou, tendo que ser fechada em 2013, por risco de desabamento e deterioração do prédio. Nessa ocasião, o contrato de aluguel com a SEDUC, em voga desde 1972, se encerrou, e a escola foi devolvida à Prelazia de Lábrea. Esta então inicia obras de recuperação do prédio, conseguindo depois recursos estaduais, através de uma indenização. Dessa forma, a escola foi reinaugurada em 8 de dezembro de 2015. Segundo informações da Prefeitura de Canutama (2015), 36.070 alunos passaram pela Escola Estadual Eduardo Ribeiro entre 1972 a 2013.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Instituto Marista e suas ações devem ser compreendidos dentro da conjuntura do conflito entre a Igreja e o Estado laico. A França de Champagnat experimentava os efeitos da Revolução Francesa, laicizando-se, inclusive no sistema educacional, excluindo a Igreja de suas antigas posições de poder. E a fundação dos Maristas enquadra-se dentro dessa tentativa da Igreja Católica de reconquistar sua hegemonia na educação (PARRILHA, 2016). Segundo seus biógrafos, o fundador do Instituto percebia a educação como elemento singular para o desenvolvimento integral do ser humano e a transformação do mundo (REDE MARISTA, 2019). Quanto ao Brasil, o estabelecimento dos religiosos se deu após o fim do regime monárquico e a separação entre Igreja e Estado, promovidos pela República. Nesse contexto, de evangelização da sociedade através da educação, que essa chegada ao Brasil deve ser analisada.

A identidade católica é indissociável das ações do Instituto, o que se expressa na avalição positiva da Igreja Católica sobre a atuação Marista dentro da esfera educacional. Dentro das comemorações do bicentenário, durante um encontro do Superior Geral, Irmão Emili Turú, e seu líder máximo, o Papa Francisco, em 10 de abril de 2017, o pontífice os instou “a continuar promovendo a vocação laical”, e também valorizou a “extraordinária importância da educação das crianças e jovens e insistiu no fato que a escola continua sendo um lugar privilegiado para essa educação” (IRMÃOS MARISTAS, 2017). O reconhecimento da importância do Instituto e do seu trabalho foi igualmente dado no Amazonas. Em 2016, os irmãos Sebastião Ferrarini e Demétrio Herman receberam o Título de Cidadão do Amazonas, da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, pelo trabalho educacional realizado no estado. Herman trabalhou como diretor da Escola Estadual Eduardo Ribeiro, a partir de 1994 (FERRARINI, 2000), sendo o último dos Maristas a atuar nessa função, até os primeiros anos do século XXI.

Uma das discussões que podem ser levantadas é a abrangência social da educação Marista. Gutemberg (2009, p. 252) diz que “as comunidades maristas procuram ser inseridas na grande comunidade do povo”, e em sua missão na Amazônia, buscam “inserir-se em realidades sociais necessitadas, capacitar as lideranças locais e migrar para outras fronteiras sociais mais carentes”. Entretanto, trabalhos que estudam a ação pedagógica Marista, como o de Andressa Parrilha (2016), buscam desvelar seu caminho da educação aos pobres à educação elitista, determinada pelo sistema capitalista.

Este artigo voltou-se aos textos de Ferrarini, mas, para melhor compreensão das experiências da sociedade canutamense a respeito da atuação Marista, abre-se a possibilidade para consulta a Anais da comunidade Marista, livros de tombo da Paróquia São João Batista, pesquisas bibliográficas e a realização de entrevistas. Neste caso, é necessário o uso da metodologia da história oral, que garante “o registro de testemunhos e o acesso a ‘histórias dentro da história’ e, dessa forma, amplia as possibilidades de interpretação do passado” (ALBERTI, 2014, p. 155). Entrevistar e gravar Irmãos Maristas, professores e funcionários da Escola Eduardo Ribeiro, e outros indivíduos, que tenham participado ou testemunhado “acontecimentos e conjunturas do passado e do presente” (idem), permitiria revelar essas experiências, dentro de suas perspectivas, bem como as relações e tensões entre a comunidade dos religiosos e a comunidade ao seu redor. O presente trabalho, por suas militações, deseja inspirar pesquisas que alcancem essa atuação Marista em Canutama.

Por mais de três décadas, os Maristas participaram ativamente do lócus da pesquisa, a Escola Estadual Eduardo Ribeiro e a sociedade canutamense, dentro do projeto católico de inserção na sociedade, através da evangelização pela educação. Seu impacto atravessou a escola que dirigiram, alcançando milhares de alunos, na tentativa de formar bons cristãos e virtuosos cidadãos, seguindo o carisma Marista.

REFERÊNCIAS

César Aquino Bezerra é acadêmico do Curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado do Amazonas – Centro de Estudos Superiores de Parintins. Pesquisador do Grupo de Estudos Históricos do Amazonas (GEHA). E-mail: cesaraquinobezerra@gmail.com

ALBERTI, Verena. Histórias dentro da História. In: PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Fontes históricas. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2014.

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAZONAS. Irmãos Maristas recebem homenagem por dedicação a educação no Amazonas. Disponível em http://www.ale.am.gov.br/2016/04/06/irmaos-maristas-recebem-homenagem-por-dedicacao-a-educacao-no-amazonas/. Publicado em 06 de abril de 2016. Acesso em 09 de junho de 2017.

CANUTAMA. Disponível em http://www.canutama.am.gov.br/. Acesso em 17 de junho de 2017.

FERRARINI, Sebastião Antônio. Canutama ­– conquista e povoamento do Purus. Manaus: Edições Governo do Estado do Amazonas, 1980.

FERRARINI, Sebastião A. Irmãos Maristas em Canutama (1973-1999). São Paulo: Loyola, 2000.

GUTEMBERG, João. Missão Marista na Amazônia. Rev. Pistis Prax., Teol. Pastor., Curitiba, v. 1, n. 1, p. 251-252, jan./jun. 2009.

IRMÃOS MARISTAS. Ir. Emili Turú fala do encontro com o Papa Francisco. Disponível em http://champagnat.org/400.php?a=6&n=4299. Publicado em 17 de abril de 2017. Acesso em 09 de junho de 2017.

PARRILHA, Andressa Messias. A Educação Marista no Brasil: origens, implantação e conflitos. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2016.

2 comentários:

  1. César seu texto é bastante pertinente no que diz respeito ao pensamento dos irmãos maristas quanto a sua objetividade na missão educacional, na evangelização, e no aspecto para o atendimento ao "povo carente" citado em seu trabalho. Em outras realidades da presença marista no Brasil e além fronteira visualizo uma outra realidade, como por exemplo, escolas que atendem somente uma classe mais favorecida economicamente falando. Então, qual a sua opinião diante de tantas contradições no que tange o fator social, econômico e político da congregação em relação a missão na educação, frente aos sujeitos atendidos em algumas regiões do Brasil?
    Vânia Carvalho

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    1. Obrigado, Vânia!

      Dadas as limitações, não foi possível adentrar nessas discussões, mas realmente elas são visíveis, inclusive em diversas pesquisas. Claro que os religiosos têm orgulho de sua abrangência, de seu alcance, que se estende até a hospitais, mas, ao que eu saiba, não há uma autocrítica. Ainda batalham, em um sentido bíblico mesmo, pela educação, mas o distanciamento do carisma de Champagnat é claro, indo dos carentes aos abastados. Me parece que essa "opção pelos pobres" é mais identificada na Amazônia, tendo em vista que a própria escola desta análise era uma instituição de ensino público. Porém, creio que pesquisas futuras, também em um sentido quantitativo, já que são muitas escolas maristas pelo Brasil, poderão revelar mais sobre isso.

      Att, César.

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