Kédson Nascimento Maciel
Rocky
era novamente o campeão mundial de boxe e após a morte do amigo Apollo nas mãos
do lutador soviético Drago, é intimado a partir para a
União Soviética, enfrentá-lo e vingar seu amigo. Esse é o enredo do filme Rock IV (1985) e aborda de maneira
criativa, e claramente panfletária do American
Way of Life, a Guerra Fria.
Utilizando-me desse enredo iniciei uma aula sobre
as relações entre os filmes e hq’s e as entrelinhas históricas da sua produção
no cotidiano da Guerra Fria. Como se tratava de um filme antigo busquei
aproximar mais do cotidiano dos estudantes com o Hulk, personagem da editora Marvel criado em 1962, e que apresenta
elementos do medo cotidiano das pessoas daquela época das novas tecnologias
trazidas pela guerra. O cientista que se transforma em um monstro devido a uma
explosão de uma bomba – no caso, de raios gama, não uma atômica –, acaba por
mostrar como nossa vida poderia ser mudada, de um minuto para outro, por
aquelas tecnologias.
Naquele momento não apresentei os filmes, somente
cenas em um slide e um longo discurso. Não foi, admito, a melhor das opções, já
que a experiência de assistir a cena, as cores, a luz, poderia ter atraído os
estudantes para o debate, muito mais do que só a minha fala. O discurso, no
entanto, virou pesquisa e por fim um projeto apresentado na feira de cultura e
ciências na escola, onde os outros alunos puderam não somente ler quadrinhos,
assistir trecho de filmes como também conhecer as correlações entre a História
e aqueles heróis que conheciam e consumiam, muito mais por vídeo que pelas
HQ’S.
Mas o caso relatado aqui teve outro desdobramento
interessante. A aula em questão teve a presença de outra professora, no caso a
responsável pela sala de informática que utilizei. Esta chamou-me de lado e
comentou nunca ter sido capaz de enxergar nada do que eu falava, apesar de se
considerar uma amante de cinema.
Daí a pergunta que desencadeia a pesquisa. Se
alguém com uma formação acadêmica, mesmo que não nas humanidades (a professora
era de Matemática) se considera incapaz de correlacionar a ficção com a
realidade histórica, como pensar essa mesma capacidade em estudantes adolescentes,
entre 12 e 15 anos? E mais que isso, qual o papel do professor nessa
“incapacidade” e como mudar esse quadro? A ciência histórica, escutar-se-ia,
não trabalha só com os “fatos reais”?
Este trabalho
de pesquisa aborda como o ensino dos conceitos históricos de totalitarismo e
democracia a partir dos filmes Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith e Star Wars: Episódio VII - O Despertar
da Força em turmas de nono ano do Ensino Fundamental das
Escolas Municipal São João Bosco e Estadual Nilza Nascimento, ambas situadas no
município de Castanhal/Pará. Assim, discutirá diferentes possibilidades para o ensino de História e pretende
demonstrar paralelos
entre a construção da história ficcional dos filmes da série Star Wars com
narrativas da História discutida em sala de aula, buscando dinamizar o processo
de ensino e aprendizagem e tornar o ensino mais lúdico e próximo da realidade e
da idade dos estudantes
Incorporar uma história fantasiosa ao trabalho do
pesquisador/professor no ensino dos conceitos é a base norteadora para este
trabalho. Proponho desenvolver aqui um debate das possibilidades de apresentar
os conceitos históricos antes da narrativa histórica, mas fazê-lo não através
da simples explanação, mas de elementos comuns no dia-a-dia dos estudantes:
filmes, desenhos animados, mangás, super-heróis entre outros exemplos da
cultura pop, na tentativa de atraí-los para o debate e somente depois
aprofundá-lo com o conhecimento científico.
Considerando que na internet a oportunidade de busca
de conhecimento é fácil (mesmo que nem sempre confiável) e nas redes sociais o
debate político é cada vez mais acirrado, o papel do professor na relação
ensino-aprendizagem é muitas vezes questionada, quando não desqualificada.
Repensar o papel do historiador nesse processo tão desafiador é então
essencial. Dessa forma penso como Guimarães (2013, p. 143), onde o ensino de
História deve “preparar o aluno para a vida democrática, permitir que que os
alunos possam progressivamente conhecer a realidade, o processo de construção
de História e o papel de cada um como cidadão no mundo contemporâneo”.
Um exemplo pode nos ajudar a entender melhor esse
contexto. Foi notícia corrente na rede de internet brasileira um debate
irrelevante no meio científico, mas que acabou se disseminando e acabou
chamando atenção dos jornais e até mesmo da Embaixada da Alemanha. A discussão
dizia respeito a uma suposta mentira dita por professores em sala de aula de
todo o país sobre o Nazismo: que este seria um regime de extrema direita. O
embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel, em entrevista à revista Carta
Capital comenta a discussão ao dizer que “Nunca ouvi uma voz séria na Alemanha
argumentando que o nacional-socialismo foi um movimento de esquerda” e “foi uma
surpresa que, mesmo no Brasil, haja pessoas que neguem o Holocausto e que falem
do movimento nazista como se ele fosse de esquerda”. Usando de sites, blogs e livros de pessoas pouco familiarizadas com
o mundo acadêmico e as discussões sobre o tema, aos estudantes apontam os
professores como mentirosos, doutrinadores mostrando a importância de o
professor buscar um contraponto.
Para o
professor, a necessidade de explorar, confrontar e evitar que revisionismo como
este sejam perpetuados entre a população mais jovem, que é, em grande medida, o
público-alvo desses canais de informação torna-se essencial o debate dessa
História que se denomina do tempo presente. Bloch nos lembra também que “… a
incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado” (BLOCH,
2001: 65) e compara a antiquários aqueles que são incapazes de olhar para o seu
presente e se limita ao passado.
Antonie
Prost, lembra da importância dos historiadores se envolverem mais na História
por demanda social, que é mais interessante aos leitores, ao público em geral,
mas que não acrescenta nada de novo na discussão da História acadêmica em si
“Para a
profissão de historiador, é importante que essa história seja feita por
profissionais: abandonar a vulgarização aos jornalistas especializados seria
tão perigoso quanto renunciar a formação dos professores dos liceus e colégios.
Ocorre que, em geral, a pertinência dessa história, tal como a dos compêndios,
é duvidosa: a frente pioneira da disciplina raramente lhe presta atenção” (PROST, 2008:
83-84).
O século XXI, seu progresso científico e
tecnológico constante, assim como as mudanças políticas e sociais, além de, não
menos importante, a profunda ligação com as “redes sociais” em que boa parte do
mundo contemporâneo vivemos, nos traz uma quantidade de informações tão
demasiada e por muitas vezes rasas, produzidas por pessoas que não detêm o
método histórico, mas uma leitura fácil e agradável, chamadas por Marieta
Ferreira de history maker (FERREIRA, 2002: 326), ou ainda mais
preocupante, pessoas, muitas vezes youtubers,
que, por má fé ou falta de conhecimento da História falseiam fatos vistos como
verdades por seus seguidores.
Essa é uma situação que causam inquietações tanto
aos estudantes quanto aos professores/pesquisadores. Santos reitera isso ao
dizer que
“[...] se vê agigantar outras formas de levar ao
alcance do público determinadas interpretações histórica, muitas destes
desprovidas de qualquer critério científico e, até mesmo ético. E, por adotarem
uma roupagem que, propositalmente, dialoga com o tempo presente e a linguagem
do público ao que se destinam, acabam por atingir um resultado considerável e
um alcance que não deve ser desprezado” (SANTOS, 2018: 24-25).
Portanto,
ao tentar estudar o totalitarismo e a democracia a partir dos filmes de Star
Wars, procuro, não somente mostrar que a cultura se utiliza, de maneira
alegórica, de narrativas históricas, de fatos históricos, de conceitos
históricos para criar seu mundo ficcional, mas que por ter um enredo
propositalmente construído para encantar e facilitar o entendimento do público,
pode ser uma porta de entrada valiosa dos debates em sala de aula, não sendo
portanto, um trabalho de verossimilhança, uma tentativa de utilizar a narrativa
de vida e de mundo dos Skywalkers como uma explicação do que ocorreu nos
regimes totalitários e nas lutas sociais que se fizeram contra eles, mas apenas
abrir caminho para a discussão da narrativa histórica propriamente dita. Creio
ser possível amplificar os resultados, quando ao conhecimento histórico dos
estudantes com essa metodologia e não somente com estes filmes em especial, mas
em diversos outros produtos inseridos na cultura pop, popular entre jovens e
adultos.
Para
relacionar o conceito e a narrativa histórica ao filme, é preciso mostrar que
os elementos que estão incluídos na palavra e que a tornam um conceito estão
presentes no universo do filme, ou seja, o conceito se aplica mediante a
perceptividade de suas características na palavra, que no caso é o roteiro, a
apresentação, o envolvimento visual e auditivo e a narrativa que o filme
possibilita em sua ficção. Sobre isso, Kosseleck nos diz:
“Todo conceito se prende a uma palavra, mas nem
toda palavra é um conceito social e político. Conceitos sociais e políticos
contêm uma exigência concreta de generalização, ao mesmo tempo em que são
sempre polissêmicos. (...) uma palavra se torna um conceito se a totalidade das
circunstâncias político-sociais e empíricas, nas quais e para as quais essa
palavra é usada, se agrega a ela” (KOSSELECK, 2006: 109).
Sobre a importância desse tipo de estudo, que a
autora diz, já em 1999, vem sendo considerado substancial no ensino, Schmidt
diz:
“Alguns livros didáticos, por exemplo, têm proposto
que isto seja feito sobre a forma de exercícios, do tipo “Assimilando
conceitos” ao final de cada capítulo estudado. Nesse caso, trata-se de uma
atividade de aplicação do conteúdo estudado, onde o conceito é visto apenas
como produto do conhecimento adquirido pelo aluno e não como uma construção
sistemática, que pode ocorrer em várias situações, tendo como referência o
próprio conhecimento do educando” (SCHIMIDT, 1999: 147).
Nesse sentido, a autora está em consonância com
Rocha, que define como ponto de partida para o processo de ensino-aprendizagem
dos conceitos
“...os conhecimentos prévios que os alunos trazem
de casa. Ao fomentar essas atividades, a abordagem de conceitos torna-se
interessante para que o aluno possa, a partir da busca e indagação, compreender
o fenômeno observado, interpretar o problema, bem como estabelecer vínculos
entre os diferentes conteúdos do currículo” (ROCHA, 2015: 101).
Considerar que o mundo fora da escola oferece
tantas ou mais oportunidades para que o aluno conheça e interaja com cada um
desses conceitos e forme sua própria ideia de seu significado. Espera-se que o
educando não se prenda em apenas reproduzir o conhecimento adquirido, mas
possa, para além da aquisição, construí-lo e utiliza-lo na vida, de maneira
crítica.
Ao
apresentar socializar os filmes aqui propostos, onde tais características se
mostrem com mais vivacidade, o estudante poderia ter uma aproximação mais
agradável com a temática? Seria seduzido pelo debate aprofundado, ou seria
distraído ainda mais pela narrativa mais superficial de luta entre o bem e o
mal?
Ao optar pelo uso do cinema para o debate e a
construção dos conceitos históricos com os estudantes como foco desta pesquisa
espero aprofundar o debate sobre as dificuldades de apreensão dos conceitos
pelos estudantes. O debate sobre a arte cinematográfica e o ensino já é
bastante largo, percorrido por muitos pesquisadores desde a invenção do cinema,
tendo como precursores Marc Ferro e Pierre Sorlin e já era proposta pedagógica
como é o caso de Jonathas Serrano, professor do Colégio Pedro II, no Brasil,
que propunha o uso dos filmes para facilitar o aprendizado da disciplina e a
considerava uma ilustração da História desde 1912 (BITTENCOURT, 2008: 371).
O cinema é parte da capacidade cultural humana de
materializar ideias, discursos e interpretações do mundo. Seja ele, um filme
histórico ou uma ficção, a produção cinematográfica só existe na relação que
faz com o público. Não existe cinema sem público e este não se torna um
espectador desse produto se não encontra paralelos com sua própria identidade e
noção de mundo. Quando se trata de filme histórico, por exemplo, é importante a
observação de Ferro quando diz que esse, “ou, mais geralmente, de História,
constitui somente a transcrição fílmica de uma visão de História que foi
concebida por outros” (FERRO, 2010: 184)
Assim, imbuído de visões históricas, o filme pode
torna-se um ponto de reflexão para as abordagens sobre o ensino-aprendizagem de
História que pode ser debatido de diversas formas. No entanto, ainda se observa
nos ambientes escolares é o uso indevido dessa ferramenta como mostra Santos
“Não são poucos os casos onde a utilização de
determinado filme em sala de aula tem como objetivo totalmente destoante
daquele que deveria ter, que é a reflexão crítica. Afinal vemos casos onde seu
uso é meramente ilustrativo ou, pior ainda, para ocupar o espaço de uma aula
não preparada ou para entreter o grupo de alunos rebeldes e desobedientes”
(SANTOS, 2018:
23). (Grifo
original do texto)
Neste trabalho, parte-se da hipótese que esse
desinteresse dos discentes por filmes não se aplica na realidade. Ao contrário,
os estudantes têm sim interesse pelo conteúdo histórico, mas nem sempre pela
maneira como é apresentado. Um filme como A
lista de Schindler (1995) ou O nome
da Rosa (1986), muito apreciado por professores, podem não ter a mesma
efetividade atrativa que 300 (2006)
ou O resgate do soldado Ryan (1998).
Em todo caso, a análise dos filmes em sala de aula pode nos ajudar a debater
não só as narrativas como também conceitos históricos importantes, desde que
bem orientadas, ajudando na compreensão crítica da realidade. Podemos perceber
esse debate nas palavras de Kátia Abud
“[...] pode-se afirmar que o filme promove o uso da
percepção, uma atividade cognitiva que desenvolve estratégias de exploração,
busca de informação e estabelece relações. Ela é orientada por operações
intelectuais, como observar, identificar, extrair, comparar, articular, estabelecer
relações, sucessões e causalidade, entre outras. Por esses motivos, a análise
de um documento fílmico, qualquer que seja seu tema, produz efeitos na
aprendizagem de História, sem contar que tais operações são também
imprescindíveis para a inteligibilidade do próprio filme” (ABUD, 2003:
191).
Além disso, o cinema, as séries, os desenhos
animados, os hq’s e os mangás são parte do cotidiano social por todo o mundo.
Uns mais outros menos, todos estão no dia-a-dia de crianças, jovens e adultos e
cada um desses meios de entretenimento tem bebido constantemente no universo da
História e, como lembra Napolitano
“O cinema descobriu a história antes
de a História descobri-lo como fonte de pesquisa e veículo de aprendizagem
escolar. No início do século XX, os “filmes históricos” quase foram sinônimo da
ideia de cinema, tantos foram os filmes que buscaram na história o argumento
para seus enredos” (NAPOLITANO, 2008: 240).
Partindo desse problema, neste trabalho procuro me
deter na discussão de metodologias para o ensino de conceitos históricos antes
da própria narrativa histórica, buscando assim, que o discente seja mais capaz
de compreender tal narrativa mesmo fora da sala de aula, como diz Nadai
“...ensinar história é também ensinar seu método e, portanto, aceitar a ideia
de que o conteúdo não pode ser tratado de forma isolada. Devesse menos ensinar
quantidades e mais ensinar a pensar historicamente” (NADAI, 1993: 159).
Como aqui o foco não será o filme denominado
histórico e sim o cinema ficcional, é preciso lembrar que embora seja uma fonte
histórica tal qual uma certidão de nascimento ou um inventário, tem uma função
bastante diferenciada, que é a de entreter, o que torna ainda mais difícil para
o professor e o estudante o entenderem como processo de ensino-aprendizagem e
não como um tapa-buracos ou uma distração. A discussão focar-se-á em apresentar
os conceitos históricos de forma alegórica na cultura pop, mas entre as
inúmeras possibilidades optei por concentrar-me no universo de Star Wars.
A série Star Wars é, além de uma das mais famosas e
lucrativas da História, perpassa por várias épocas e públicos. O primeiro filme
da série, lançado em 25 de maio de 1977 somente como Star Wars e depois
renomeado para Guerra nas Estrelas: Episódio IV – Uma Nova Esperança, no
Brasil), tornou-se um ícone cult e deu início a uma série de épicos/space
operas (subgênero da ficção científica que envolve batalhas épicas, lugares
exóticos e alienígenas, criado e difundido por Wilson Tucker, autor de ficção
estadunidense) que perdura até os dias atuais.
O eixo central da série é o constante atrito entre os “lados da força”,
sempre protagonizados pela família Skywalker e sua relação com os Jedi e os
Sith, usuários do lado luminoso e sombrio da força, respectivamente. Em meio a
este ambiente místico desenvolve-se uma narrativa de disputas políticas,
ideológicas e sociais, que, bem ao estilo das space operas, se assemelha
aquelas vividas no mundo real.
O uso de um filme de ficção para debater a História
quando este não foi feito especificamente para esse fim parece desafiador, mas
se apresenta como um espaço amplo para o estudo científico e para a prática
escolar partindo do pressuposto que a própria ideia de que se pode aprender a
História mesmo no contato com atividades que geralmente estão relacionadas à
distração e não ao estudo pode ser atrativa para os discentes. Para isso, é
preciso “...perceber as fontes audiovisuais e musicais em suas estruturas
internas de linguagem e seus mecanismos de representação da realidade, a partir
de seus códigos internos (NAPOLITANO, 2008: 236).
Assim, ao escolher o universo de Star Wars para o
diálogo com esses conceitos, pretendo não somente construir esse com os
estudantes esses conceitos e relacioná-los aos momentos históricos estudados,
mas também fazer perceber que estes estão para além das aulas, dos filmes
históricos e documentários e são usados no dia-a-dia social de todas as partes
do mundo, seja de forma, digamos “oficial”, para não dizer histórica, mas
também alegórica, como se apresenta no mundo dos Skywalkers.
Referências
Sobre o autor
Kédson Nascimento Maciel é graduado em bacharelado e licenciatura em
História pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Especialista em História da
Amazônia, Universidade Federal do Pará (UFPA). Professor de História e Estudos
Amazônicos do Ensino Fundamental na rede municipal de Castanhal e Estadual do
Pará. Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ensino de História pela
Universidade Federal do Pará (UFPA).
Fontes jornalísticas.
Debate sobre nazismo de esquerda não é honesto, diz
embaixador alemão. 20/09/2018. In. https://www.cartacapital.com.br/sociedade/debate-sobre-nazismo-de-esquerda-nao-e-honesto-diz-embaixador-alemao/
Bibliografia
ABUD, Kátia Maria. A construção
de uma Didática da História: algumas ideias sobre a utilização de filmes no
ensino. História online, vol.22,
n.1 pp.183-193, 2003.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de
História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2003.
BLOCH, Marc. Apologia
da história, ou, O ofício de historiador. Rio de Janeiro: Editora Jorge
Zahar, 2001.
FERRO, Marc. Cinema e História.
São Paulo: Paz e Terra, 2010.
FERREIRA, Marieta. História, tempo presente e história oral. Revista Topoi, Rio de
Janeiro, [online], dezembro 2002, vol.3, n.5, pp. 314-332.
GUIMARÃES, Selva. Didática e Prática de Ensino
de História. 13ª ed. Campinas: Papirus, 2013.
KOSSELECK Reinhart. Sobre a teoria e o método da determinação do tempo histórico. In: Futuro e Passado: Contribuição à semântica
dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC-Rio, 2006, p.p.
97-108.
NADAI, Elza. O Ensino de História no Brasil:
trajetória e perspectiva. Revista Brasileira de História. V.13, n 26. São
Paulo: USP, set/92/ago.93. p.143-162.
NAPOLITANO,
Marcos. A História depois do papel. In. PINSKI, Carla Bassaneri (Org.).
Fontes históricas, São Paulo: Contexto, 2008.
PROST, Antoine. Doze lições sobre a história. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
ROCHA, Aristeu Castilhos da. Os conceitos e a mediação no processo ensino e aprendizagem em
história. Revista do Lhiste,
Porto Alegre, num.3, vol.2, jul/dez. 2015.
SANTOS, Rodrigo Luís. Cinema, cultura e ensino de História: considerações sobre o uso do
recurso cinematográfico em sala de aula. Revista Espaço acadêmico, n. 201.
Fevereiro/2018.
SCHIMIDT, Maria Auxiliadora. Construindo
conceitos no ensino de História: A captura lógica da realidade Social.
História em ensino, Londrina, vol. 5, pp. 147-163, out, 1999.
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ResponderExcluirKédson achei muito interessante seu texto, além de ser uma metodologia extremamente interessante que procuro utilizar em sala de aula. Como você colocou os filmes ou outros meios lúdicos devem ser uma forma de introduzir os conceitos aos alunos, sendo o ponto de partida para o debate sobre os mesmos. Você acredita que o professor (a) deve conduzir o debate com os alunos, focando apenas no conceito que foi previamente pensado ou pode permitir que eles expandam o diálogo abordando outros aspectos, caso isso aconteça?
ResponderExcluirNildo Doval Moutim
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ExcluirNildo, agradeço suas considerações e sim, penso que não só pode como deve ser um incentivo para que os estudantes tenham uma participação interativa e expandam o debate. O trabalho - que culminará em minha dissertação - pretende justamente buscar maneiras para que os estudantes passem a trazer para a sala de aula outras experiencias com séries, filmes, desenhos animados e afins onde os mesmos tenham identificado os conceitos trabalhados inicialmente e/ou outros.
ExcluirCordialmente Kédson Nascimento Maciel.
Boa noite amigo, primeiramente parabéns pela excelente reflexão. Gostaria de saber qual sua opinião à respeito das importantes comunicações que poderiam ser feitas entre o cinema e profissionais de história, visto que a produção de filme com temáticas históricas não são totalmente verídicas.
ResponderExcluirSeygon da Silva Santos
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ExcluirBoa noite Seygon e obrigado pela pergunta. Vejo a relação entre cineastas e profissionais de história como extremamente relevantes, muitos filmes são feitos com o acompanhamento de historiadores, mas não penso que exista a necessidade de um filme tentar ser totalmente verídico, pois são formas de interpretação da realidade distintas e que não podem, portanto, se igualar. Em todo caso penso que, como os filmes são uma forma bastante acessível a esses momentos da história para uma grande parcela da população, os historiadores, seja na academia, seja na sala de aula, não podem ficar alheios a esse debate.
ExcluirCordialmente, Kédson nascimento Maciel.
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ResponderExcluirCaro, Kédson Nascimento.
ResponderExcluirEnquanto aluno gosto muito dessa metodologia e queria saber como sería a conciliação do tempo disponível em sala e do tempo em que a mídia é reproduzida? Já que na maioria das instituições de ensino o tempo em sala é pouco para a complexidade de alguns assuntos, além das aulas serem poucas, em alguns casos, uma por semana, e, muitas vezes mesmo que o docente explique somente a parte teórica básica, o tempo não deixa que seja bem trabalhada e, em alguns casos, nem chega a ser trabalhada em sala. Além da dificuldade do preceptor em achar mídias que chamem a atenção dos alunos e seja relacionada ao tema que está sendo trabalhado, há ainda outra questão, tempo para fazer o planejamento das aulas, onde ele acaba usando o horário de folga para isso.
Grato,
Daniel Queiroz P. Da Silva.
Olá Daniel, obrigado pelas considerações.
ExcluirQuanto a relação tempo x carga horária, no caso do trabalho que estou desenvolvendo foram escolhidos esses filmes por possibilitarem debates para vários assuntos no mesmo bimestre e foi criado um momento de "cine-história" para sua apresentação. Em outros casos, penso ser possível dividir o filme em dias diferentes - já que é bastante comum um filme ser dividido em três atos - ou ainda a possibilidade da edição.
Quanto aos problemas que enfrentamos no dia-a-dia do educador - dificuldade para se especializar, conhecer novos métodos e fazer planejamento - é muito importante ser discutida academicamente, mas segundo minha visão, só pode ser resolvida com luta de categoria e negociação com o poder público.
Espero ter contribuído.
Kédson Nascimento Maciel
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ResponderExcluirBoa Tarde!
ResponderExcluirParabéns pelo excelente texto!
Gostaria de saber como nós professores devemos proceder, ao repassar alguns filmes em sala de aula, principalmente os de viés historiográficos, pois muitas deles não correspondem ao conteúdo do livro didático, ou a "História propriamente dita" já que muitos chegam a ser controversos, como por exemplo o livro e a série documental "Guia Politicamente Incorreto do Brasil"?
Francisco Pinto Lopes
Boa noite Francisco. Obrigado pelas considerações.
ExcluirQuanto as questões é preciso considerar que sim, é até comum observar adolescentes se empolgando com esse tipo de narrativa visivelmente fora do contexto para induzir uma visão distorcida dos fatos ou até mesmo certas vezes mentirosa, mas é ai que entra o papel dos historiadores, em mostrar os fatos e oferecer um contraponto. Quanto ao uso dos filmes, é preciso entender que eles não podem ser usados como substituto da aula e sim como um complemento, um primeiro passo.
Kédson Nascimento Maciel.
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