CURAS E BENZEÇÃO EM IRATI-PR


William Franco Gonçalves

Introdução


Eu te benzo, eu te curo” caracterizam-se como as palavras mais utilizadas pelos benzedores para a realização de suas orações e suas benzeções. A busca pela cura através da benzedeira ou benzedor fazem parte do cotidiano de muitas pessoas, independentemente do grupo social. Estes homens e mulheres são requisitados para auxiliar na cura de doenças físicas e espirituais.

Na cultura popular, corpo e espírito não se separam, tampouco desliga-se o homem do cosmos, ou a vida da religião. Para todos os males que atingem o corpo e a alma do homem sempre há uma reza para curar... acreditando ou não no poder da reza, tem sempre aqueles que procuram, nas rezas e nas benzeções, uma cura para sua doença ou um alivio para sua dor” (NERY, 2006, p. 1).

Neste artigo iremos abordar a experiência de vida da benzedeira Leoni Ferreira Gasparetto, seu iniciou no trabalho como benzedeira e algumas das praticas que executa. Esta benzedeira é moradora da cidade de Irati, no interior do Paraná, a qual segundo o censo do IBGE, de 2015, conta com 59.708 moradores, com 80% destes concentrados na zona urbana e 20% na zona rural.

O benzedor ou benzedeira, para Moura, é o “sujeito que cura por meio de orações, simpatias e remédios naturais em sua própria casa, sem cobrar por isso” (MOURA, 2011, p.344). Os curandeiros seriam aquelas pessoas dotadas de poderes sobrenaturais e com condições de lançar mão de feitiços para solucionar alguns pedidos de seus clientes. Ainda, segundo Moura, “benzedores são capazes de desfazer um feitiço, mas jamais de fazer um” (2011, p.345).

A partir concepção, sugerida por Moura (2011), podemos perceber que a Leoni se encaixa na categoria de benzedeira, pois suas praticas giram em torno de orações e simpatias. Ela utiliza sua própria casa e não cobra nada por seus serviços.

A benzedeira Leoni tem oitenta anos; começou com os benzimentos quando tinha por volta de vinte e dois anos e hoje já possui sessenta anos de experiências. Ela é moradora do bairro Rio Bonito; sua atividade é reconhecida por muitos moradores da cidade e até mesmo de outras regiões. Segundo ela, sua iniciação se deu através da prática de costurar machucadura e que isso ela aprendeu com outra benzedeira da cidade de Ponta Grossa, quando Leoni ainda morava naquela cidade.

A respeito do processo de iniciação das benzedeiras, Alterto Quintana (1999) sintetiza que podem existir dois tipos: ou imitativo e outro de experiência mística. O primeiro , se caracteriza pela aprendizagem baseada no intermédio da imitação, de um outro benzedor, isso pode ocorrer, às vezes, em um ambiente familiar, quando ainda se é criança ou muito jovem. Já no segundo tipo, a aprendizagem ocorre pela transmissão de uma entidade espiritual, que pode ser entendido como um anjo ou um guia.

Leoni relatou que aprendeu a benzer porque necessitava tratar seus próprios filhos. Segundo a dissertação de Vania Vaz, As benzedeiras na cidade de irati: suas experiências com o mundo, e o mundo da benzeção, a prática de costurar machucadura é muito comum entre os benzedores da cidade de Irati.

os clientes alegam que machucam a “carne” e que só esse benzimento resolve. Para realiza-lo, as benzedeiras geralmente utilizam um pequeno pedaço de pano, que simboliza a parte do corpo machucada, fio e agulha, que representam a costura” (VAZ, 2006, p. 133).

Podemos observar que os utensílios utilizados para a costura de machucadura são associados à significados que os transformam em uma representação de uma extensão do corpo humano. Assim, o pano que simboliza a parte do corpo machucada é costurado enquanto a benzedeira faz suas orações e seus pedidos.

Como podemos perceber na fala da benzedeira, ela aprendeu a prática da benzeção com a ajuda de outra benzedeira. Esta é uma das maneiras de se iniciar nesta pratica, mas que, segundo Leoni, não é qualquer pessoa que consegue aprender e que irá conseguir seguir com a benzeção. Existe a necessidade do dom:

Não é para qualquer um também, que você pode passar, porque já veio gente aqui. “você me ensina?”. Eu posso até te ensinar, se você não tiver vocação para isso, resolve? Não resolve. Porque você fazer uma coisa a esmo, sem saber o que esta fazendo não adianta nada. E gente que vem aqui, que pede pra mim, “você me ensina?”. Posso até te ensinar, mas você tem que ter o Dom, que quem não tem esse direito que é adquirido por Deus, não adianta. E tem outra coisa, a pessoa que se submete a isso tem que ter respeito, tem que ter uma cultura, tem que ter fé, muita fé e ser aquela pessoa de respeito. Porque isso exige muito da pessoa, exige muito, muito. Acaba tudo, você tem que se desligar das coisa, porque se não, não adianta nada” (GASPARETTO, 2014).

Segundo Oliveira (1985), a questão do dom é algo relacional para o benzedor ou benzedeira, pois não basta apenas que perceba sua manifestação, mas, fundamentalmente, que os parentes, os vizinhos, enfim a comunidade reconheça a posse do dom. Esse processo, segundo a autora, é marcado por alguns passos:

“Primeiro, como já disse, quando ela [a benzedeira] percebe o seu dom. Segundo, quando ela começa a acreditar na sua capacidade de curar, reconhecendo-se preparada para tanto, ou seja, quando ela começa a produzir benzeções às pessoas da sua esfera familiar, às pessoas das suas relações consanguíneas, como aos filhos, irmãos e sobrinhos[...] Terceiro, quando ela estende a sua prática de benzeção aos vizinhos, amigos e familiares que moram na sua comunidade[...] Quarto, quando ela começa a ficar mais conhecida, sendo procurada por pessoas de fora da comunidade” (OLIVEIRA, 1985, p. 40-41).

Ao ser questionada se gostava de ser benzedeira Leoni nos respondeu com um grande sorriso no rosto “adoro, faço com carinho, com amor porque eu to me dedicando a Deus. Tudo o que é feito com Deus é feito com amor” (GASPARETTO, 2014). Sua devoção pode ser sentida nestas palavras, e a todo momento ela enfatizava que só era uma transmissora; quem curava, mesmo, eram seus santos e Deus. Dona Leoni já tem uma longa experiência como praticante da benzeção e vários pesquisadores a buscam para entrevistas. Ela conta com orgulho que uma das pessoas a quem ela concedeu uma entrevista logo lançaria um livro e que seu nome estaria lá. Durante a entrevista com ela, também pudemos perceber que já possuía certa experiência e não se sentia incomodada com a presença do gravador e enfatizou que poderíamos voltar lá, quantas vezes fosse necessário.

Quando perguntamos a Dona Leoni se muitas pessoas buscam seus benzimentos ela nos respondeu:

“nossa, você não imagina. É fora, é fora do normal, esses dias eu atendi oitenta e poucas pessoas. Até cento e vinte eu já cheguei atender em um dia. Já aconteceu, graças a Deus né, que é por Deus isso daí né e ele me da força. Porque é ele que me dá força, porque tem dia que você ta baquiado. Porque a gente tem os problemas da gente, tem familia, tem casa, tem tudo, mas Deus te dá força” (GASPARETTO, 2014).

Durante a entrevista quando perguntamos sobre o porque essas pessoas buscam seus serviços, sua ajuda, suas rezas; ela nos respondeu que era a fé, destes indivíduos, que os moviam na procura por este caminho. Porém, a benzedeira também enfatizou que, para determinadas “doenças”, só os homens e mulheres benzedores teriam condições de “curar”. Nesse sentido, é representativa a frase dita pela benzedeira. Em um determinado momento da entrevista ela mencionou: “Que nem uma machucadura, um sapinho, um cobreiro, jamais um medico cura disso. Eles entender o corpo humano diferente, não como nos entendemos”(GASPARETTO, 2014). Por esta frase da benzedeira Leoni podemos compreender que para ela as doenças possuem duas causas, uma natural e outra sobrenatural, sendo que a primeira o médico pode resolver e para a segunda existe a necessidade de um benzedor.

Lidiane Alves da Cunha, no artigo Saberes e religiosidades de benzedeiras (2012), escreve sobre as “perturbações/enfermidades/problemas” que acometem os seres humanos e apresenta uma espécie de distinção entre doenças tratadas por médicos e aquelas cuidadas por benzedeiras. A esse respeito, ela diz:

“As benzedeiras alegam que existem ‘doenças de médico” e “doença de benzedeira”. Essas doenças das quais se ocupam são mais do que conjuntos de sintomoas e de sinais físicos. Elas se caracterizam por possuírem uma serie de significados simbólicos, psicológicos, sociais e morais para os membros de grupos sociais específicos. As doenças curadas pelas benzedeiras se confuguram como perturbações que afligem não apenas o corpo, a esfera física, mas estão relacionadas a questões sociais, psicológicas e/ou espirituais que afetam a vida cotidiana como um todo” (CUNHA, 2012, p.2).

Podemos perceber pelo argumento de Dona Leoni, juntamente com as reflexões de Lidiane Alves da Cunha, que existe esta separação entre a cura de um médico e aquela empreendida por um benzedor ou uma benzedeira. De certa forma, entende-se que a cura feita por este segundo grupo estaria ligada não apenas ao corpo físico, ao mundo terreno. Mas existiria uma conexão com a esfera espiritual, numa ideia de que as “perturbações/ enfermidades/ problemas/ doenças” seriam fruto de algum tipo de desequilíbrio. O praticante da benzeção, sendo visto como portador de um poder especial, é considerado como alguém capaz de controlar e manipular forças ocultas, tendo em vista a cura da pessoa que busca por sua ajuda.

Mas essa grande busca também pode causar alguns transtornos e muito cansaço, pois é uma atividade que também consome bastante energia física, tal como nos relatou a benzedeira que antes de se aposentar ela chegava do serviço e já estava cheio de gente para ser atendida. E que agora, já aposentada, tem dias que passa o dia todo benzendo:

“eu fico sem comer, sem beber, eu fico as vezes, quatro, cinco horas aqui fechada, sem tomar um gole de água, fico em jejum. Já fiquei, desde as sete da manhã até meio dia sem comer, sem tomar água, porque tinha muita gente, gente precisando de mim. Então me dedico ali, fico ali e não sinto fome, não sinto vontade de comer nada, já brigaram comigo por causa disso. De eu ficar sem me alimentar, que meus filhos me cobram né, “de onde já se viu, a mãe ficar sem comer”. Se preocupam e ficam brabo comigo, eles não gostam que eu passe do horário de comer, mas as vezes é preciso. Às vezes eu to descendo, meio dia para almoçar, chega uma pessoa doente ou com alguma dor. Ai eu tenho que largar de tudo e vir aqui. Já deixei meu prato pronto de comida e vim aqui, porque é uma missão que eu tenho, como é que vou dizer “eu não faço”. É o que eu sei, eu vou fazer, não posso dizer que não para ninguém” (GASPARETTO, 2014).

Mesmo comentando que tem dias em que chega a ficar sem comer e sem beber, para poder atender o grande número de pessoas que buscam suas rezas, podemos perceber que ela faz isso com carinho e que gosta do que pratica. Entende que é um trabalho extremamente gratificante “adoro, faço com carinho, com amor porque eu to me dedicando a Deus. Tudo o que é feito com Deus é feito com amor” (GASPARETTO, 2014).

Espaço de benzimento

Para os praticantes da benzeção, o local onde as pessoas são recebidas para os atendimentos é concebido como um lugar “santo”, um ambiente especial em que se sentem mais próximos do sagrado e de suas divindades. Durante a pesquisa percebemos que a escolha deste local pode variar de benzedor para benzedor. Pode ser um cantinho da sala com um sofá confortável, um quarto de visita pouco usado, a cozinha da casa ou até mesmo um local construído, separadamente da casa, para ser usado exclusivamente para a benzeção.

Neste estudo entendemos o espaço a partir da ideia de que os significados atribuídos à este se configuram e reconfiguram a partir de práticas sociais (BRAZ; OLIVEIRA, 2013). Letícia Dias Fatinel, na tese Os significados do espaço e as sociabilidades organizacionais: estudo de um café em Salvador (2012), argumenta que esta operação de construção de práticas sociais acontece a partir de uma série de ações que

“colocam em relação o masculino e o feminino, a casa e a rua, o privado e o público, o local e o global, o jovem e o velho, nós e os outros, sagrado e profano, tempo e espaço, cotidiano e extraordinário, lazer e trabalho, e, também, sociabilidade“ (MENEZES, 2009 apud FANTINEL, 2012, p. 45).
Para o entendimento do espaço sagrado, embasamos nosso estudo, também, a partir das considerações oferecidas por Mircea Eliade na obra O sagrado e o profano, na edição de 1992. Eliade define o espaço sagrado como sendo aquele que se opõem ao profano. E este processo de “sacralização” acontece quando há manifestação da hierofania, a qual é constituída por objetos do nosso mundo, como uma árvore ou uma pedra, mas que não constituem apenas como algo material. Para algumas pessoas, esses objetos tem um tipo de significado que os torna mais do que isso, que os transforma em algo sagrado. Eliade explica:
“mas [...] não se trata de uma veneração da pedra como pedra, de um culto da arvore como árvore. A pedra sagrada, a árvore sagrada, não são adoradas como pedra ou como árvore, mas justamente porque são hierofanias, porque ‘revelam’ algo que já não é nem pedra, nem árvore, mas o sargrado” (ELIADE, 1992, p.13)
Gilson Xavier de Azevedo e Janice Fernandes Azevedo, no artigo Benzedeiras em Mircea Eliade, uma aproximação possível (2014), desenvolvem um estudo sobre “aplicabilidade” da teoria deste pesquisador das religiões, no caso Mircea Eliade, em relação ao desenvolvimento do universo das benzedeiras e benzedores, buscando entender melhor como se dá essa prática milenar e como se constitui a figura destas mulheres. No que se refere à hierofanias, os autores vão argumentar que a construção do sagrado é “justamente como se vê um fenômeno natural”. Ou seja, o sagrado consiste em um objeto/acontecimento que se encontra no mundo natural, e não no sobrenatural. Todavia, este algo do “mundo natural”, do “mundo biológico e físico”, é percebido de maneira diferente (AZEVEDO; AZEVEDO, 2014, p. 60).

No caso da Dona Leoni, o local utilizado para as benzeções foi construído fora do espaço doméstico e para ser utilizado exclusivamente para as benzeções. Segundo Leoni, ela sempre teve um lugar separado para trabalhar, pois para ela, isso precisa ser feito fora de casa, porque algumas pessoas chegam com “maus fluidos” e isso podia acabar ficando dentro do espaço domiciliar:

“Porque tem pessoas que às vezes, tem mal fluído e dentro de casa ai fica na casa. E aqui já está preparado, com proteção do Divino Espírito Santo para não acontecer nada. Porque eu vou fazer as coisas em casa, fica as vezes, uma pessoa que chega aqui mal-intencionados, porque vem. Você não pense que não vem, porque tem gente que vem aqui para explora, vem gente com segundas intenções e isso não presta dentro de casa. Mistura com a família e isso não pode, tem que ter o lugar certo” (GASPARETTO, 2014).
Gilson Azevedo e Janice Azevedo, no artigo já mencionado Benzedeiras em Mircea Eliade, uma aproximação possível (2014), afirmam que “o sagrado e o profano constituem duas modalidades de ser no mundo”, e em relação às benzedeiras, os autores argumentam que a perspectiva do sagrado estaria relacionada com a saúde, felicidade, bem-estar, alegria, realização. Já o profano teria ligação com as palavras doença, sofrimento, dor, traição, reprovação e acidente (AZEVEDO; AZEVEDO, 2014, p. 61). Assim, podemos entender a preocupação da benzedeira Leoni com os “maus fluidos”, que denotam o significado de profano, descrito acima. Para ela ter um local separado, e principalmente, um “local já preparado e com a proteção do Divino Espírito Santo” (GASPARETTO, 2014), é fundamental para defender sua família desses “maus fluidos” (HOFFMANN-HOROCHOVSKI, 2012). Pois neste local, Dona Leoni poderá “manipular o profano, a força negativa do mundo presente do cliente (AZEVEDO; AZEVEDO, 2014, p. 62) sem se preocupar que estas forças fiquem dentro da sua casa e a prejudique mais tarde.


Considerações finais

A partir da entrevista com a benzedeira Leoni, nos foi possível acessarmos dados, dos quais julgamos importantes, passiveis a novas interpretações e novas pesquisas mais aprofundadas. Pudemos compreender que uma pessoa ao aceitar seu dom da benzeção, pode acabar abrindo mão de seu dia a dia. E que, às vezes, em dias  movimentados, mal consegue arranjar tempo para fazer suas refeições principais. Mas  ao mesmo tempo, para esta benzedeira é uma questão de solidariedade abrir a porta de sua casa para atender todas estas pessoas que a procuram por seus atendimentos. A benzeção é entendido como um trabalho extremamente gratificante “adoro, faço com carinho, com amor porque eu to me dedicando a Deus. Tudo o que é feito com Deus é feito com amor”.

Também notamos através da entrevista com esta benzedeira, que os benzedores estão cercados por elementos simbólicos. Os objetos usados para as benzeções podem se transformar e representar uma extensão do corpo humano, como é o caso da benzeção de costura de machucadura, no qual o pano costurado simboliza a carne da pessoa que busca a cura. E até mesmo o espaço onde as rezas e benzeções acontecem podem possuir um poder se transformar um local sagrado onde o benzedor se tornará um mediador entre as divindades e as pessoas.

Referências
Autor: William Franco Gonçalves, graduado no curso de história na Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO, mestrando do curso de mestrado em história na Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO orientado pelo Dr. José Adilson Campioto.
AZEVEDO, Gilson Xavier de; AZEVEDO, Janice Fernandes. Benzedeiras em Mircea Eliade, uma aproximação possível. Protestantismo em Revista, v. 35, p. 54-64, 2014.
AZEVEDO, Gilson Xavier de. Das vassouras aos ramos: o arquétipo das benzedeiras nas antigas bruxas medievais. Mandrágora, v.21. n. 21, 2015, p. 119-133.
BRAZ, Graziele Margarida; OLIVEIRA, Oseias. Territorialidades religiosas e devoção privada em Irati, PR. Interações (Campo Grande), 14 (1), 107-112, 2013.
CUNHA, Lidiane Alves da. Saberes e religiosidades de benzedeiras. Anais dos Simpósios da ABHR, v. 13, 2012.
ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano. 1° edição, São Paulo: Martin Fontes, 1992.
GASPARETTO, Leoni Ferreira. Entrevista de Leoni Ferreira Gasparetto: depoimento. [28/03/2014]. Irati. Entrevista concedida a William Franco Gonçalves.
FANTINEL, Leticia Dias. Os significados do espaço e as sociabilidades organizacionais: estudo de um café em Salvador. Salvador: 2012.
HOFFMANN-HOROCHOVSKI. Marisete T. Benzeduras, garrafadas e costuras: considerações sobre a prática da benzeção. Guaju. Matinhos, v.1, n.2, p. 110-126, jul./dez. 2015.
HOFFMANN-HOROCHOVSKI. Marisete T. Velhas benzedeiras. Mediações, Londrina, v. 17 n. 2, p. 126-140, Jul./Dez. 2012.
MOURA, Elen Cristina Dias de. Eu te benzo, eu te livro, eu te curo: nas teias do ritual de benzeção. Mneme Revista de Humanidade, p. 340-369, 2011.
NERY, Vanda Cunha. Rezas, Crenças,  impatias e Benzeções: costumes e tradições do  ritual de cura pela fé. VI Encontro dos Núcleos de Pesquisas da Intercom. Disponível  em: http://intercom.org.br.  Acesso  em  18  de  Agosto  de 2016.
OLIVEIRA, Elda Rizzo. O que é benzeção. São Paulo: Brasiliense, 1985.
OLIVEIRA, Oseias. KAVILHUKA, Rosenilda. Cultura, memória e religião em Irati, PR: narrativas sobre Albertina Nascimento dos Santos. Multitemas (UCDB). Campo Grande: UCDB, 46, 13-26, 2014.
QUINTANA, Alberto M. A ciência da Benzedura: mau olhado, simpatias e uma pitada de psicanálise.  Bauru : EDUSC, 1999.

VAZ, Vania. As benzedeiras da cidade de Irati: suas experiências com o mundo, e o mundo da benzeção. 2006. Dissertação (Mestrado em História) -Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006.

6 comentários:

  1. Boa tarde, Willian. Parabéns pelo texto.

    Como foi a sua inserção enquanto pesquisador/historiador no universo das benzedeiras? Houve resistências por parte delas?

    Pergunta de: Nikolas Corrent

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    1. não houve nenhuma resistência por parte das benzedeiras entrevistadas, na verdade pelo que pude perceber elas estão sempre disponíveis para uma conversa e para contar um pouco da sua historia e das curas obtidas através de suas rezas e benzimentos

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  2. William, durante as entrevistas você ouviu algum relato das benzedeiras dizendo que não poderiam ceder entrevistas pq de alguma forma interfere na questão da fé e no benzimento? Tenho uma colega que também trabalha com essa temática e encontrou grandes dificuldades ao conseguir benzedeiras por esse motivo aqui em Alagoas. Claro que não quero generalizar, mas você poderia relatar um pouco de como se deu esse diálogo, até que você ganhasse a confiança de seus entrevistados, até pelo fato de você trabalhar com a questão da fé de um determinado indivíduo?

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    1. Não sei se é aqui na região de Irati - PR, mas nenhuma das benzedeiras ou benzedores que entrevistei me falou sobre isso das entrevistas inteferirem na fé e no benzimento. todos eles foram bem abertos para conversarem e contarem como funcionava as coisas. até mesmo aqueles que eu nunca tinha conversado antes. Eu chegava, me apresentava para eles e perguntava se eles poderiam me dar uma entrevista e me ajudar com a minha pesquisa. Alguns eu percebi que tinham dificuldade e nao gostavam que eu usasse o gravador ou celular para gravar, mas entao eu usava um caderno de anotações. Outra coisa que eles nao gostavam e falavam que nao poderiam fazer era ensinar a fazer o benzimento, ou explicar em detalhes como as coisas eram feitas e as rezas que eram faladas. elas so comentavam os santos para quem faziam os pedidos e os tipos de benzeçôes que faziam. Mas nao sei se é aqui na região que eles são mais fáceis de conversar ou não, porque nunca entrevistei benzedeiras de outros regiões.

      Pergunta respondida por William Franco Gonçalves

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    2. Obrigada pela contribuição !

      Aline de Freitas Lemos Paranhos.

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