TALITA
SOUZA DA ROCHA REBELLO[1]
ANDRÉ
DIAS MARTINS[2]
1 INTRODUÇÃO
O presente
estudo procura entender a prática do ensino religioso no ensino médio e a
necessidade de discutir a disciplina.
O Ensino
Religioso no contexto escolar vem se destacando como área do conhecimento.
Entretanto, existem demandas, motivações e finalidades que suscitam um campo de
trabalho mais consistente, com uma metodologia mais apropriada às exigências do
Ensino. Tendo como parâmetros os valores humanos, desenvolvendo o
auto-conhecimento e a reflexão diante da possibilidade de optar por uma vida
cidadã e solidária, na dimensão do transcendente. (SILVA,2015)
O Ensino
Religioso é o estudo do sagrado Deus, da religião, das religiosidades e
culturas; No Brasil foram os padres jesuítas que introduziram o ensino
religioso que antes era o estudo do cristianismo católico; A Lei Federal
9.457/97 Art, 33 da LDB,estabelece uma nova concepção de ensino religioso nas escolas públicas que possibilita por meio
de uma concentração de religiões, através de organizações inter-religiosas como
o CONER (Conselho do Ensino Religioso). Além disto, por meio da entidade civil
prevista na Lei Federal de 1997, diversos grupos religiosos podem participar na
elaboração do conteúdo dessa disciplina, ao contrário do que ocorria
anteriormente onde apenas os grupos religiosos hegemônicos participavam nessa
elaboração. Assim abre-se um espaço para que outros grupos religiosos
minoritários exerçam alguma influencia no espaço público por meio do ensino
religioso.(JR,2007). Art.33 da LDB,
leis diretrizes e bases da educação nacional assegura o aluno dizendo que “O ensino religioso, de matrícula
facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental,
assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas
quaisquer formas de proselitismo”.
A partir de
então o novo ensino religioso dá ênfase á recuperação para as religiões de
alguma influência no espaço público, conforme a
legitimação de sua autoridade sobre a vida diária e cultural no meio
urbano, sendo vista como destruída pelo
individualismo e pela falta de valores. Estas tentativas de recuperação no
entanto, se fazem sobre novas bases, de acordo com o período ecumênico do país, mais democráticas e
preocupadas em respeitar as individualidades presentes no esforço conjunto do
grupo estratégico. Dickie (2003)
O ensino religioso leva ao aluno alem da cultura,
conhecimentos básicos filosóficos, sociológicos e éticos; O ensino religioso consiste em ser uma disciplina que seu objetivo
principal é propor reflexões sobre fundamentos, costumes e valores das várias
religiões existentes na sociedade.
Ela é uma disciplina que se caracteriza pela busca da compreensão das
diferentes formas de religião, explorando temas de seu interesse de maneira
interdisciplinar, através de atividades que estimulem, sobretudo, o diálogo e o
respeito entre religiões.
O presente trabalho busca mensurar as principais finalidades
do ensino religioso para o desenvolvimento do aluno, apresentando a importância
social e pedagógica da disciplina para o aluno.
Diante do exposto realizar-se-á uma reflexão dos valores
herdados pelos alunos nos quais levarão para a vida toda e auxiliarão nas suas
escolhas, identificando o nível de importância dado pelos alunos em relação ao
tema ensino religioso e identificar o nível de imparcialidade que os
professores adotam quanto a diversidade de religiões e crenças.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A
RELIGIÃO VINCULADA A CULTURA
Religião é
algo muito complexo, pois existem várias definições desse termo, e também
várias religiões, com práticas e crenças diferentes. De acordo com Silva (2004)
“a definição mais aceita pelos estudiosos, para efeitos de organização e
analise, tem sido a seguinte: religião é um sistema comum de crenças e práticas
relativas a seres sobre-humanos dentro de universos históricos e culturais
específicos”. Ou seja, a religião se define por ser um conjunto de sistemas
culturais e históricos, e por um conjunto de crenças e de valores; Podendo
dizer que o conhecimento religioso é especial, e vai além do conhecimento
empírico, pois o religioso trabalha com a fé, o que não se vê e nem se pode
tocar, a religião dá sentido a vida e orienta o individuo em suas escolhas e a
falta desse conhecimento gera muitas discussões e duvidas;
Segundo
Oliveira (2012) A religião tem a capacidade de auxiliar o ser humano a
definir-se no mundo, de maneira que saiba realizar suas escolhas sem duvidas; E
em relação a seus semelhantes e emprestar-lhes um sentido de vida, de forma que
a pessoa consegue transmitir seus conhecimentos religiosos á outra pessoa sem a
ofendê-la e, mas com o intuito de ajudar e motivar o próximo. A religião
caracteriza-se como uma fonte de informações para seus fiéis, com estudos
sagrados que possibilita um conhecimento amplo em respeito à vida, saúde,
história e cultura a partir desse conhecimento o ser humano se sente orientado
para realizar suas ações, e se sente apto á fornecer respostas ás ameaça que
pesam sobre toda a vida dos seres humanos, dando sentido á sua existência.
A religião
desperta os sentimentos de respeito, carinho, amor e cuidado ao próximo e a si
mesmo, a religião tem a capacidade de mudar o comportamento do ser humano, tornando
uma pessoa mais confiante, reverente e cuidadosa estando de bem consigo mesmo
através de seus atos e escolhas. A religião liga o indivíduo com suas origens e
o homem passa a ser motivado pela fé.
Segundo Oliveira
(2012) “Pode-se dizer, então, que a religiosidade é inata, conatural ao ser
humano, pois a capacidade de entrar num relacionamento religioso é uma dimensão
do humano”.
Ou seja, o
ser humano nasce vinculado á fé e as primeiras reflexões de religião do ser
humano são através da família, de acordo com a realidade, cotidiano e cultura
da família, porém quando a criança passa a freqüentar a escola são inseridos á
outras realidades, segundo Rodrigues e Junqueira(2012) “parece haver uma
inadequação entre as realidades encontradas em nosso mundo e os saberes
fragmentados ensinados na escola”.
Na vida o
ser humano é educado e educa também, para Rodrigues e Junqueira (2012) “a
educação tem como o objetivo contribuir para o desenvolvimento integral do ser
humano, seja no exercício da cidadania, seja na sua qualificação para o
trabalho”. Sendo que a partir da educação que se tem acesso á cultura, e é na
escola que o aluno aprende e vive os fundamentos de educação e cultura e esse
aprendizado vai se transferindo para seu cotidiano, na medida que esse aluno
vai crescendo e aprendendo ele começa a fazer suas próprias escolhas e ele se
sente motivado a analisar os problemas e encontrar melhores soluções a cada
dia.
A escola é lugar
de estudar e aprender, a escola também contribui muito ao desenvolvimento social
e moral do aluno, ensinando os valores éticos e com atividades e aulas diversas
os alunos se interagem e socializam a escola também deve motivar o aluno a
superar quaisquer discriminações sofridas, e incentivar os alunos á liberdade
de expressão, onde todos têm direitos iguais, valorizando a todos e ensinando a
valorizar e respeitar a todas as pessoas e culturas brasileiras, incluindo as
expressões religiosas. O ensino religioso na escola também é uma área de
conhecimento, que leva o aluno além da cultura, conhecimentos básicos
filosóficos, sociológicos e éticos. E a partir do Art.33 da LDB, leis
diretrizes e bases da educação nacional asseguram o aluno dizendo que “O ensino
religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do
cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de
ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do
Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo”.
Isso faz
com que o ensino religioso se torne um componente básico curricular, que
contribui com o desenvolvimento escolar e moral, guiando o aluno ao exercício
da cidadania. O art.33 tem como objetivo também de auxiliar os professores e
gestores da escola que são quem irá compartilhar o conhecimento com o aluno,
com exercícios de reflexão, percepção e compreensão do Ensino Religioso.
Também
nesse componente curricular não é possível desconsiderar a influencia exercida
pela formação religiosa que as pessoas trazem de sua infância e de seu entorno,
visto que elas possuem conhecimentos e convicções com as quais constroem as
condições necessárias para viverem em comunidade e atuarem como indivíduos e
profissionais. (Oliveira, Junqueira, Alves e Keim 2007)
Assim os
professores e equipe pedagógica devem ter conhecimento da diversidade de
religiões, e discutir essa diversidade e a complexidade do ser humano entender
as diversas religiões existentes, e entender as dimensões de fé já herdadas
pelos alunos. Para Oliveira et al. (2007) O ensino religioso, na atualidade da
educação brasileira, manifesta-se como um dos lugares e espaços em que se
destacam e discutem posições sobre o sentido da vida, do ser humano. Então cabe
ao professor entender as diferentes fé e ensinar os alunos a respeitar a
opinião dos outros com atividades que os alunos possam interagir, expondo suas
opiniões de forma clara, onde possam trocar experiências de vida e fé.
De acordo
com Oliveira (2011) No Brasil por muitos e muitos anos o ensino religioso teve
um caráter catequético-doutrinal em todas as escolas publicas, e esse caráter
por seguir sempre a mesma linha, sem dar espaço á outras expressões religiosas,
acabou criando uma certa rejeição em torno da disciplina, gerando desconforto
para os alunos e professores; Com a vasta diversidade cultural e religiosa do
pais com inúmeras crenças, idéias e valores diferentes que estão presente em
todos ambientes, inclusive no ambiente escolar e é de grande importância para o
desenvolvimento dos alunos que se trabalhe com a disciplina na escola abordando
as diferentes expressões culturais e religiosas, de maneira que seja
transmitido a importância de valorizar a diversidade cultural e religiosa da
sociedade, preservando a identidade e características de cada um.
Os
primeiros conhecimentos de uma pessoa são transmitidos pela família, com o
passar do tempo são transmitidos pela escola, e depois são através religião
escolhida, de redes sociais ou amigos. Os valores nesse caso são os resultados
obtidos pelo aluno no qual ele levará para sua vida. A escola deve transmitir
ao aluno a necessidade de pensar despertando curiosidade ir atrás do
conhecimento, de questionar as coisas, a escola deve ensinar o aluno a olhar
para todos ângulos, para entender como que o outro pensa e interpreta as coisas.
O componente
curricular de Ensino Religioso, articulado com as demais disciplinas, contribui
para a construção de outra visão de mundo, de ser humano e sociedade,
considerando o religioso na qualidade do questionamento e da atitude com que a
realidade de cada um é abordada. Oliveira, Junqueira, Alves e Keim (2007)
O ensino
religioso articulado com as demais disciplinas vai auxiliar o aluno a se
encontrar, esse aluno estará pronto a traçar metas e definir seus objetivos de
vida. A partir de um bom conhecimento religioso o ser humano está apto para
fornecer respostas para sua própria vida, nas quais antes ele não conseguia
entender. Ele também tem sua opinião formada sobre sua existência e cultura.
2.2 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
A religião está presente na vida do ser humano desde seu
nascimento, e logo em seguida será transmitido na escola o conceito de
religiões diferentes com costumes e crenças diferentes, e esse aprendizado
escolar propõe o devido respeito a diversidade religiosa, na qual refletirá na
vida social deste aluno. O aprendizado do aluno deve construir uma
personalidade com respeito, paz e entendimento a diversidade religiosa. A
escola é um dos principais alicerces para a construção do cidadão, pois a
escola ensina a ler, escrever, calcular e ter noções de espaço; e com o
convívio e trabalhos em grupo a escola ensina a respeitar as diferenças sociais
e religiosas de cada um, contribuindo para a formação do cidadão. De acordo com
Seehaber e Machado(), “Direitos e deveres de um cidadão devem fazer parte do
contexto social, devem ser ensinados desde a infância, devem ser compreendidos
como respeito mútuo e como necessidade da existência de regras e limites como
pressuposto básico para o convívio social”.
Desde a infância deve ser ensinado o que é certo e o que é
errado e assim as crianças vão se desenvolvendo com respeito, ética e educação.
A escola e a família são as bases da construção do cidadão, pois ambas tem
responsabilidades na formação do ser humano; E as aulas de ensino religioso
levam aos alunos de forma clara a conhecer as diferenças religiosas de maneira
que o aluno entenda e respeite cada uma delas, assim o aluno pode escolher uma
religião ou crença a seguir, como também ele entenderá melhor a sua própria
cultura ou religião e passará a sentir orgulho de si mesmo, se orientando para
sempre estar melhorando como cidadão e isso resultará em diversas mudanças na
sociedade, mudanças de caráter quando o aluno aprendeu as diferenças do certo e
errado e suas conseqüências, mudanças também de atitudes, pois esse aluno terá
uma visão mais crítica das coisas, mudando também sua opinião e aumentando as
responsabilidades.
O fenômeno religioso apresenta uma grande parcela de domínio
na constituição do imaginário social das pessoas, onde podemos notar que sua
influência é detectada também nas esferas política, econômica e social. A
escola dos dias atuais necessita estar caracterizada como um lugar de diálogo
com vista á diversidade dos saberes religiosos, isto é, estamos partindo da
compreensão de que essa instituição social deve se tratar de um ambiente que
irá proporcionar trocas de informações necessárias para a formação da
personalidade dos seus alunos. Podemos dizer então, que sua finalidade se
constitui em ajuda-los a ter coerência em suas concepções de mundo.( Alves,
2015)
Porém a partir da compreensão do ensino religioso o aluno
estará mais seguro ao realizar suas escolhas de vida e ele terá mais noções dos
perigos do mundo, sua personalidade estará completa esse aluno estará preparado
para viver em uma sociedade com diferentes raças, religiões e culturas e ele
saberá interagir com todos os grupos sociais sem negar a sua própria crença e
sem desrespeitar nenhuma crença; Este aluno então se sente mais seguro com
atitudes do bem, apto a viver em sociedade de forma que só pratique o bem e se
sinta motivado a ajudar as pessoas e aprender mais.
2.3 A ACEITAÇÃO DOS ALUNOS PERANTE A DISCIPLINA
Sabendo que o ensino religioso é uma área de conhecimento
que transforma as pessoas, transmite valores e é parte fundamental da aceitação
e do convívio social, sabendo também que o ensino religioso é uma analise das
diferentes religiões e crenças que motiva o aluno a realizar suas escolhas e
está diretamente ligado a construção de personalidade, tornando esse aluno com
um olhar crítico ao mundo de forma que saiba analisar todos itens antes de
realizar suas escolhas; Mas a questão é com tantos pontos relevantes nessa
disciplina qual o nível de aceitação que os alunos tem em relação a disciplina?
Como antes a disciplina era voltada apenas para a doutrina católica e ensinava
somente as práticas religiosas da igreja católica muitos alunos passarão a
rejeitar esse ensino, principalmente os alunos de outras denominação que se
sentiam excluídos durante as aulas de ensino religioso.
Atualmente existe algumas considerações pertinentes com
relação a Educação religiosa. Em primeiro lugar, com relação a sua denominação.
A disciplina não tem mais o objetivo de catequizar, ou ensinar as doutrinas
religiosas, e sim de auxiliar no processo da educação do sujeito de forma
integral. Ou seja, de proporcionar ao educando a construção dos saberes e
também de sua capacidade emocional e espiritual, além é claro de auxiliar na
construção da moralidade e da ética (Alvares,2018).
Assim então deixando claro que o ensino religioso não se
deve catequizar os alunos, quando deve abordar as diferentes religiões, de modo
que os alunos passem a se sentir tranqüilos e a vontade na realização de
debates onde eles possam expor suas opiniões sem se sentir fora do compasso e
explorando seus conhecimentos religiosos e culturais.
Muitos vêem o Ensino Religioso como disciplina á parte, fora
do compasso do sistema de Ensino, e o compreendem como inferência da religião e
não da educação, não se constituindo como área de conhecimento. É certo que a
família e a Igreja são, por excelência, os espaços da reflexão do conhecimento
religioso, mas a escola pode ser um lugar privilegiado para se realizar tais
debates. Como local de aprendizagem, a escola pode trabalhar as regras do
espaço publico democrático, buscando a superação de todo e qualquer tipo de
discriminação e exclusão social, valorizando cada individuo e todos os grupos
que compõem a sociedade brasileira, garantindo o exercício da cidadania e o
direito da expressão religiosa (Rodrigues,2008).
Dessa forma os alunos se sentem valorizados e despertam o
interesse em participar das aulas de ensino religioso; Quando antes muitos
alunos se sentiam constrangidos por se sentirem diferentes e não gostavam de
assistir as aulas se sentindo desmotivados, fragilizados ou incapazes; Mas com
as mudanças na disciplina os alunos se sentem importantes e para muitos a
disciplina é inovadora, pois através das aulas eles aprendem a diferenciar o
certo e errado, mudando diversos hábitos e atitudes, melhorando o convívio
familiar e social.
Segundo Morais (2015) Após uma pesquisa realizada, a maioria
dos alunos concordam que deve existir a disciplina de ensino religioso na
escola, pois os alunos entendem que a disciplina transmite além de
conhecimento, os auxiliam no desenvolvimento social, contribuindo na formação
de valores e aumentando o respeito mutuo, a maioria dos alunos afirmam que com
o ensino da religião eles aprendem a respeitar outras religiões, culturas,
crenças ou outros estilos de vida, também a disciplina contribui muito para que
as pessoas se sintam bem com sigo mesmo e possuem facilidade de identificar o
bem e o mal. Os alunos também relataram que com as aulas de ensino religioso
eles passam a conhecer melhor a Deus e começam a se lembrar de Deus em alguns
momentos do dia ou em algumas situações, surgindo assim a fé na qual os ajudam
a viver em maior harmonia. É notório o desejo dos alunos aprenderem mais e a
motivação para realizarem boas escolhas, eles se sentem preparados para a
realização de escolhas, para tomar atitudes ou encorajados para mudarem suas
atitudes.
Os alunos esperam com o ensino religioso estarem mais
preparados para a sociedade, eles esperam o aumento do conhecimento com as
diversas religiões e culturas, para que se sintam seguros e acolhidos pela
sociedade em que vive. A disciplina através de debates e aulas de interação
reforça os valores já ensinados pelos pais que são a lealdade, respeito,
solidariedade, otimismo e fidelidade; Ao debater esses assuntos com professor e
os amigos o aluno se sente mais a vontade para mostrar suas opiniões e para por
em prática o que aprendeu, melhorando suas visões de futuro, sentindo orgulho
de fazer o que é certo e se sentindo motivado para compartilhar com outras
pessoas a paz, amor e respeito.
2.4 O POSICIONAMENTO DOS PROFESSORES COM A DISCIPLINA
No Brasil o
sistema de governo é o regime republicano e sua principal característica é o
Estado Laico, que é aquele que são livres e iguais todas as religiões, onde o
estado tem a obrigação de respeitar todas as religiões e religiosidades não
interferindo em nenhuma crença.
Para os
professores da disciplina de ensino religioso, eles procuram defender ao máximo
o estado laico, respeitando todos e estar atualizados com as diversas
religiões, crenças e culturas, para poderem passar aos alunos os conceitos das
diferentes religiões e crenças existentes no Brasil. Os professores ao ensinar
as diferentes doutrinas das religiões aos alunos exploram os valores de cada
religião, de forma que os alunos aprendam a dialogar seus pontos de vista e
aprendem a respeitar o direito e pensamento do próximo.
Uma das
principais finalidades da educação consiste em produzir um melhoramento nas
capacidades de cada aluno, com vista a integrá-lo de modo eficaz no meio social
e cultural, por essa concepção, compreendemos que as mudanças culturais e
sociais precedem as da personalidade. A existência de uma disciplina curricular
que trate de assuntos ligados á natureza do ser humano, tendo caracterizado
como uma de suas dimensões também a dimensão religiosa, trará conseqüências
para a vivência entre os indivíduos, que ao estarem em um mesmo espaço de
convívio, certamente encontrarão em suas diferenças, possibilidades para terem
disposição em conhecer, aceitar, e ouvir o diferente. (Alves, 2015)
Sendo assim
o professor de ensino religioso consegue transmitir ao aluno a importância da
disciplina de ensino religioso e que as diferentes doutrinas devem ser
respeitadas e todo o conteúdo da disciplina deve estimular o aluno a pensar,
conhecer e aceitar a religião ou cultura do outro,após esse aprendizado esse
aluno então melhora o seu convívio
social e cultural e acabando com o preconceito; Pois esse aluno agora está mais
seguro de si, pronto a encarar as dificuldades da vida e respeitando o próximo
e estando apto para viver em grupo.
De acordo
com(BOEING; ITOZ, 2013, P.45) O desafio diário do professor de ensino religioso
é de fazer que esse componente curricular seja significativo para o aluno, e
que a família perceba em primeiro lugar a transformação do indivíduo e que em
segundo lugar esse indivíduo transforme a sociedade, com mais amor, humildade e
respeito. Para essa transformação acontecer os professores procura sensibilizar
os alunos para a vivência de valores para a vida, como justiça, confiança,
solidariedade, respeito e dignidade de modo que o aprendizado em sala de aula
seja usado em toda a vida e os auxilie nas escolhas, seja elas escolhas
pessoais ou profissionais.
Ou seja é
muito importante para os alunos e sociedade que a disciplina de ensino
religioso seja mantida em vigor, pois com as influencias pedagógicas
transmitida de forma correta pelo professor, a disciplina influencia
diretamente na vida do aluno, fazendo ele pensar e analisar seus atos, e por
conseqüência esse aluno se tornará um cidadão de bem com caráter () que
transforma a sociedade.
3 CONCLUSÃO
Podemos
entender que a religião motiva a pessoa a amar, a ser confiante, dá a pessoa fé
em Deus, e desde o nascimento a criança já tem sua fé, crença ou cultura e ao
chegar na escola fica claro que a criança se depara com outras realidades,
costumes, culturas ou religiões. E a disciplina de ensino religioso irá
trabalhar com a moral do aluno, ensinando á esse aluno os valores éticos e
sociais, esse aluno então aprenderá a respeitar as outras culturas que ele
descobriu na escola, também ele aprenderá a respeitar as pessoas e o modo de
pensar.
É claro que
o ensino religioso guia o aluno para a cidadania, e o instrui a escolher uma
crença ou religião ou á interpretar a sua cultura ou religião. A principal
conseqüência do ensino religioso é a mudança de caráter que resulta nas
mudanças de atitudes e transformação da sociedade.
De acordo
com Teixeira (2013) “Só através do conhecimento de suas concepções religiosas
poderemos entender e respeitar o outro, livres de preconceito e de
intolerância, ainda mais vivendo em um país tão rico em diversidade étnica,
cultural e religiosa”.
No decorrer do trabalho podemos compreender que o ensino religioso,
contribui na vida social do aluno, de forma que o aluno
entenderá melhor a sua própria cultura ou religião e passará a sentir orgulho
de si mesmo, podendo mudar suas atitudes e opinião e aumentando as
responsabilidades. E no ponto de vista dos alunos, eles acreditam que o ensino
religioso os tornam mais preparados para a sociedade, eles acreditam que
aumentando o conhecimento nas diversas religiões e culturas, ele vão estar mais seguros e acolhidos pela sociedade
em que vive.
Já os professores da
disciplina procuram a respeitar todas as religiões e culturas e estarem
atualizados em todas, para poderem passar aos alunos os conceitos das
diferentes religiões e crenças existentes no Brasil. Contudo o presente
trabalho contextualiza e defende que o ensino religioso é importante para a
vida pessoal, social e profissional de todos.
REFERÊNCIAS:
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[2] Prof. Me. André Dias Martins (ORIENTADOR). Bacharel em Sistemas de Informação, Licenciado em Sistemas de Informação, Licenciado em Pedagogia, Licenciado em Matemática, Especialista em Desenvolvimento de Sistemas para Web, Especialista em Pesquisa Educacional, Especialista em Docência no Ensino Técnico e Profissional, Especialista em Docência com Ênfase em Distúrbios de Aprendizagem, MBA em Gestão Empresarial com Ênfase em Gestão de Pessoas, Mestre em Ensino e Tecnologia, Doutorando em Educação para o Ensino da Ciência e Matemática.
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Educação de Alagoas; Vol. 01. 2013. 7 pg.
Boa tarde!
ResponderExcluirParticularmente, dentro do que já vi nas realidades de salas de aula, eu sou contrário ao Ensino Religioso. Normalmente, ele torna-se obrigatório, e não há um respeito pela diversidade. Mas, dentro da sua perspectiva:
Como vocês veem o Ensino Religioso dentro dessa conjuntura de crescente conservadorismo e rejeição da laicidade, fomentados pelo próprio governo federal?
Sendo facultativo, e na possibilidade de alguns pais/alunos não aceitarem participar das aulas de Ensino Religioso, como proceder com eles?
César Aquino Bezerra
Olá César tudo bem? Nesse ponto eu também concordo com você, e o respeito pela a diversidade é a minha principal ideia, onde ao aprender as diferentes culturas e religiosidades, o aluno passar a respeitá-las, e como consequência na vida desse aluno a criação de valores.
ExcluirA maioria dos pais e alunos não aceitam a participar do ensino religioso, pelo fato de ser ensinado apenas uma religião como certa e não havendo o respeito das demais, muitas vezes pelo próprio professor. E nesse caso os alunos se sentem inferior, e eu concordo com a decisão dessas famílias de não participarem das aulas.
Olá!
ResponderExcluirParabéns pelo excelente texto, porém tenho minhas ressalvas enquanto ao ensino religioso ser obrigatório, pois em muitos casos vemos a exaltação de um, em detrimento do outro, principalmente em relação as religiões de matriz africana por exemplo, bem recente houve um caso de uma professora da rede pública de ensino do município de Juazeiro do Norte no Ceará, que foi afastada de suas funções porque a mesma foi vestida com indumentárias que remetiam ao candomblé, e os pais por serem de maioria católica se sentiram ofendidos e pediram a expulsão da professora, alegando que a mesma estava ensinando ritos de feitiçaria a seus filhos!
Nós como professores o que podemos fazer em relação a situações como essas?
Francisco Pinto Lopes
O estado é laico, portanto não se deve promover uma religião ( preferência do professor) e sim apresentar aos alunos uma diversidade de religiões enfatizando a sua colaboração para o desenvolvimento da sociedade como um todo. Ou seja os professores devem apresentar a todas religiosidades sem demonstrar afeição por uma, ou seja ser neutro. E em caso da professora ir a escola vestida com indumentárias que remetem ao candomblé ou outra religião, não há problemas desde que seja o tema da aula, isso tornará a aula mais atrativa.
ExcluirMuito interessante o texto e pertinentes reflexões acerca da questão do ensino religioso. Penso, que mesmo vivendo num país laico, faz-se necessário mudanças de paradigmas, de mentalidade em relação as formas da introdução da disciplina desse âmbito educacional, visto que, existem a intolerância religiosa diante de algumas práticas religiosas, considerando a diversidade do povo brasileiro. Essa intolerância, a meu ver, parte do desconhecimento deste universo religioso, sobretudo das religiões de matriz africa. A escola também é uma construção de saberes, e deve desmistificar algumas ideias preconcebidas e que foram construídas ao longo de nossa história.
ResponderExcluirOlá Vânia, obrigada é um assunto que eu gosto muito. E realmente ainda há a intolerância religiosa. E isso vem da história e será difícil de mudar essa visão. E se o ensino religioso passasse a ensinar as religiões e crenças, apresentando seus fundamentos e princípios diminuiria a intolerância e aumentaria o respeito.
ExcluirBoa tarde a todos.
ResponderExcluirGostaria de iniciar parabenizando o ótimo texto.
Concordo que o ensino religioso pode trazer grandes benefícios "buscando a superação de todo e qualquer tipo de discriminação e exclusão social, valorizando cada individuo e todos os grupos que compõem a sociedade brasileira, garantindo o exercício da cidadania e o direito da expressão religiosa" como escrito no texto.
Porém, assim como o colega César, não pude parar de pensar o Ensino Religioso na conjuntura atual, com o aumento do conservadorismo, cada vez mais preconceituoso e ignorante, onde a maioria da população além de rejeitar o Estado Laico, não entende seu funcionamento. Desta forma, vocês não acham que o Ensino Religioso permanecerá mantendo a laicidade apenas no discurso e não na prática? E, na pratica, surtindo o efeito indesejado de catequização?
Abraços,
Ana Clara Fernandes da Costa
Olá Ana Clara, obrigada pelo seu comentário, realmente é muito triste pois do modo em que vão as coisas, infelizmente a tenência é que o ensino religioso continue na mesma e não saia do papel e vá para a prática. Mas não podemos desanimar e no meu ponto de vista devemos fornecer conhecimento do real "Ensino Religioso" para as famílias.
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ExcluirBoa tarde e parabéns pelo texto.
ResponderExcluirGostaria de dizer que concordo que o Ensino Religioso deve estar presente como forma de conhecer e respeitar todas as formas de credo, pois muitas vezes em casa ou na sua respectiva fé podem vir atrelados muitos preconceitos. Percebi essa preocupação no texto, no entanto, por várias vezes percebi uma contradição. Ao referir-se a "Deus" com "D" maiúsculo e sempre no singular, fica aparente para mim a referencia ao deus cristão apesar de constantemente o texto dizer que o objetivo dessa disciplina não deve ser "catequizar". Como a pesquisa espera contribuir para que o discurso de que Ensino Religioso é para conhecer religiões não fique apenas na retórica e as salas de aula continuem sendo usadas para que se ensine somente a religião do professor ou da maioria da turma
Atenciosamente, Kédson Nascimento Maciel.
Olá kédson tudo bem, agradeço seu comentário e muito bem aceita a sua observação. E realmente o professor de ensino religioso não pode expressar a sua religião e sim ensinar as religiões.
ExcluirOla Talita tudo bem?
ResponderExcluirAcredito que tudo que e relacionado a educação e aprendizado e bem vindo no sistema de ensino, porem discutir assunto religioso ou passar isso como forma de ensino em sala de aula não seria constrangedor para alguns? com tanta diversidade religiosa que temos hoje em dia, talvez não caberia a família ensinar em casa ou ate mesmo na comunidade religiosa que frequentam?
Ironi Junior Rodrigues de Lima
ExcluirOlá tudo bem? Obrigada pelo seu comentário. Existe a necessidade da escola levar o conhecimento das religiões, pois nem todas as famílias frequentam ou participam de alguma religião. E assim as crianças crescem sem entender os fundamentos das religiões, e se as aulas de religião estiver no currículo escolar, atenderá a esses alunos de modo que eles compreendam as várias religiosidades e também respeitem aos envolvidos ás outras religiosidades.
ExcluirBoa noite!
ResponderExcluirPrimeiramente, gostaria de dizer que, para quem não tinha muita leitura sobre ensino religioso enquanto matéria, a primeira metade do texto dá um norte muito grande na questão da dimensão curricular da questão de ensino religioso e sua abrangência na variedade de religiões que podem ser abordadas por essa disciplina. Dito isso, gostaria de saber quais seriam as garantias que o ensino público tem para garantir que não ocorra a exclusão das religiões que não caracterizam "maioria" no país? Já que o Brasil é um país cuja predominância religiosa é majoritariamente católica ou cristã, em geral, é necessário abranger as religiões com menos fiéis, principalmente as de matriz africana, com mais cuidado por conta da questão de intolerância religiosa pelos cristãos e pelo preconceito da sociedade em geral.
Grato, Lucas Pereira Caetano de Lima.
Boa noite! MUITO INTERESSANTE SEU TEXTO E ACREDITO QUE O ENSINO RELIGIOSO É MUITO IMPORTANTE PARA A EDUCAÇÃO, PORÉM, COMO VOCÊ VÊ A RELAÇÃO DO ENSINO RELIGIOSO E AS RELIGIÕES AFRICANAS? EM VISTA QUE EXISTE MUITO POUCO CONHECIMENTO E MUITA INTOLERÂNCIA DAS PARTES DE OUTRAS RELIGIÕES .
ResponderExcluirOlá Silvana boa noite: Muito obrigada pelo seu comentário.
ExcluirNo caso o ensino religioso ao expressar conhecimento á todas religiões, religiosidades e culturas, já estará alcançando as religiões africanas, assim como outras.
E o principal interesse no ensino religioso é levar o conhecimento aos alunos das diferentes religiões e culturas do nosso país, afim de valorizar tanto as religiões quanto os alunos que participam das religiões.
Atenciosamente: Talita Souza da Rocha Rebello
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOla Talita tudo bem?
ResponderExcluirAcredito que tudo que e relacionado a educação e aprendizado e bem vindo no sistema de ensino, porem discutir assunto religioso ou passar isso como forma de ensino em sala de aula não seria constrangedor para alguns? com tanta diversidade religiosa que temos hoje em dia, talvez não caberia a família ensinar em casa ou ate mesmo na comunidade religiosa que frequentam?
att
Ironi junior Rodrigues de Lima
Boa noite Talita. De início, parabenizo pelo excelente texto. Talita minha pergunta é: dialogando com o seu texto e referências que você citou, na sua concepção, como o professor deverá explicar aos alunos o que é a diversidade religiosa? Como fazê-los compreender, valorizar e respeitar as diferentes crenças que existem na sociedade brasileira? Como contribuir para a quebra dos preconceitos?
ResponderExcluirAgradeço-lhe
Edson dos Santos Ferreira Junior - UFAM