A CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS SAGRADOS EM IRATI-PR.


William Franco Gonçalves

Introdução


Para os praticantes da benzeção, o local onde as pessoas são recebidas para os atendimentos é concebido como um lugar “santo”, um ambiente especial onde se sentem mais próximos do sagrado e de suas divindades. Durante a pesquisa percebemos que a escolha deste local pode variar de benzedor para benzedor.

Para a realização desta pesquisa foi escolhido o método da História Oral. O método da História Oral se apresentou como o melhor e mais completo método para se pesquisar as benzedeiras e os benzedores de Irati. Pois assim como cita Ferreira e Amado no livro Usos e abusos da história oral,

“possibilita a história oral esclarecer trajetórias individuais, eventos ou processos que às vezes não tem como ser entendidos ou elucidados de outra forma: são depoimentos de analfabetos, rebeldes, mulheres, crianças, miseráveis, prisioneiros, loucos... São histórias de movimentos sociais menosprezados; essa característica permitiu inclusive que uma vertente da história oral se tenha constituído ligada à histórias dos excluídos ( 2006, p. 14)”.

O documento da História Oral possui algo singular, é o resultado do diálogo entre entrevistador e entrevistado. Para a construção desse diálogo fomos em busca de praticantes de benzeção, alguns já eram conhecidos e os outros foram indicados pelos benzedores e benzedeiras no momento da pesquisa. Importante dizer que a Historia Oral nem sempre foi o recurso mais utilizado para o desenvolvimento de pesquisas. Ela passou a ser mais empregada a partir de 1970, com o advento da “Nova História”, quando a história do indivíduo e de situações singulares ganhou maior importância. No artigo, Fontes Orais: testemunhos, trajetórias de vida e História (2005), Antonio Cesar de Almeida Santos argumenta que.

“notadamente, desde as décadas iniciais do século XX, diversos sociólogos e antropólogos norte-americanos fizeram uso de relatos orais em suas investigações. Mesmo no Brasil, a utilização de relatos orais em pesquisas acadêmicas remonta aos anos 1950, também nas Ciências Sociais. Contudo, foi apenas no contexto da “Nova História” que as fontes orais fizeram sua reentrada no campo desta disciplina (SANTOS, 2005, p.2)”.

Os documentos orais possuem informações tão importante quanto documentos escritos, neles conseguimos ter acesso a memórias dos indivíduos pesquisados, mas devemos levar em conta que o sujeito não revive o passado através das lembranças, ele as reconstrói, a refaz com seus valores do presente. O historiador ao fazer uma entrevista e sua transcrição, cria sua própria fonte, mas Dinoráh Almeida nos mostra no artigo Desafios da memória como fonte histórica: esquecimento, silêncio, mutações e realidades, que o trabalho do historiador não deve se resumir “a simples técnica de coleta e transcrição, ele deve ser capaz de fazer as análises e ponderações que conduzam às reflexões esperadas pelo estudo”.

Voltando para a conceituação sobre o termo espaço, para nosso estudo, entendemos o espaço a partir da ideia de que os significados atribuídos a este se configuram e reconfiguram a partir de práticas sociais.  Letícia Dias Fatinel, na tese Os significados do espaço e as sociabilidades organizacionais: estudo de um café em salvador (2012), argumenta que esta operação de construção de práticas sociais acontece a partir de uma série de ações que

“colocam em relação o masculino e o feminino, a casa e a rua, o privado e o público, o local e o global, o jovem e o velho, nós e os outros, sagrado e profano, tempo e espaço, cotidiano e extraordinário, lazer e trabalho, e, também, sociabilidade (MENEZES, 2009 apud FANTINEL, 2012, p. 45)”.

Para o entendimento do espaço sagrado, embasamos nosso estudo a partir das considerações trazidas por Mircea Eliade na obra O sagrado e o profano, publicada em 1992. Eliade define o espaço sagrado como sendo aquele que se opõem ao profano. E este processo de “sacralização” acontece quando há manifestação da hierofania. Hierofanias são objetos do nosso mundo, como uma árvore ou uma pedra, mas que não constituem apenas como algo material. Para algumas pessoas, esses objetos tem um tipo de significado que os torna mais do que isso, que os transforma em algo sagrado. Eliade explica:

“Mas [...] não se trata de uma veneração da pedra como pedra, de um culto da árvore como árvore. A pedra sagrada, a árvore sagrada, não são adoradas como pedra ou como árvore, mas justamente porque são hierofanias, porque ‘revelam’ algo que já não é nem pedra, nem árvore, mas o sagrado (ELIADE, 1992, p. 13)”.

Gilson Xavier de Azevedo e Janice Fernandes Azevedo, no artigo Benzedeiras em Mircea Eliade, uma aproximação possível (2014), desenvolvem um estudo sobre “aplicabilidade” da teoria deste pesquisador das religiões, no caso Mircea Eliade, em relação ao desenvolvimento do universo das benzedeiras e benzedores, buscando entender melhor como se dá essa prática milenar e como se constitui a figura destas mulheres. No que se refere à hierofanias, os autores vão argumentar que a construção do sagrado é “justamente como se vê um fenômeno natural”. Ou seja, o sagrado consiste em um objeto/acontecimento que se encontra no mundo natural, e não no sobrenatural. Todavia, este algo do “mundo natural”, do “mundo biológico e físico”, é percebido de maneira diferente (AZEVEDO; AZEVEDO, 2014, p. 60).

De acordo com a bibliografia estudada para a pesquisa, na maior parte dos casos, a prática de benzeção acontece dentro da casa dos benzedores. Hoffmann-Horochovski, no artigo Velhas benzedeiras, argumenta que “o caráter sagrado do benzimento é geralmente anunciado no próprio espaço físico” (2012, p. 131). Nesse sentido é representativa a história da benzedeira Dona Zonaide Ribas Inglês, uma senhora de oitenta e dois anos e que benze desde seus vinte e cinco anos. Ela explicou que aprendeu com outra benzedeira e diz que “benzer é fazer o bem para o povo”.

Construção do espaço sagrado

A Dona Zonaide, ao ser questionada durante a entrevista, o que havia de diferente naquele espaço utilizado para as benzeções, dos outros espaços da casa, deu a seguinte resposta: “aquele é um lugar sagrado, lá está minha devoção, meus santos, lá é um lugar sagrado”.


Fonte: Site da Rádio Najuá


A casa da Dona Zonaide é um local singular. Ele é repleto de enfeites pelas paredes, e até mesmo no teto, como podemos ver na foto acima. Existem inúmeros objetos espalhados pela casa, desde bonecos até artigos de materiais recicláveis. Também é possível observar uma coleção de santos. Podemos ver, através da imagem acima, várias imagens de Nossa Senhora na geladeira e imagens do Espírito Santo, que é representado por uma pomba. A casa desta benzedeira está cheia de imagens e objetos que são considerados sagrados por Dona Zonaide. Quando tivemos o primeiro contato com ela, pensamos que o benzimento acontecia na sala, pois estávamos cercados por todos aqueles objetos e santos. Todavia, durante a entrevista ela comentou que, na verdade, os benzimentos eram feitos em outra peça da casa, em um quarto.

Zenny Rosendahl e Roberto Lobato Corrêa, na obra Espaço e religião: uma abordagem geográfica (2002), trabalham com a perspectiva que “tudo é potencialmente sagrado, mais apenas em alguns lugares escolhidos o potencial é realizado. A manifestação de poder do sagrado em determinados lugares o diferencia dos demais ambientes”(2002, p. 68). Podemos encontrar objetos considerados sagrados na sala, na cozinha e em outros quartos. Porém, o quarto onde acontecem as benzeções, é diferente para Dona Zonaide. Este cômodo possui algo a mais que as outras peças da casa. E para a pessoa religiosa, poderíamos dizer que é “natural” identificar essa diferença entre um local sagrado e outro que não possui essa sacralidade, embora tenhamos assinalado que é um processo de construção.

Quando entramos no quarto específico onde a benzedeira Zonaide exerce suas práticas é possível ver uma espécie de altar dos santos, instalado sobre uma cômoda. Além destas imagens, também se observou quadros com referências a santos, instalados nas paredes. É importante registrar que o processo de construção da sacralidade daquele espaço obedeceu a seguinte ordem: Dona Zonaide contou que primeiro escolheu aquele quarto para fazer os benzimentos e depois é que foi comprando as imagens de santos e os objetos para colocar naquela peça especial da casa. Como indicam Gilson Azevedo e Janice Azevedo, “aparentemente de forma intuitiva”, Dona Zenaide foi transformando um local, antes considerado profano (ou seja, apenas um quarto), em um espaço sagrado. Um local onde “se manipula força negativa do mundo presente no cliente” (AZEVEDO; AZEVEDO, 2014, p.62).

Para o benzedor Nadir, setenta e cinco anos, que benze no bairro Alto da Lagoa (Irati) e descobriu seu “dom” a cerca de vinte e cinco anos atrás. O local escolhido para ser o espaço sagrado, utilizado para a benzeção, foi o quarto.


Foto do altar do senhor Nadir, foto tirada por William Franco Gonçalves no dia 28/10/2014.

Nesta imagem, podemos ver o altar organizado pelo Sr. Nadir. O altar encontra-se em seu quarto e, quando alguma pessoa chega precisando ser benzido, é levada para frente do altar. É naquele cômodo onde as benzeções acontecem. Podemos notar na fotografia as imagens de algumas santas, de Jesus Cristo e uma vela apagada. Esta vela, no momento das orações, é acesa. Segundo o benzedor Nadir, para que a cura aconteça, ele precisa se concentrar, fazer seus pedidos e ele considera que as imagens das santas é que lhe dão força.

O quarto também foi escolhido por um outro benzedor entrevistado. É o Senhor Francisco Macedo, morador do bairro Conjunto Santo Antônio (Irati), que tem cinquenta e seis anos, e benze há mais de trinta anos. No cômodo adotado, podemos notar a presença de quadros, com imagens de santos na parede e, segundo o Sr. Francisco, era com a ajuda simbólica desses quadros que ele se torna um transmissor entre Deus, os santos e as pessoas. A todo o momento, durante a entrevista, ele dizia que “quem curava não era ele, que quem realmente curava era Deus” e que ele era apenas um mediador. Como se nota, temos aqui a retomada do argumento dos benzedores e benzedeiras como sujeitos intermediadores entre as forças sobrenaturais e o mundo físico.

Nesse sentido,

“o espaço sagrado é um campo de forças e de valores que eleva o homem religioso acima de si mesmo, que o transporta para um meio distinto daquele no qual transcorre sua existência. É por meio dos símbolos, dos mitos e dos ritos que o sagrado exerce sua função de mediação entre o homem e a divindade (ROSENDAHL; CORRÊA, 2002, p. 30)”.

O argumento apresentado por Rosendahle e Corrêa auxilia a compreender as escolhas feitas pelos benzedores Nadir e Francisco, que utilizam seus quartos para exercer suas práticas de benzeção. Naquele momento, seus quartos não são apenas mais um cômodo da casa. Aquele espaço se torna um local sagrado, onde eles conseguem se tornar mediadores entre suas santidades e seus clientes. Por outro lado, Claudir Burmann, no artigo Espaço e espaço sagrado: um olhar a partir de uma comunidade luterana (2009), também escreve sobre a possibilidade desses espaços serem multiuso, sendo possível contemplar tanto o caráter sagrado quanto o profano:

“O espaço sagrado tem assumido seu caráter sagrado por vezes em determinados instantes, sendo que logo após pode estar servindo a fins distintos, denomináveis profanos. Há espaços que possibilitam multiusos sem que haja necessidade de consagração ou desconsagração a cada uso (BURMANN, 2009, p. 63)”.

Podemos compreender então, que esses espaços podem se tornar sagrados em um momento e outro não haver essa sacralidade. Um espaço com caráter multiuso. Devemos levar em conta também que muitos desses praticantes do universo da benzeção possuem uma vida simples e que suas casas não possuem cômodos suficientes para que haja um espaço próprio e exclusivo para as benzeções. Entre nossos entrevistados apenas uma benzedeira tinha um espaço distinto para as benzeções.

No caso da Dona Leoni Ferreira Gasparetto, de oitenta anos, moradora do bairro Rio Bonito (Irati), o local utilizado para as benzeções foi construído fora do espaço doméstico e para ser utilizado exclusivamente para as benzeções. Segundo Leoni, ela sempre teve um lugar separado para trabalhar, pois para ela, isso precisa ser feito fora de casa, porque algumas pessoas chegam com “maus fluidos” e isso pode acabar ficando dentro do espaço domiciliar:

“Porque tem pessoas que às vezes, tem mal fluído e dentro de casa ai fica na casa. E aqui já está preparado, com proteção do Divino Espírito Santo para não acontecer nada. Porque eu vou fazer as coisas em casa, fica as vezes, uma pessoa que chega aqui mal-intencionados, porque vem. Você não pense que não vem, porque tem gente que vem aqui para explora, vem gente com segundas intenções e isso não presta dentro de casa. Mistura com a família e isso não pode, tem que ter o lugar certo (Entrevista de Leoni Ferreira Gasparetto a William Franco Gonçalves, Irati, 28/03/2014)”.

Gilson Azevedo e Janice Azevedo, no artigo já mencionado Benzedeiras em Mircea Eliade, uma aproximação possível (2014), afirmam que “o sagrado e o profano constituem duas modalidades de ser no mundo”, e em relação às benzedeiras, os autores argumentam que a perspectiva do “sagrado” estaria relacionada com a “saúde, felicidade, bem-estar, alegria, realização”. Já o “profano” teria ligação com as palavras “doença, sofrimento, dor, traição, reprovação e acidente” (AZEVEDO; AZEVEDO, 2014, p. 61). Assim, podemos entender a preocupação da benzedeira Leoni com os “maus fluidos”, podendo estes conectar-se com o significado de profano. Para ela, ter um local separado, e principalmente, um “local já preparado e com a proteção do Divino Espírito Santo”, é fundamental para defender sua família desses “maus fluidos”. Pois neste local, Dona Leoni poderá “manipular o profano, a força negativa do mundo presente do cliente (AZEVEDO; AZEVEDO, 2014, p. 62) sem se preocupar que estas forças fiquem dentro da sua casa e a prejudique mais tarde.

A benzedeira Maria Iolanda também possui o temor que Dona Leoni nos relatou. Para Dona Maria Iolanda, as benzeções devem ser feitas próximas da porta, pois assim essas forças são logo jogadas para fora de sua casa. Como refere Elen Cristina Dias de Moura, no artigo Eu te benzo, eu te livro, eu te curo: nas teias do ritual de benzeção, “no plano simbólico temos o mal sendo varrido” (2011, p. 353). De certa forma, esta pode ter sido a maneira que a benzedeira encontrou para continuar praticando sua benzeção e se proteger dessas “forças”, pois sua casa é pequena e ela não possui condições financeiras, e nem espaço, para construir um local separado. Não deixa de ser uma estratégia para lidar com essas forças.


Foto do altar da Benzedeira Leoni Ferreira Gasparetto, foto tirada por William Franco Gonçalves no dia 28/03/2014.

Retornando à benzedeira Leoni e seu cômodo exclusivo para a benzeção, podemos ver pela fotografia acima que existe um altar com imagens de santos e anjos. Destaque-se que, no centro do altar, em um local privilegiado, está a imagem de Nossa Senhora. Durante a entrevista, Dona Leoni olhava constantemente para esta imagem. Notou-se que a benzedeira tinha um vínculo particular, mais afetivo, com aquela imagem, sentimento que podia ser percebido pelo tom da sua voz:

“Nossa Senhora Aparecida, para quê mais poderosa do que ela, para quê mais poderosa que Nossa Senhora Aparecida, que é minha mãe (Entrevista de Leoni Ferreira Gasparettoa William Franco Gonçalves, Irati, 28/03/2014)”.

Em outro momento da entrevista, no qual ela contava sobre um quadro que ganhou de um chileno, que foi atendido por Dona Leoni, perguntamos se ela colocaria aquele objeto ali na parede e ela respondeu: “não, vou deixar no quarto, que aquele é meu”.

Podemos compreender através dessa fala que, diferente dos benzedores Francisco, Nadir e Zonaide, onde seus locais de benzeção são um espaço multiuso, onde convivem o “espaço sagrado” e o “espaço profano”, a benzedeira Leoni separa completamente o espaço sagrado, utilizado para as benzeções, do seu espaço doméstico. Para ela, aquele local, mostrado na fotografia acima, é exclusivamente para as benzeções. De certa forma, quando Dona Leoni informa que não vai colocar um quadro com sua foto na parede daquele cômodo, está nos dizendo que não quer misturar aquele local sagrado com seus objetos não sagrados.

Conclusão                                     

Durante a pesquisa realizada com os benzedores e benzedeiras da cidade Irati, percebemos que os locais escolhidos por esses praticantes para a realização de seus exercícios podem varias muito. Tudo irá depender dos locais disponíveis em sua casa, das atividades que irá realizar e até mesmo de sua situação financeira. Alguns benzedores abrem mão de um espaço de seu quarto, ou de um sofá de sua sala e outros constroem um espaço separado de sua casa. Mas independentemente do espaço utilizado por estes benzedores, todos eles após serem escolhidos passam uma espécie de transformação de um espaço antes “profano” para um espaço agora sagrado. Onde estes praticantes fazem suas rezas, suas curas e dissolvem o profano e a doença contida na pessoa a ser benzida.

Referências:

ALMEIDA, Dinoráh Lopes Rubim. Desafios da memória como fonte histórica: esquecimento, silêncio, mutações e realidades. Memórias, traumas e rupturas. 1°ed. Vitória/ES, v.1, p. 1-45, 2013
AZEVEDO, Gilson Xavier de; AZEVEDO, Janice Fernandes. Benzedeiras em Mircea Eliade, uma aproximação possível. Protestantismo em Revista, v. 35, p. 54-64, 2014.
BURMANN, Claudir. Espaço e espaço sagrado: um olhar a partir de uma comunidade luterana. Protestantismo em Revista, v.19, p. 60-68, 2009.
ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano. 1° edição, São Paulo: Martin Fontes, 1992.
FANTINEL, Leticia Dias. Os significados do espaço e as sociabilidades organizacionais: estudo de um café em Salvador. Salvador: 2012.
FERREIRA, Marieta de Moraes; AMADO, Janaína. Usos e abusos da história oral. 8°ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
HOFFMANN-HOROCHOVSKI. Marisete T. Velhas benzedeiras. Mediações, Londrina, v. 17 n. 2, p. 126-140, Jul./Dez. 2012.
MOURA, Elen Cristina Dias de. Eu te benzo, eu te livro, eu te curo: nas teias do ritual de benzeção. Mneme Revista de Humanidade, p. 340-369, 2011.
ROSENDAHL, Zenny; CORRÊA, Roberto Lobato (Orgs.). Espaço e Religião: uma abordagem Geográfica. 2°ed. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2002.
SANTOS, Antonio Cesar de Almeida. Fontes orais: testemunhos, trajetórias de vida e história. Curitiba, 2005.

6 comentários:

  1. Olá, William. Parabéns pelo trabalho!

    No decorrer da pesquisa algumas das entrevistadas fizeram considerações sobre as intenções de seus clientes em relação ao tipo de benzimentos?
    Existe um aspecto maniqueísta nessas relações?

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    1. olá Eliane, muito obrigado. As benzedeiras durante as entrevistas comentavam que algumas pessoas chegavam até elas procurando fazer coisas ruins para outras pessoas, mas que elas sempre diziam que não faziam esse tipo de coisa. Elas comentavam que até podiam desfazer um feitiço ou um trabalho feito por outra pessoa, mas nao podiam fazer feitiços ou trabalhos que tivessem o intuito de fazer algo ruim a outra pessoa. Uma das benzedeiras que entrevistei para o mestrado me relatou que as vezes as pessoas chegam com grandes contias de dinheiro querendo fazer o mal para um vizinho ou um parente e ela sempre dizia que nao importava a contia de dinheiro ela nao fazia e nunca tinha feito nenhum benzimento que fosse para o mal

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  2. William, parabéns pela sua pesquisa! A tradição das benzedeiras faz parte do contexto cultural brasileiro em todas as regiões do país. Naturalmente, possuem características regionais e culturais que as tornam únicas. Você percebeu, durante as entrevistas, se as benzedeiras tem consciência do sincretismo religioso do papel que desempenham?

    Helaine Souza

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  3. Olá, parabéns pela pesquisa. Esta tradição das benzedeiras, pode ser visto como um patrimônio imaterial tais costumes? existe algum reconhecimento por parte de algum órgão cultural?

    Tayná de Souza Sampaio

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