INÍCIO E FIM DO IMPÉRIO BIZANTINO: NOVA ERA

JOSIANE ARAUJO ROCHA



O Império Bizantino foi constituído de forma gradual, em 306 d.C. Constantino foi o primeiro imperador a se dominar cristão, tornou-se imperador do Império Romano e em meio a muitas guerras com invasões bárbaras decidiu fundar uma Nova Roma, em outro espaço, que se tornou Constantinopla a partir de sua morte, em sua homenagem.

Constantinopla era uma cidade capital do Império Romano do Oriente, conhecido como Império Bizantino que se encontrava do lado oposto do Império Romano do Ocidente, fica hoje localizada na atual Istambul da Turquia, cidade pela qual se tornou rica e importante no período da idade média com a movimentação do comércio, pois tudo passava por Constantinopla, sendo que ficava no meio entre o Oriente e Ocidente, a transição de trocas de mercadorias ou dinheiro passava por ela se tornando importante para esse período histórico. Está cidade foi uma das mais ricas da idade média, ela era um dos pontos que acolhia peregrinos que viajavam para a Terra Santa, um centro econômico que atraía mercadores alemães, genoveses e venezianos, se destacava pelo luxo conduzido pela aristocracia, pelas escolas, universidade e bibliotecas, foi construído um sistema de muralha bem sofisticado para proteger contra invasores.

O principal Imperador de Bizâncio foi Justiniano que utilizou do vasto dinheiro que era arrecadado, conseguindo comandar frotas para proteger os comércios de piratas, acabou conquistando ainda mais lugares com: Itália, Grécia, Turquia, África, Espanha e Egito. Após a morte de Justiniano tudo foi se perdendo e as invasões de eslavos e do islã tomaram algumas terras bizantinas, além dessas percas os bizantinos sofreram com a infestação de pragas e epidemias por um certo período.

O Império Bizantino continuou existindo mesmo após a queda do Império Romano, durando cerca de mil anos, foram construídos vários monumentos como, grandes igrejas representando o crescimento do cristianismo, o mais longo aqueduto do mundo constituído no governo Valente, Bizâncio era um estado grego fundado em 600 d.C. foi crucial para conceder heranças de leis e literaturas, acelerou o processo do cristianismo, nos deu artesões, construtores e artistas que fizeram parte da Renascença até chegar ao século XXI.

Neste período o papa que vivia em Roma não aceitou a forma de como era praticado o cristianismo no oriente fazendo críticas a Justiniano, fez com que se dividissem e Roma se tornou a Igreja Católica Apostólica Romana enquanto o Império Bizantino dominou-se como Igreja Católica Apostólica Ortodoxa, tomavam decisões separadamente e com isso tinham suas diferenças para tratar das questões de guerras.

No século XI os turcos conquistaram Jerusalém que era uma cidade muito importante da época onde se encontrava o santo sepulcro para os cristãos visitarem e para os muçulmanos foi onde o profeta Maomé ascendeu aos céus, ameaçavam invadir o império do oriente, no entanto, o imperador Aleixo II pediu para que o papa os apoiassem enviando seus soldados, a partir disso papa passou a controlar o Império Bizantino através de Roma.
Diante da desavenças que os cristãos tiveram com invasores, iniciou muitas guerras que ficaram conhecidas como cruzadas, por conta das vestimentas dos cristãos as batalhas, essas guerras começaram em 1096 e duraram quase dois século, Constantinopla sofreu um grande desgaste ao ser saqueado na quarta cruzada sofrendo muitas perdas como foi discutido em “O Saque de Constantinopla durante a Quarta Cruzada: uma visão árabe dos acontecimentos”:

“O rei dos rum fugiu sem ter combatido, conta Ibn al-Athir, e os franj instalaram seu jovem candidato no trono. Mas do poder ele tinha apenas vestígio, pois todas as decisões eram tomadas pelo franj. Estes impuseram ao povo pesadíssimos tributos, e quando o pagamento foi dado como impossível eles tomaram todo o ouro e as joias, mesmo os que estavam nas cruzes e nas imagens de Messias, a paz esteja com ele! Os rum então se voltaram matando o monarca, depois expulsando os franj da cidade, barricaram as portas. Como suas forças eram reduzidas, despacharam um mensageiro a Suleiman, filho de Kilij Arslan, mestre de Ronya, para que viesse em seu auxilio. Mas ele foi incapaz disso. Todos os rum foram mortos ou desposados, relata o historiador de Mossul. Alguns de seus notáveis tentaram refugiar-se na grande igreja que chamavam de Sofia, perseguidos pelos franj. Um grupo de padres e de monges saiu então, carregando cruzes e evangelhos, para suplicar aos atacantes que lhes preservassem a vida, mas os franj não deram nenhuma atenção ás suas preces. Massacraram-no a todos, depois saquearam a igreja”. (IBN AL-ATHIR apud MAALOUF, 1989. p. 207).

Os turcos foram avançando pouco a pouco até conseguirem derrubar Constantinopla, Maomé II utilizando canhão de pólvora e passou a assumir o controle mudando o nome para Istambul em 1453. A Europa perdeu todo o seu controle sobre o comércio que não conseguiam adentrar pelas terras turcas, foram obrigados, então, a buscarem novos caminhos, surgindo várias expedições de navios, uma delas foi a que estava Cristóvão Colombo que ao se deparar com as novas terras na América acreditou estar na Índia.

A queda de Constantinopla foi crucial para o início da idade moderna e de uma grande Era na história do mundo, forçando o deslocamento das rotas do comércio do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico, estimulando a busca por novos caminhos marítimos para o oriente, os europeus começaram a descobrir outros lugares pelos quais os levaram a riquezas imensas com o início de colônias na américa descoberta por Colombo 1451/1506, formando novas sociedades e expandindo os trabalhos e comércios, Huizinga destaca:

“A transição do espírito característico do declínio da Idade Média para o humanismo foi muito mais simples do que à primeira vista somos levados a supor. Habituados a opor o humanismo à Idade Média supomos muitas vezes que a adesão ao novo sistema implicou o repúdio do outro”. (HUIZINGA, 1996, p. 240).

É possível notar a importância da história de Constantinopla para entender como a sociedade se constituiu hoje, mesmo pelas questões comerciais, foi um local com muita riqueza em culturas tradições e línguas que ainda é relevante para serem utilizados, com isso a historiografia vem demostrando através de grandes pesquisas o quanto é fundamental estudarmos nosso passado.

REFERÊNCIAS:

MAALOUF, Amin. As cruzadas vistas pelos árabes. São Paulo: Brasiliense, 1989.

VISÃO DO MUNDO, Documentários. Construindo um Império: Bizâncio Documentário. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=NodK1I07GJA>. Acesso em: 20 mai. 2019.

HUIZINGA, Johan. O declínio da Idade Média. Braga, Portugal: Ulisseia, 1996.

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