Megi Monique Maria Dias
INTRODUÇÃO
O Instituto Histórico e
Geographico Paranaense (IHGP) nasceu de um momento específico da política
nacional brasileira num tempo de interiorização da oficialidade do Estado
Nacional, neste contexto ele terá papel fundamental para o projeto de expansão
do programa de unificação nacional. Pensar
o Paraná no contexto nacional de princípios do século XX consiste em refletir
sobre os elementos que forjaram sua historicidade, que por sua vez, sempre
tendiam para noção de progresso (SOUZA, 2002). Revestido por fins patrióticos,
tinha o Instituto Histórico e Geográfico Paranaense,
“a utilidade, desempenhar certa
influência em questões de alta transcendência para o Paraná (...) existência de
nome dos seus melhores filhos, influência histórica de seus acontecimentos,
descrevendo o curso de seus rios, delimitando a altitude de suas regiões
esplendentes e expor com acentuada feição nossas características” (Boletim do
IHGP, 1918, p. 06).
O Instituto significaria uma associação
ímpar no ramo das pesquisas científicas, isto porque pela primeira vez os conhecimentos da história e da geografia
não estariam subsumidos às demais áreas, representando, portanto, o início de
uma trajetória de sistematização dos conhecimentos produzidos pelo grêmio. A
criação de Instituições científicas desse porte no estado, foi conduzida pela
elite local de Curitiba o que demonstrava como tal grupo buscava solidificar e ampliar os espaços de
sua atuação e da circulação dos ideais republicanos no Paraná expandindo suas
atividades através da criação e uma porção de centros e associações literárias,
bem como revistas, jornais e toda uma série de produções históricas e de
espaços culturais e sociais, utilizados para consolidar um projeto político
cultural específico para o Paraná.
O Instituto Histórico e Geographico
Paranaense nasceu em meio a ideia de edificação da escrita da história,
sustentado pela aura patriótica de comemoração ao IV Centenário do Descobrimento do Brasil e, simultaneamente,
do 47º ano da Instalação da Província do Estado do Paraná. A Assembleia que
aprovou o instrumento normativo do IHGP, através do estabelecimento das
propostas em Estatuto e lhe concedeu direito de funcionamento, aconteceu no dia
03 de Junho de 1900.
Já a publicação do primeiro Boletim do
Instituto Histórico e Geographico Paranaense em 1918 significou um momento de
realização para os membros da instituição, bem como de modernização da história
paranaense em princípios do século XX. Dando continuidade ao programa do
Instituto, o segundo periódico publicado pelo IHGP completava a proposta dos editores,
o material veio à tona no ano de 1919. O terceiro Boletim do IHGP seria
publicado somente no ano de 1925, tendo em vista que incidentes concorreram
para o adiamento da publicação dessa edição. Em sua grande maioria, os intelectuais
do grêmio eram personalidades de destaque a política nacional, cuja maior
preocupação era vincular a entidade com as diretrizes da política oficial.
Temática importante que aparece como
uma discussão proeminente no Instituto Histórico e Geographico Paranaense
(IHGP) entre 1900 e 1925, é a questão de limites territoriais, sendo este o
eixo norteador do debate que vamos expandir nessa pesquisa. Essa problemática
foi destaque naquele período, não só no Paraná como em todo o Brasil, os
institutos históricos estão discutindo esses limites.
História e geografia apareciam como
conhecimentos essenciais para as definições da vida social e do meio físico
brasileiro. A atuação do grêmio mostra que tais propostas foram levadas
adiante. As iniciativas do Instituto Paranaense
incidiam com o propósito de se construir a região Paraná através da
elaboração de uma história capaz de vencer os obstáculos e construir imagens
homogêneas e hegemônicas do progresso paranaense.
Percebem-se peculiaridades nos debates
intelectuais e políticos, travados no interior do IHGP, em princípios do século
XX, sobretudo em relação às indefinições geográficas do seu território,
especialmente, quanto aos seus limites com os Estados de São Paulo e Santa
Catarina, e suas fronteiras internacionais,
com Argentina e Paraguai, sendo estas, motivo de disputas, até meados do
século passado.
Muitos foram convidados a fazer parte
das atividades proposta pelo IHGP, sobretudo pela atuação na defesa dos limites
com Santa Catarina. Entre eles, foram lembrados o Desembargador Bento Fernandes
de Barros, original do Ceará, mas que desde o final da década de 1870 produzia
trabalhos sobre os limites . Ermelino de Leão também escreveu obras dessa
temática, e agiu diretamente como um dos
representantes legais do Estado, além de, Manoel Francisco Ferreira Correia
(1831-1905), outro bacharel, também possuía folhetos e mapas sobre o Paraná,
alguns deles juntamente com Cândido de Abreu (1856-1918), engenheiro,
Secretário Estadual de Obras e Viações Públicas nos anos que antecedem a
fundação. (BELTRAMI, 2002, p. 23).
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO-METODOLÓGICO
Os silêncios sobre os aspectos
geográficos brasileiros deveriam ser cessados por meio da execução de escritos
e estudos cujos dados ajudariam no conhecimento das regiões brasileiras. Em Método crítico e escrita da história em
Capistrano de Abreu (1853-1927), Maria da Glória, nos ajuda a entender a
partir de Capistrano de Abreu, um dos historiadores mais influentes do período,
o panorama da escrita da história no Brasil. Segundo a autora, a insistência no
uso da geografia foi uma constante na narrativa histórica daquele momento, de
forma que àquele historiador trouxe à cena dos escritos historiográficos
assuntos que estavam relacionados com o problema da unificação do espaço
territorial brasileiro. Percebe-se o alcance que esta problemática iria assumir
nos estudos históricos, segundo Capistrano de Abreu, essa temática se
consolidaria como algo especial. A importância da questão do espaço territorial
brasileiro, fez com que, defendesse a investigação da ocupação do território
interior, e não apenas o litoral, uma vez que, para Capistrano, somente assim
“se completaria o projeto de uma verdadeira história pátria” (OLIVEIRA, 2006,
p. 47).
Outra estudiosa de João Capistrano de
Abreu é Denise Botmann, que em Padrões
Explicativos da Historiografia Brasileira (1999) afirma que esse tema será uma das expressões
máximas da sua história nacional, pois entende que a força desse país
“encontra-se na conjugação do vasto território que se expande continentalmente
– e não litoraneamente” (BOTMANN, 1999, p. 31), de onde, afirmava ser esse o
movimento que deu os “contornos efetivos do território” (idem). O movimento de adentrar as regiões do interior
significava, antes de tudo, “as vitórias sobre a geografia do território”
(idem, ibidem). O interesse pelo sertão, de olhar o interior do território, nos
fez perceber a proximidade de alguns aspectos da produção de João Capistrano de
Abreu entre as publicações do Boletim do IHGP. Cabe dizer que além de sócio do
IHGB, foi admitido pelo Instituto Paranaense, em 05 de Agosto de 1916. Aludimos
para o fato de que essa aproximação pode significar certa influência da obra de
Capistrano nas escolhas das temáticas históricas dos textos selecionados para
figurar no periódico do IHGP, que por sua vez, deveria reunir e publicar mais e
mais documentos que comprovassem a história da formação do território
paranaense.
A exploração do “sertão desconhecido”
(Boletim do IHGP, 1918, p. 194), era uma das tarefas dos estudos realizados.
Uma publicação no Boletim do IHGP, Investigações
sobre o sertão paranaense, questões a
estudar em relação aos princípios da nossa história, de Guilherme Shüch
(1820-1908) - Barão de Capanema -, consiste em prova incontestável desse
movimento de exploração ao interior do país, tais investigações seriam importantes para o objetivo de demarcação do
território nacional principalmente através da abertura de estradas. Isso seria
possível mediante o levantamento de documentação de estradas antigas que
pudessem cooperar para com o prolongamento das viações existentes até aquele
momento, para o Barão de Capanema, nas considerações que fez após a sua
passagem pelo sertão paranaense, era importante, que as estradas fossem
planejadas de forma a “estabelecer comunicação com o litoral para transporte de
productos” (SHÜCH, 1918, p. 310).
Lembramos que Guilherme Schüch
(1820-1908), Barão de Capanema, estudou engenharia, matemática, botânica e foi
responsável pela instalação da rede telegráfica nacional. Participou de
diversas instituições científicas que surgiram no século XIX e dentre elas foi
um membro ativo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no qual foi
diretor da Seção Geológica e Mineralógica (ROSEVICS, 2009, p. 101).
Seguindo a descrição dos eventos que,
naquele momento, eram considerados de relevância histórica e que contribuíram
para a consolidação do território paranaense, o Boletim do IHGP, traz na edição
de 1919, Viagem de Exploração, o
resumo do itinerário de uma viagem exploradora, realizada pelo norte-americano
radicado no Brasil John Henrique Elliot, e que tinha como um de seus objetivos
demarcar o traçado do território que nascia. John Henrique Elliot nasceu nos
Estados Unidos e aos 16 anos mudou-se para o Brasil, terra que se tornou sua
pátria após alistar-se ao exército e ser convocado como tenente para lutar na
guerra da Cisplatina. Além da patente militar, também foi escritor, geógrafo e
aquarelista, participando de diversas expedições nas regiões dos atuais estados
do Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (ROSEVICS, 2009, p. 92).
Cabe lembrar, que Elliot contribuiu com
tal questão sendo responsável pela elaboração de materiais corográficos que
muito contribuíram para a então Província do Paraná. Podemos notar a concentração de esforços para
adentrar ao interior do território paranaense contribuindo para a definição dos
contornos do Estado, pelo menos a sul, oeste e norte. Esta expedição foi
nomeada pelo Barão de Antonina, que buscou realizar tal empreendimento pelos
“rios Verde, Itararé, Paranapanema e seus afluentes, pelo Paraná, Ivahy, e
sertões adjacentes” (ELLIOT, 1919, Vol. II, p. 73). João da Silva Machado
(1782-1875). Nascido no Rio Grande do Sul, iniciou sua vida como alfaiate e
feitor de fazenda, até decidir seguir carreira militar e política e fazer
fortuna na região do Paraná. Encarregou-se de diversas explorações no
território e enquanto representante da Quinta Comarca na Assembléia Provincial
de São Paulo, foi encarregado de dirigir uma série de obras públicas como
abertura de estradas, recuperação e conservação de antigas. Quando da
emancipação do Paraná, assumiu uma vaga no senado imperial (ROSEVICS, 2009, p.
91).
Através das publicações do grêmio
podemos notar que, a questão de limites territoriais se configurou num
importante debate no interior do IHGP. A publicação de Partilha Internacional – Dos Grandes Saltos do Iguassú, de Edmundo
Barros, por exemplo, era um indicativo da dimensão dessa discussão. O texto
busca ressaltar a importância em se estabelecer uma linha divisória que
demarcasse o domínio eminente nacional naquela fronteira internacional
(Brasil-Argentina), baseado no princípio do talweg,
expressão jurídica alemã tratada para os assuntos relativos a fronteiras que
utilizam rios ou volumes de água como limite (ROSEVICS, 2009, p. 84). A
utilização dos rios para a demarcação e organização das fronteiras paranaenses,
também significava a possibilidade de “aproveitamento de quedas para os fins
industriaes” (BARROS, 1919, p. 16), demonstrando, por extensão, a importância
estratégica de incorporação desse espaço regional a nação brasileira.
É importante notar como e por quais
meios o território nacional foi aos poucos sendo consolidado. Nesse sentido, o
estudo de Edmundo Barros publicado pelo IHGP contribuiu para o levantamento
topográfico da região, cujo território de 25.000 hectares seria utilizado no
futuro para a construção do “Parque
Nacional”. A ocupação territorial de fronteira internacional paranaense
passou a ser lugar e cenário de novos empreendimentos e personagens que
apareceram mediante o processo de exploração e colonização desta área.
A demarcação das fronteiras pátrias
também foi tema do artigo de Ermelino de
Leão, publicado no Boletim de 1925 e intitulado A Conquista do Guayra, que buscou evidenciar tais avanços
fronteiriços a partir das reduções jesuíticas e das incursões bandeirantes no
século XVII. O fato da história do Paraná ser atravessada por eventos que se
inserem no contexto da história das
bandeiras paulistas levou o autor a descrever a importância da campanha
decisiva de 1628, investida bandeirante “fatal para as reduções do Guayrá, qual
eficaz para a causa nacional” (LEÃO, 1925, p. 8). Tal escolha demonstra que uma
das tentativas era a ideia do autor em consolidar a história do Paraná como um
desdobramento dos feitos dos bandeirantes os ‘civilizadores’ dos nossos
sertões.
Outra publicação que buscou expor a
jurisdição das fronteiras do Estado do Paraná, a fim de legitimar os limites
geográficos sob domínios paranaenses, foi o trabalho: Os limites dos municípios do Paraná – Relatório de 1916, de autoria
de Enéas Marques dos Santos, à época Secretário do Interior, Justiça e
Instrução Publica. Neste texto se atentou em descrever as informações prestadas
pelas prefeituras municipais, dos limites administrativos e jurídicos dos 50
municípios existentes no Paraná desde as primeiras povoações no século XVII até
aquela época. Seus limites foram instituídos mediante a execução de leis,
subsidiadas por diversos estudos realizados a partir da tentativa de legitimar
por meio da fabricação de documentos históricos e geográficos (relatórios,
mapas, opúsculos) os contornos do território paranaense.
Mais uma preocupação latente foi com
relação aos limites de Curitiba. No texto O
Rio da Villa, de João Pamphilo Veloso d’Assumpção tal questão fica
evidente, sobretudo porque procurou expor versões da localização do rio da
Vila, esclarecendo algumas questões da história contemporânea de Curitiba. A
possibilidade de verificar aspectos geográficos que contribuíram para a formação histórica da
região, a exemplo dos rios, foi
importante para que a região fosse descrita e reconhecida. Seu interesse
e posicionamento, em relação às opiniões sobre o rio da vila, iam à contramão
daqueles que afirmavam ser esse o Rio Ivo, para ele, “pode-se pois dizer-se que o chamado Rio da Villa naquela época, era
o Bacachery” (ASSUMPÇÃO, 1925, p. 13).
Seu estudo foi resultado da análise que
realizou após o levantamento de uma série de documentos que acabaram
contribuindo para a descrição do Paraná do século XVIII. Segundo o autor, foram
“ dois documentos preciosos collectaneados [...], falam no ribeiro chamado Rio da Villa [...]” (ASSUMPÇÃO, 1925, p. 12), sendo
eles, os “termos de medição que fizeram os officiaes da Camara em 16 de
Setembro de 1721 e a 17 do mesmo mez e anno, ambos para se demarcar o Rocio da
Villa, a rumo de nordeste e noroeste” (idem, ibdem).
A já reconhecida Vila de Curitiba foi
incorporada aos domínios do Estado Português no século XVII, quando então a
região passou a ser alvo das iniciativas de exploração do estado brasileiro.
Esse processo de exploração e reconhecimento do território brasileiro nos fez
pensar no papel dos viajantes para a compreensão da história paranaense,
sobretudo, pela dimensão e importância dos seus relatos de viagem e das
narrativas que faziam alusão ao contexto histórico de lugares distantes do
território paranaense. Essas narrativas ajudaram a moldar discursos e projetos
de exploração no interior do Estado, de forma que tais descrições a respeito
das paisagens, natureza, riqueza do solo foram essenciais para a consolidação
das fronteiras do Paraná.
Exemplo disso foi o relato elaborado
por José Candido da Silva Muricy, Francisco Antonio Monteiro Tourinho e José
Loureiro de Sá Ribas e publicado com o título de Descrição Geral da Província do Paraná
em 1867, como resultado das expedições realizadas por esses três
políticos paranaenses, que, dentre outras finalidades, buscou expor as
condições fronteiriças da província, que naquele momento se limitava
“ao norte com a de São Paulo; ao sul e
sudeste com a província argentina de Corrientes; ao sul e sueste com as
províncias de Rio Grand e Santa Catharia; e, finalmente a leste é banhada pelo
Atlântico [...]. Servem-lhe de extrema os rios Itararé, Paranapanema, Paraná,
Iguassú, Santo Antonio, Peperi-guassú, Uruguay, Sahy-guassú, e as serras do
Espigão e do mar” (MURICY et. al., 1919, p. 89).
Sobre o perfil dos autores, José
Cândido da Silva Muricy (1827-1879), médico natural de Salvador, enviado ao
Paraná em 1853 como tenente cirurgião, chegando a cargos políticos como de
deputado da província e um dos fundadores do Museu Paranaense (ROSEVIS, 2009,
p. 90); Francisco Antonio Monteiro Tourinho (1835-1883), natural do Rio de
Janeiro, era militar e engenheiro, exercia a função de auxiliar na comissão da
estrada de rodagem Dona Francisca, além de ter dado continuidade ao projeto da
estrada da Graciosa José Lourenço de Sá Ribas (1820-?), advogado e membro da
Assembléia provincial (ROSEVICS, 2009, p. 90).
Além de elaborar um texto sobre as
condições geográficas e capacidades fluviais, buscou-se apresentar o Paraná como
um lugar promissor, possuidor de riquezas naturais e minerais. Assim, era
importante ressaltar as potencialidades, consideradas atrativos de colonização para a região.
Segundo os dados apresentados, o Paraná deste período possuía “tão vasto
território apenas habitado por 102.000 almas” (MURICY et. alii, 1919, p.90), de
onde se permitiam pensar que esta região do país era considerada um espaço que
estava a espera de civilização.
O trabalho analisado também pode ser
considerado uma produção que serviu de propaganda da recém-emancipada
Província. Além disso, os autores destas descrições deixaram claro, a
importância da participação dos poderes do Estado quanto à necessidade de “aproveitar todos os
meios de engrandecimentos nacional [...] estudando as necessidades mais
urgentes, já mandando explorar os rios, já novas veredas de comunicação
terrestre” (MURICY et. alii, 1919, p. 94).
Disso resultaria a possibilidade de
fazer levantamentos sobre seus rios, tipos de solo, clima e a infra-estruturas
existente até então, de maneira que fica evidente que a publicação do relatório
no periódico do IHGP contribuiu para a consolidação da visão e dos projetos de
colonização e civilização previstos ao Paraná por um grupo político específico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A importância da questão da
consolidação do espaço territorial brasileiro, fez com que, a investigação da
ocupação do território nacional fosse uma das temáticas e abordagens exploração
pelos historiadores do período, como por exemplo, Capistrano de Abreu (OLIVEIRA,
2006). Assim, percebe-se o alcance que esta problemática iria assumir nos
estudos históricos, notamos que o periódico do Instituto Histórico e Geographico
Paranaense (IHGP)t trouxe em suas páginas pesquisas que refletissem as
preocupações latentes no período pelos membros da agremiação.
Os limites históricos e geográficos do
estado do Paraná foram instituídos mediante a execução de leis, subsidiadas por
diversos estudos realizados a partir da tentativa de legitimar por meio da
fabricação de documentos históricos e geográficos (relatórios, mapas,
opúsculos) os contornos do território paranaense. É importante notar como e por
quais meios o território nacional foi aos poucos sendo consolidado.
As iniciativas do Instituto
Paranaense incidiam com o propósito de
se construir a região Paraná através da elaboração de uma história capaz de
vencer os obstáculos e construir imagens homogêneas e hegemônicas do progresso
paranaense.
FONTES E REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS
Megi Monique
Maria Dias. Guarapuava-PR. Universidade Estadual do Centro-Oeste / UNICENTRO. Possui
graduação em História pela UNICENTRO-PR (2009); É Mestre pelo Programa de
Pós-Graduação de História da UNICENTRO-PR (2016); E-mail: megidias1@gmail.com;
FONTES
SHÜCH, Guilherme. Investigações sobre o sertão paranaense, questões a estudar em relação aos princípios
da nossa história. In: Boletim do IHGP, 1918, p. 299-310.
ELLIOT,
John. Viagem de Exploração. In: Boletim do IHGP, Livraria Mundial: Curitiba,
1919, p. 70-80.
BARROS,
Edmundo. Partilha Internacional dos grandes saltos do Iguaçu. In: BIHGP, 1919,
p. 70-80.
LEÃO, Ermelino de. A Conquista
do Guayrá. BIHGP, Empreza Placido e Silva & Cia Ltd.:Curitiba, 1925, p.
3-8.
MARQUES,
Enéas. Os limites dos Municipios do Estado do Paraná em 1916. In: BIHGP, 1919,
p.27-49.
ASSUMPÇÃO, João Pamphilo
Veloso. O Rio da Villa. In: BIHGP, Empreza Placido e Silva & Cia Ltd:
Curitiba, 1925, p. 9-14.
João Pamphilo Veloso d’Assumpção
(1868-?), exerceu os ofícios de advogado e professor de direito na Universidade
do Paraná (ROSEVICS, 2009, p. 91).
MURICY, José Candido da Silva
et. alii. Descrição Geral da Província do Paraná em 1867. In: BIHGP, Livraria
Mundial: Curitiba, 1919, p. 87-101.
REFERENCIAIS
BIBLIOGRÁFICOS
BELTRAMI, Rafael C. de C. Da Poesia na Ciência – Fundadores do
Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, uma história de suas idéias. Dissertação
(Mestrado em História) – UFPR: Curitiba, 2002.
BOTTMANN, Denise. G. Padrões Explicativos da Historiografia
Brasileira. Aos quatro ventos: Curitiba, 1999, 2. Ed.
SOUZA, Fabrício Leal. Nação
e herói: a trajetória dos
intelectuais Paranistas. Dissertação (Mestrado em História),
UNESP: Assis, 2002.
MYSKIW, Antonio Marcos. Curitiba
“República das Letras (1870-0920)”. Revista Eletrônica História em Reflexão:
Vol. 2, n. 3 – UFGD - Dourados Jan/Jun, 2008, p. 1-27.
OLIVEIRA, Maria da Glória. Método crítico e escrita da história em
Capistrano de Abreu (1853-1927). Dissertação (Mestrado em História), UFRS:
Porto Alegre, 2006.
ROSEVICS, Larissa. O Instituto Histórico e Geographico Paranaense e a construção de um
imaginário regional. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – UFPR, Curitiba,
2009.
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